Caiu um dos nomes do Centrão no governo Lula. O ministro das Comunicações Juscelino Filho pediu demissão após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), suspeito de participar de organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção passiva, falsidade ideológica e fraude em licitação. É a sétima queda de um ministro no terceiro mandato de Lula, a primeira por um caso de corrupção, embora as acusações sejam anteriores, quando Juscelino era deputado federal pelo União Brasil do Maranhão. O ministro Flávio Dino será o relator da denúncia no Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro foi indiciado pela Polícia Federal em 12 de junho do ano passado, em investigação que iniciou a partir de reportagens da Folha e do Estadão. As suspeitas sobre ele envolvem irregularidades em obras executadas em Vitorino Freire (MA), cidade que era governada por Luanna Rezende, irmã do ex-ministro, e bancadas por emendas indicadas por ele. Em seu lugar, o União Brasil deve indicar o líder do partido na Câmara, deputado Pedro Lucas Ribeiro (MA). (g1) Um dos elementos utilizados pela PF é um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) apontando que 80% de uma estrada em Vitorino Freire, orçada em R$ 75 milhões e custeada por emendas de Juscelino, só beneficiou fazendas dele e de seus familiares. Segundo o ministro, as emendas foram repassadas dentro da legalidade e beneficiaram 11 povoados. O relatório da PF aponta que Juscelino integraria uma “organização criminosa” com o empresário Eduardo José Barros Costa, sócio oculto da construtora Construservice. Em uma conversa de 18 de janeiro de 2019, encontrada pelos investigadores no celular de Costa, Juscelino passa ao interlocutor o nome de uma pessoa e indica o valor de R$ 9,4 mil. No dia seguinte, Costa responde com um recibo de depósito efetuado. O empresário ainda troca mensagens com seu irmão, responsável por sua movimentação financeira, explicando o pagamento. “Isso é do Juscelino lá de Vitorino, o deputado, faz isso aí, que a terraplanagem daquela pavimentação quem fez foi ele. É pra descontar, viu?”. (Globo) O presidente Lula conversou com Juscelino por telefone no início da tarde e o aconselhou a se demitir, embora o próprio ministro já tivesse dito a aliados que sairia do governo. De acordo com a Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), Lula orientou Juscelino a “fazer sua ampla defesa fora do governo”. Antes do telefonema, o ministro foi chamado para um almoço às pressas com sua colega das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. (Poder360) Em sua carta de demissão (íntegra), o ex-ministro afirma ter tido apoio “incondicional” de Lula. “A decisão de sair agora também é um gesto de respeito ao governo e ao povo brasileiro. Preciso me dedicar à minha defesa, com serenidade e firmeza, porque sei que a verdade há de prevalecer. As acusações que me atingem são infundadas, e confio plenamente nas instituições do nosso país, especialmente no Supremo Tribunal Federal”, afirmou Juscelino. (CNN Brasil)
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No primeiro minuto desta quarta-feira, entrou em vigor a nova fase do plano tarifário de Donald Trump. Cerca de 60 países serão atingidos por tarifas mais altas – nenhum mais do que a China, que terá um percentual total de 104% sobre todos os seus produtos. Os chineses se recusam a desistir de suas próprias tarifas de retaliação (de 34%) sobre os EUA. A nova etapa do tarifaço trumpista ocorre após uma taxação de 10% ser imposta a mais de 120 nações na sexta-feira passada. Ao discursar durante um jantar republicano em Washington, Trump previu que suas tarifas serão “lendárias” – “de uma forma positiva”, apressou-se a dizer. “Estamos fazendo acordos e os países estão pagando as tarifas”, alegou Trump à multidão de apoiadores, destacando que “muito em breve” outra grande tarifa será anunciada, desta vez sobre a indústria farmacêutica. Sua ideia é pressionar as empresas do setor a “deixarem a China” e desenvolverem sua fabricação nos Estados Unidos. (BBC) Karoline Leavitt, secretária de imprensa da Casa Branca, afirmou a repórteres que Trump havia dito a seus assessores para “terem acordos comerciais personalizados com cada país” que tentasse “fechar um acordo”. Ela rejeitou a ideia de que isso represente uma mudança de postura do governo sobre as tarifas. Depois, reafirmou que o presidente não cogitava interromper sua política. “Ele espera que essas tarifas entrem em vigor.” (New York Times) Para ler com calma. Embora as intenções de Trump ao desencadear a maior interrupção do comércio na história moderna não sejam totalmente claras, ele parece menos interessado em fechar um acordo com a China do que nunca. Do outro lado, Xi Jinping acredita que pode vencer uma guerra comercial contra seu par americano. (The Economist) E ao chamar de “idiota” o conselheiro comercial de Trump, Peter Navarro, por comentários que ele fez sobre a Tesla, o bilionário Elon Musk expôs divisões profundas dentro da ampla coalizão que ajudou o republicano a voltar à Casa Branca. Karoline Leavitt tentou diminuir a temperatura ao tratar a crise como briga de “garotos”, mas as rachaduras no governo crescem enquanto a economia afunda. (Politico)
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky anunciou a captura de dois chineses, de 31 e 33 anos, combatendo ao lado das tropas russas na região de Donetsk. É a primeira vez que chineses são vistos no combate em mais de três anos de guerra. Segundo autoridades ucranianas, eles foram recrutados por militares russos e integravam uma unidade de seis combatentes, com suas identidades confirmadas por documentos e cartões bancários. Não se sabe se eles integram o Exército da China ou se são mercenários. Zelensky pediu explicações à China e acusou Beijing de alinhamento militar com a Rússia. Um vídeo divulgado pelos ucranianos mostra um dos prisioneiros com mãos amarradas e uniforme militar. (Financial Times)
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