Bom dia! As notícias que alimentam o mercado financeiro global continuam vindo dos EUA e a retórica bélica fomentada por Donald Trump, que tem produzido até um vocabulário próprio. Wall Street começa a chamar o dia 2 de abril de “Dia da Libertação”. Chega a ser irônico, dado que a data representa o dia em que a maior parte das tarifas sobre produtos importados deve entrar em vigor. A expressão faria referência a exceções a segmentos ou países que podem ser poupados das tarifas. No fundo, comprar o “Dia da Libertação” significa um esforço de enxergar o lado meio cheio do copo nesta guerra comercial (e de comunicação) que atinge proporções globais. A cada pronunciamento do presidente americano, fica mais confuso o esquema de taxação e seus alvos. E ele foi além. Na segunda, Trump publicou um decreto que visa punir com tarifas de 25% quem for parceiro comercial da Venezuela na compra de petróleo e gás do país. O alvo, dizem especialistas, é a China, que compra commodity venezuelana no mercado negro. Nesta terça, os futuros dos principais índices cedem após um dia de otimismo sólido. O EWZ, fundo que indica a tendência para a bolsa brasileira, também recua. A agenda é mais uma vez fraca no mercado internacional. No cenário doméstico, o foco dos investidores está na divulgação da ata do Copom. O documento deve dar explicações mais aprofundadas para a elevação da Selic a 14,25% ao ano e dos próximos passos do Banco Central, que indicou juros mais altos do que os registrados durante o governo Dilma. Ainda assim, a economia talvez pese menos no noticiário doméstico, já que o Supremo começa a julgar a denúncia contra Bolsonaro no caso de tentativa de golpe de Estado. Bons negócios.
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