A China prometeu "lutar até o fim" contra as tarifas impostas por Donald Trump às importações de produtos do país.
"Os Estados Unidos insistem em seguir seu próprio caminho, a China lutará até o fim", disse hoje um porta-voz do Ministério do Comércio chinês.
A declaração, uma das mais fortes desde o aprofundamento da guerra comercial entre os dois países, foi feita um dia após Trump ameaçar elevar as tarifas sobre produtos chineses, dos 54% anunciados na semana passada, para 104%.
A ameaça foi uma resposta ao anúncio chinês de que também imporia tarifas, de 34%, aos produtos americanos, em resposta ao tarifaço de Trump.
Calmaria nos mercados
Depois de três dias de quedas expressivas, os mercados de ações na Ásia e na Europa voltaram a subir hoje.
As principais Bolsas asiáticas fecharam em alta. O índice Nikkei 225, da Bolsa de Tóquio, terminou o pregão com alta de mais de 6%, refletindo as notícias de que o país terá prioridade nas negociações tarifárias com os EUA.
As Bolsas chinesas e de Hong Kong também subiram, fechando com altas em torno de 2%. O resultado foi, em parte, impulsionado pelo anúncio de medidas de estímulo à economia pelo governo chinês.
Na Europa, por volta das 10h quase todos os mercados também apresentavam valorizações médias superiores a 2%.
E os índices futuros indicavam altas também nos EUA e na Bolsa de São Paulo. A recuperação dos mercados hoje, porém, está longe de compensar as grandes quedas registradas de quinta-feira para cá.
Segundo março mais quente da história
O planeta registrou no mês passado o segundo março mais quente da história, com temperatura média de 14,06ºC.
O índice foi atingido apesar do fenômeno La Niña, que tem o efeito de resfriar o globo.
O março mais quente de todos os tempos ocorreu no ano passado, com 14,14ºC, durante a temporada do El Niño, que concorre pela elevação da temperatura. As informações são do observatório europeu Copernicus.
Os dados surpreenderam cientistas, que esperavam uma queda da temperatura mais pronunciada em relação a 2024.
"É uma situação excepcional", afirmou Robert Vautard, copresidente do grupo de trabalho sobre climatologia do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), "porque normalmente as temperaturas diminuem claramente após dois anos de El Niño".
Segundo o IPCC, o mundo está a caminho de superar, de forma duradoura no início da década de 2030, o limite de 1,5°C acima da temperatura da era pré-industrial.
Trump tem vitória na Suprema Corte
A maioria conservadora da Suprema Corte dos EUA considerou constitucional o uso de uma polêmica lei do século 18 que dá ao presidente amplos poderes para expulsar estrangeiros.
A decisão, por cinco votos a quatro, revoga uma sentença do juiz federal de Washington James Boasberg, que havia suspendido o uso da lei.
Foi uma vitória parcial para Donald Trump, já que os juízes também determinaram que os imigrantes têm o direito de se defender na Justiça antes da deportação - o que não foi observado nas situações anteriores em que a lei foi invocada.
A Suprema Corte também suspendeu a ordem da juíza federal Paula Xinis, confirmada por um tribunal de recurso, que havia determinado ao governo a repatriação de um imigrante deportado e preso em El Salvador por um "erro administrativo", admitido por advogados do Departamento de Justiça. Nesse caso, a decisão ainda não é final.
Zelensky admite invasão de segunda área na Rússia
Volodymyr Zelensky admitiu pela primeira vez a presença de tropas ucranianas na região de Belgorod, dentro do território russo.
"Nós continuamos realizando operações ativas nas áreas de fronteira em território inimigo, e isso é absolutamente justo - a guerra deve retornar de onde veio", disse Zelensky. A Rússia, por sua vez, anunciou nesta terça ter recuperado mais uma das áreas da região de Kursk que haviam sido invadidas pela Ucrânia no ano passado.
"Unidades do Grupo de Tropas Norte libertaram a localidade de Guyevo, na região de Kursk, durante operações ofensivas", afirmou o Ministério da Defesa russo.
Se confirmado, o avanço significa que as forças de Zelensky controlam agora apenas dois pequenos vilarejos em Kursk, na região de fronteira entre os dois países.