Ao longo de 2024, diversos ETFs (Exchange Traded Funds) populares na Bolsa brasileira ganharam valor, aumentando de forma expressiva o patrimônio dos investidores de maneira diversificada. Para analista, eles representam a oportunidade de investir em empresas com um risco diversificado. Neste cenário, em quais fundos vale apostar em 2025?
Os 10 ETFs que mais se valorizaram na Bolsa em 2024:
1 - Hashdex Btcn (BITH11) - 175,43%
2 - Qr Bitcoin (QBTC11) - 169,06%
3 - ETF Galaxy B (BITI11) - 161,83%
4 - Hashdex Nci (HASH11) - 157,07%
5 - Cripto20 Emp (CRPT11) - 140,77%
6 - BTG Pactual ETF (GENB11) - 100,93%
7 - Agora Teck (TECK11) - 92,05%
8 - Bloco de Investimento (BLOK11) - 90,18%
9 - Investo Yoga (YOGO11) - 86,71%
10 - Hashdex Eth (ETHE11) - 82,35%
O levantamento foi produzido pelo CEO da Elos Ayta Consultoria, Einar Rivero, a pedido do UOL.
Em quais fundos apostar em 2025?
Setor foi dominado por fundos de criptoativos. Esses ETFs registraram uma valorização expressiva, mas são altamente voláteis, afirma o CEO do Grupo Studio, Carlos Braga Monteiro. Ele diz que a recomendação para 2025 é construir uma carteira equilibrada.
Criptoativos e tecnologia. Monteiro explica que o HASH11, um dos mais populares da Bolsa brasileira, composto por ativos como bitcoin (BTC), ethereum (ETH) e solana (SOL), deve continuar relevante para exposição ao mercado de criptoativos, mas exige um perfil de risco mais arrojado. Em outra frente, o TECK11, que reúne big techs como Amazon, Facebook, Apple, Google e Netflix, pode se beneficiar da expansão da IA (Inteligência Artificial) e da digitalização da economia global.
Ouro e investimentos internacionais. Outros fundos populares também podem ganhar espaço na carteira ao longo do ano. Entre eles, o iShares S&P 500 (IVVB11), que replica o S&P 500, índice das 500 maiores empresas dos Estados Unidos e é considerado uma alternativa sólida para a diversificação global, especialmente se ocorrer uma recuperação da economia norte-americana, ressalta Monteiro. Em outra frente, o Trend ETF LBMA Ouro (GOLD11), que acompanha o preço do ouro no exterior, pode ajudar na proteção contra incertezas econômicas e inflação globais.
Oportunidades na Bolsa brasileira. De acordo com Christopher Galvão, analista de fundos da Nord Investimentos, os investidores também podem apostar em fundos que reflitam a performance de ativos brasileiros. Formado por companhias de menor capitalização listadas na B3, o iShares BM&FBOVESPA Small Cap (SMAL11) tem potencial para se valorizar, apesar do risco mais elevado. Isso porque empresas mais focadas na economia doméstica dependem mais de juros para se financiar.
Qual o cenário para ETFs?
Volatilidade de ações e sensibilidade dos fundos com as taxas de juros são os principais riscos. Para o analista da Ouro Preto Investimentos, Sidney Lima, os juros altos implicam em aumento do custo de financiamento, o que tende a tende a reduzir a atratividade dos investimentos em ações e, por consequência, dos ETFs que replicam esses ativos.
Inflação também pode afetar desempenho. Em um panorama de pressão pela alta dos preços, as companhias devem registrar lucros menores, afetando, assim, a performance dos fundos. "É crucial que os investidores considerem estratégias de diversificação e estejam preparados para possíveis flutuações no valor de seus investimentos", diz Lima.
ETFs são oportunidade de investir em empresas com risco diversificado. É o que afirma Jorge Kotz, CEO do Grupo X. Ele ressalta que a lista dos fundos com as maiores rentabilidades no último ano é dominada pelos segmentos de tecnologia e criptoativos, de alto risco. No entanto, esse risco é muito mais baixo do que investir individualmente em empresas, já que uma nova solução inovadora pode surgir no futuro a partir de uma startup e derrubar as ações de companhias já estabelecidas nesses setores, por exemplo.
Mesmo com riscos, fundos focados na economia nacional podem ter valorização. Para Galvão, da Nord Investimentos, o patamar atual da taxa básica de juros, a Selic, de 13,25% ao ano não é sustentável. Uma eventual redução dos juros, mesmo que daqui a algum tempo, pode gerar uma correção expressiva para investidores posicionados nesses ETFs.
Há diversos ETFs ao redor do mundo, mas nesse momento eu prefiro assumir risco no Brasil, em razão dos preços que os ativos brasileiros vêm sendo negociados. A nossa Bolsa, por exemplo, está nos menores múltiplos da série histórica.
Christopher Galvão, analista de fundos da Nord Investimentos