Bom dia!
Quando o mundo entra em convulsão, como a causada por Donald Trump e sua guerra comercial, a tendência é que todo mundo perca. E isso tende a ser verdade para o Ibovespa, que, em momentos de risco, vê investidores estrangeiros deixarem o país, causando uma queda nas ações. Dessa vez, porém, os mercados financeiros globais estão se comportando de uma maneira um pouco diferente.
Enquanto o S&P 500 e o Nasdaq afundam em Wall Street, o Ibovespa, por exemplo, chega nesta sexta-feira com alta acumulada de 0,48% na semana. No ano, as ações sobem 4,45%. É uma questão de perspectiva, claro. Em uma janela de um ano, a bolsa brasileira cai 1,85%, enquanto o S&P 500 ainda acumula valorização de quase 7%.
O fato é que, após a retirada de mais de R$ 24 bilhões em recursos de estrangeiros da B3 em 2024, os gringos voltaram com R$ 8 bilhões neste começo de 2025, ajudando a sustentar o índice mesmo com a elevação da taxa de juros no país.
Nesta sexta, os futuros americanos ensaiam mais uma vez uma recuperação, sem que haja um indicador econômico para sustentar a subida. Trata-se de um movimento para amenizar as perdas da semana – a baixa é de 4,31% até aqui.
O impulso vem também do avanço das negociações nos Estados Unidos para impedir a paralisação da máquina pública. Nos EUA, sem a aprovação do Orçamento, os gastos não essenciais são bloqueados e os serviços públicos são interrompidos, o que pode ocorrer após a meia-noite desta sexta. No Senado, democratas ameaçaram com a não aprovação do projeto, mas houve recuo.
No Brasil, investidores acompanham a pesquisa mensal de comércio do IBGE, que pode refletir uma redução nas compras em meio ao aumento da inflação no país. Mais importante é a divulgação do resultado do setor público pelo Banco Central, que mostra um panorama atualizado das contas públicas.