São Paulo relembra último gol de Rogério Ceni pelo clube
⚖️ A Advocacia-Geral da União (AGU), com base em fontes sólidas e após pedido do próprio Banco do Brasil, acionou a Polícia Federal para investigar a ofensiva bolsonarista que tentou criar uma "corrida bancária" no país. Figuras extremistas espalharam desinformação com o objetivo claro de minar a confiança no sistema financeiro, uma tática perigosa para criar caos e como tentativa de enfraquecer o governo.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não hesitou em classificar a manobra como uma "manifestação de ódio" e um ataque orquestrado. A ação da AGU mostra que o governo não vai tolerar a desinformação como arma política para ameaçar a estabilidade econômica e social do Brasil. É a democracia e a estabilidade das nossas instituições contra o extremismo.
| Biólogo |
George Solitário e a extinção das tartarugas‑gigante‑de‑pinta
George Solitário: a tartaruga-gigante-de-pinta representa um dos exemplos mais emblemáticos de extinção causada pela ação humana. Sua história, marcada pelo célebre George Solitário, tornou-se símbolo mundial da fragilidade dos ecossistemas insulares e da urgência da conservação. ![]() George Solitário e a extinção das tartarugas-gigante-de-pinta 25/8/2025 :: Marco Pozzana, biólogo A tartarugas-gigante-de-pinta tornou-se um símbolo global de como espécies insulares sucumbem rapidamente à ação humana. Nesse sentido, o último representante da subespécie recentemente extinta, George Solitário, transformou o luto pela perda em ação concreta de conservação (Cayot, 2014; IUCN, 2024). Outros nomes populares são aceitos: tartaruga-gigante-da ilha-de-pinta, tartaruga-de-pinta, tartaruga-da-ilha-pinta, tartaruga-gigante-da-ilha-abingdon, entre outros. Em inglês a linhagem é conhecida como Pinta Island tortoise.
As tartarugas-gigantes-das-galápagos formam um complexo de linhagens que divergiram ao longo de milhões de anos por colonização e isolamento entre ilhas. Desse modo, a subespécie Chelonoidis nigra abingdonii (citada como C. niger abingdonii em estudos um pouco mais antigos) representava a forma endêmica da ilha de Pinta, descrita no século XIX e diferenciada por caracteres de casco e genética (Caccone et al., 2002; Poulakakis et al., 2008; Caccone Lab, 2024).
Taxonomia, evolução e singularidadePor conseguinte, estudos filogenéticos e genômicos modernos reforçam a distinção entre múltiplas espécies/linhagens nas Galápagos, contrariando modelos reducionistas e confirmando a importância de planos de manejo por unidade evolutivamente significativa (Gaughran et al., 2018; Fritts et al., 2023). No entanto, apesar da claridade taxonômica crescente, a linhagem de Pinta não resistiu. Assim, a espécie foi gradualmente extirpada por coleta histórica e, depois, por degradação do habitat (IUCN, 2024). ECOLOGIA DE PINTA E PRESSÕES ANTRÓPICASPinta é uma ilha árida-subúmida de cerca de 5.940 ha, com vegetação dominada por cactáceas, arbustos e zonas úmidas sazonais. Nela, as tartarugas atuavam como grandes engenheiras do ecossistema: dispersavam sementes, abriam clareiras, reciclavam nutrientes e, portanto, modulavam a estrutura da paisagem (IUCN, 2024). Entretanto, entre os séculos XIX e XX, a caça por baleeiros e colonos reduziu drasticamente as populações. Em seguida, a introdução de cabras (Capra hircus) devastou a cobertura vegetal, colapsando a regeneração e erodindo solos — um golpe duplo sobre uma população já exígua (Campbell et al., 2004; Carrion et al., 2011). ![]() Tartaruga-da-ilha-pinta (Chelonoidis niger abingdonii), o indivíduo George Solitário, que morreu em 2012 Felizmente, a partir de 1997, o Projeto Isabela conduziu a maior operação de erradicação de mamíferos invasores do mundo no arquipélago. Assim, mais de 140.000 cabras foram removidas em várias ilhas, inclusive Pinta, com benefícios amplos à restauração ecológica (Carrion et al., 2011; Galápagos Conservancy, 2024). Consequentemente, a vegetação se recuperou e as condições de habitat melhoraram substancialmente, ainda que tarde demais para a C. n. abingdonii (Carrion et al., 2011; IUCN, 2024). George Solitário: o triste fim de uma linhagem e seu legado
