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Luis Fernando Verissimo (1936-2025)
O grande escritor Luis Fernando Verissimo faleceu em 30.08.2025 em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. No portal G1:
Leia mais clicando aqui. Nascido em Porto Alegre em 26 de setembro de 1936, Veríssimo foi escritor, humorista, cartunista, tradutor, roteirista, dramaturgo, romancista e um de nossos melhores cronistas, além de colunista, publicitário e revisor de jornal. Também foi saxofonista. Com mais de 80 títulos publicados, foi um dos mais populares escritores brasileiros contemporâneos, e era filho do também grande escritor Erico Verissimo. Mais obre LFV em Ainda no G1:
No site da BBC:
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| Biólogo |
Viroses emergentes
As viroses emergentes representam um dos maiores desafios da ciência contemporânea. Além disso, elas revelam a íntima ligação entre saúde humana, biodiversidade e equilíbrio ecológico. ![]() Viroses emergentes e a dinâmica ecológica dos vírus29/8/2025 :: Marco Pozzana, biólogo As viroses emergentes tornaram-se um dos maiores desafios da saúde pública e da ciência contemporânea. Com efeito, sua origem está profundamente ligada às interações ecológicas que moldam a vida no planeta. Assim, elas revelam como vírus e hospedeiros compartilham histórias evolutivas entrelaçadas. Elas não surgem do nada. Pelo contrário, resultam de processos biológicos e ecológicos complexos, nos quais os vírus adaptam-se a novos hospedeiros ou expandem sua distribuição geográfica (Woolhouse & Gowtage-Sequeria, 2005). De fato, a fragmentação de habitats, a urbanização acelerada e o comércio internacional de animais criam condições ideais para que vírus previamente restritos a populações silvestres atinjam seres humanos (Daszak et al., 2000). Assim, epidemias como HIV, Ebola, SARS e COVID-19 representam apenas a face visível de um fenômeno profundo.
Além disso, os vírus possuem plasticidade genética impressionante. Graças a taxas elevadas de mutação e recombinação, eles conseguem adaptar-se rapidamente a novas pressões ambientais (Domingo & Perales, 2019). Esse dinamismo permite a exploração de nichos antes inacessíveis. A passagem de um vírus de morcegos para humanos, por exemplo, envolve uma série de pequenos ajustes moleculares que resultam em grandes transformações epidemiológicas (Plowright et al., 2017). Portanto, entender essas transições exige unir biologia molecular, ecologia e epidemiologia.
![]() Vírus Ebola: Micrografia eletrônica de varredura do vírus Ebola. Crédito: NIAID Outro fator crucial é o contato crescente entre humanos e vida silvestre. Quando florestas são derrubadas e ecossistemas são perturbados, os vírus que circulam em animais encontram oportunidades de cruzar fronteiras biológicas (Jones et al., 2008). Essa proximidade é perigosa porque rompe barreiras que, por milhares de anos, limitaram o fluxo viral entre espécies. Desse modo, as viroses emergentes funcionam como indicadores da crise ambiental global. A dinâmica ecológica dos vírusPara compreender as viroses emergentes, é essencial enxergar os vírus como agentes ecológicos ativos. Eles não são apenas parasitas ocasionais, mas componentes fundamentais das teias da vida. Em ecossistemas aquáticos, por exemplo, vírus regulam populações de microrganismos e influenciam ciclos de nutrientes (Suttle, 2007). Ao infectar bactérias marinhas, os chamados bacteriófagos participam do fluxo de carbono e da reciclagem de matéria orgânica, afetando inclusive o clima (Brussaard, 2004). Nos ambientes terrestres, vírus modulam a diversidade genética de seus hospedeiros. Além disso, ao pressionar populações animais e vegetais, eles selecionam organismos mais resistentes e, consequentemente, estimulam processos de coevolução (Roossinck, 2011). Dessa forma, essa dança evolutiva cria um equilíbrio dinâmico, no qual hospedeiro e vírus coexistem em tensões constantes. Portanto, quando esse equilíbrio é rompido — seja pela ação humana ou por mudanças ambientais — abre-se espaço para a emergência de novas doenças.
Ademais, vírus podem atuar como vetores de inovação biológica. Elementos virais inseridos em genomas animais contribuíram, ao longo da evolução, para o surgimento de estruturas complexas, como a placenta nos mamíferos (Feschotte & Gilbert, 2012). Isso mostra que sua influência vai além da patologia: ela alcança a própria história da vida. Assim, estudar a ecologia viral é também explorar os limites entre destruição e criação, doença e inovação. Desafios globais e caminhos futurosO estudo das viroses emergentes exige uma visão interdisciplinar. Não basta sequenciar genomas virais ou monitorar surtos isolados. É necessário integrar ecologia, medicina, biologia evolutiva e ciências sociais (Morens et al., 2020). Afinal, os vírus emergem em um mundo em que fronteiras entre espécies e territórios se tornam cada vez mais frágeis.
Portanto, políticas de saúde pública devem dialogar com a conservação da biodiversidade. Reduzir o desmatamento, controlar o comércio de animais silvestres e repensar a urbanização são medidas que diminuem os riscos de novas pandemias (Keesing et al., 2010). Ao mesmo tempo, é crucial investir em vigilância epidemiológica global, capaz de detectar rapidamente novos vírus em circulação (Allen et al., 2017). Além disso, a educação científica precisa ganhar espaço. Populações informadas compreendem melhor a importância de medidas preventivas e a necessidade de confiança na ciência. Dessa forma, enfrentamos não apenas o vírus, mas também a desinformação que se espalha em paralelo às epidemias (van der Linden et al., 2020). Em conclusão, as viroses emergentes refletem a complexidade da interação entre humanidade e natureza. Elas revelam que o destino da saúde humana está inseparavelmente ligado ao equilíbrio ecológico do planeta. Compreender a dinâmica ecológica dos vírus é, portanto, mais do que um desafio acadêmico: trata-se de um imperativo para a sobrevivência coletiva. Fontes e referências:
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