Em 1971, pesquisadores localizaram o último indivíduo conhecido da tartaruga-de-Pinta, que recebeu o nome de George Solitário. A partir de então, ele viveu sob cuidados do Parque Nacional Galápagos, tornando-se emblema planetário da crise da biodiversidade (Cayot, 2014). Tentativas de reprodução com fêmeas de linhagens próximas foram feitas; contudo, não produziram filhotes viáveis, dado o isolamento evolucionário da forma de Pinta (IUCN, 2024). Em 24 de junho de 2012, George foi encontrado morto, e análises indicaram morte natural, coerente com senescência (Scientific American, 2014; Cayot, 2014). Assim, sua partida carimbou oficialmente a extinção da linhagem na natureza e em cativeiro (Mongabay, 2012; IUCN, 2024). Ainda assim, sua história mobilizou investimentos, parcerias e uma ética pública de cuidado que permanecem até hoje (Cayot, 2014).
GENÉTICA, “FANTASMAS” E A BUSCA POR REMANESCENTESSurpreendentemente, análises genéticas revelaram um capítulo adicional: indivíduos com ancestralidade de Pinta foram identificados entre tartarugas do vulcão Wolf (norte de Isabela), provavelmente descendentes de animais translocados por humanos no passado (Poulakakis et al., 2008; Garrick et al., 2012). Ademais, esses estudos usaram marcadores mitocondriais e microssatélites para detectar híbridos e orientar eventuais programas de resgate genético (Garrick et al., 2012). Contudo, expedições subsequentes sugerem que, embora existam híbridos, não há indivíduos “puros” de Pinta conhecidos, o que limita a ambição de reconstruir a linhagem original (Chiari et al., 2017).
Mesmo assim, o avanço da genômica vem refinando critérios de manejo e confirmando a necessidade de conservar a diversidade entre ilhas — o que, por extensão, reforça o significado da perda de Pinta (Gaughran et al., 2018; Fritts et al., 2023). Restauração de Pinta: para além da tartarugaApós a remoção de cabras, Pinta entrou em processo de recuperação. Em consequência, programas de restauração discutem reintroduções ecológicas com táxons funcionalmente semelhantes para restabelecer fluxos de energia e funções perdidas (Galápagos Conservancy, 2024). Entretanto, dilemas éticos e práticos emergem: reintroduzir outra linhagem de Chelonoidis em Pinta mitigaria o colapso funcional, mas, ao mesmo tempo, apagaria a singularidade evolutiva extinta? Portanto, a governança precisa equilibrar integridade histórica, funcionalidade ecológica e educação pública (Carrion et al., 2011). POR QUE PINTA IMPORTA HOJEPrimeiro, porque evidencia como ilhas são altamente vulneráveis a invasores e superexploração — e como políticas de biosegurança e erradicação bem desenhadas funcionam (Carrion et al., 2011). Segundo, porque mostra que museus e genética podem revelar histórias ocultas e orientar manejos inovadores, ainda que nem sempre suficientes para reverter perdas (Poulakakis et al., 2008; Garrick et al., 2012). Terceiro, porque o carisma de um único indivíduo — George — pode catalisar mudanças institucionais e sociais duradouras (Cayot, 2014).
Por fim, o caso de Pinta reforça que conservação eficaz depende de ação antes do ponto de não retorno. Assim, investimento continuado, monitoramento adaptativo e ciência aberta tornam-se condições mínimas para evitar novos “Georges” (IUCN, 2024; Carrion et al., 2011). Fontes e referências:
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![]() Senado pauta projeto que poderá beneficiar Eduardo Cunha, Arruda e Garotinho |
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| Folha de S.Paulo - 26/08/2025 | |||||
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| Estado de Minas - 26/08/2025 | |||||
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| Jornal O Tempo - 26/08/2025 | |||||
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