El País

 

Israel mata líder do Hamas  MILAGROS PÉREZ OLIVA

Bom dia! ‌ A notícia foi comemorada com bailes nas ruas de Tel Aviv e de outras cidades de Israel. Yahia Sinwar, líder do Hamas e mentor do brutal ataque de 7 de Outubro, está morto. Ele foi morto por soldados israelenses em Gaza. Kamala Harris valorizou a notícia como uma oportunidade para a paz, mas Benjamin Netanyahu foi rápido em dizer que não, a tarefa de Israel ainda não está concluída.

Yahia Sinwar, principal líder político do Hamas, em evento em Gaza, em 14 de abril de 2023. / YOUSEF MASOUD.

Filho de refugiados, sonhava com um Saladino que expulsasse os hebreus das terras palestinas. Antes de ascender ao topo da milícia islâmica, Yahia Sinwar passou mais de duas décadas, um terço da sua vida, em prisões israelitas. Lá ele aprendeu hebraico e examinou a psicologia de seus inimigos. Antonio Pita e Luis de Vega trazem-nos o perfil deste personagem que Israel considerava a encarnação do mal.  ‌ O assassinato do líder máximo do Hamas abre um novo cenário. Poderia ser uma oportunidade para um cessar-fogo e para negociar a libertação dos reféns, mas surge no meio da euforia da guerra e dificilmente haverá uma mudança de rumo.  ‌ Sinwar, Haniya, Nasrallah... Quem são os líderes do Hezbollah e do Hamas eliminados por Israel? Num ano, Israel matou quase todos os líderes das milícias palestinianas e libanesas que visava.

A extrema direita domina o debate sobre imigração na UE

A Presidente da Comissão, Usula Von der Leyen, e a Primeira-Ministra italiana, Giorgia Meloni, presidiram ontem a uma reunião faccional prévia ao Conselho da Europa , destinada a apoiar a viragem migratória promovida pela direita e extrema-direita europeias. Participaram os líderes da Áustria, Chipre, Dinamarca, Grécia, Malta, República Checa, Países Baixos, Polónia, Eslováquia e Hungria, todos a favor do modelo de imigração de Meloni.  ‌ Na cimeira dos 27, o debate sobre a imigração foi tenso. Pedro Sánchez, apoiado pela Bélgica, serviu de contrapeso ao defender que a Europa precisa de imigrantes para compensar o inverno demográfico. Ele defendeu o controle de chegada respeitando os direitos humanos.  ‌ O centro de Gjadër na Albânia: mais próximo de um campo de concentração do que de um centro de acolhimento. Nosso correspondente Íñigo Domínguez ainda está lá.  ‌ Romper com o direito ao asilo. Nesta análise, Bernardo de Miguel conta-nos como uma das principais conquistas do direito internacional, a protecção dos refugiados, está a retroceder na Europa.

Derrubar Sánchez “com todos os meios disponíveis”

Alberto Núñez Feijóo aparece em Bruxelas depois de participar na Cimeira do PPE, esta quinta-feira. / DAVID MUDARRA (PP).

Miguel Tellado, o loquaz porta-voz do PP, explicou ontem com clareza cristalina a estratégia que o partido segue: “Temos que demitir Sánchez e faremos isso com todos os meios à nossa disposição ” . Isto inclui a guerra nos tribunais, como a denúncia que foi apresentada contra o PSOE por financiamento ilegal com um recorte de imprensa sem fonte como único suporte. Alberto Núñez Feijóo também saiu em defesa da denúncia: “O importante não é como começa, mas como termina”. ‌ Pouco depois, a Promotoria Anticorrupção se opôs à denúncia. O juiz Santiago Pedraz terá agora que decidir se admite ou não.  ‌ Ignacio Peyró faz neste fórum uma pergunta incômoda para o PP: se tivesse que governar amanhã, estaria preparado?  ‌ Por sua vez, o procurador-geral, Álvaro García Ortiz, submeteu ontem a sua decisão de não renunciar ao parecer da Procuradoria e do Conselho Fiscal, e não saiu mal. Apenas oito dos 30 membros do Conselho pediram que ele renunciasse. Sánchez apoiou mais uma vez o procurador-geral. ‌ Xavier Vidal-Folch explica-nos as lacunas da ordem do Supremo Tribunal contra o procurador-geral.

Kamala Harris marca perfil presidencial

No cenário mais adverso possível, um conjunto da ultra rede Fox News, em entrevista cara de cachorro, Kamala Harris refutou as posições xenófobas de Donald Trump e se distanciou da atual administração: “Minha presidência não será uma continuação da de Biden”. ele disse. Miguel Jiménez traz-nos a crónica da campanha que, como aponta o nosso editorial, se aproxima da recta final : ‌ Harris está tentando apresentar-se como candidata à continuidade e à mudança, um equilíbrio difícil. Ele tenta atrair eleitores republicanos moderados que não confiam muito num candidato presidencial “instável” e imprevisível como Trump.

A esquerda se rearma

Líderes do Podemos, este domingo, durante a manifestação pela habitação em Madrid. / CHEMA MOYA (EFE).

Este será um outono de conferências e de revisão de estratégias em todo o arco político. A atenção centrou-se nos congressos enfrentados pelo PSOE e pelas forças pró-independência, com a ERC num traumático processo de revisão e os Junts pendentes de redefinir a sua essência. Mas também na constelação à esquerda do PSOE – especificamente em Podemos, Més Compromís, Verdes Equo, Catalunya en Comú e Sumar – haverá uma revisão de estratégias e roteiros . Paula Chouza e Ferrán Bono nos explicam.

As universidades privadas estão crescendo como cogumelos

Não haverá estudantes para tantas universidades. A proliferação de centros privados não é um fenómeno exclusivo de Madrid. A Andaluzia aprovou quatro em 10 meses, as Ilhas Canárias estão a processar o quinto e a Extremadura planeia mais quatro, dois híbridos e dois virtuais. Esse impulso docente coincide com a chegada do governo de coalizão PP-Vox, que mudou o modelo de bolsas universitárias para “priorizar” a excelência em detrimento da renda familiar.

Em poucas palavras

Ontem, o Banco Central Europeu baixou o preço do dinheiro em 25 pontos base. A taxa de depósito permanece em 3,25%. Mas a redução é uma trégua que chega tarde , segundo o editorial do EL PAÍS.  ‌ Até 52 reclusos da ETA poderão beneficiar da reforma que permite validar os anos de prisão cumpridos no estrangeiro, segundo um estudo realizado por um grupo de apoio a estes reclusos . ‌ Ontem o ministro Fernando Grande-Marlaska recebeu insultos homofóbicos de cerca de trinta estudantes da Universidade de Navarra.

Al Pacino, o menino que escapou do Bronx

Al Pacino, no dia 10 de março na última gala do Oscar. / FRANK MICELOTTA (IMAGENS DISNEY-GETTY).

Sonny Boy, apelido que sua mãe lhe deu, estava destinado a pular de telhados, dormir nas ruas, ficar bêbado e talvez morrer em uma briga com a polícia. Mas aquela criança com dons extraordinários para desempenhar muitos papéis na vida sabia como escapar do fator CEP. Aos 84 anos, Al Pacino publica um livro de memórias em que resgata o menino que estava no bairro mais pobre de Nova York e o acompanha com a mentalidade de um sobrevivente na escalada do sucesso. Ele os chama de Sonny Boy .  ‌ Isto é tudo por hoje. Tenha um bom fim de semana! ‌ Obrigado por nos ler!

SOBRE A ASSINATURA MILAGROS PÉREZ OLIVA No El País desde 1982, trabalhou como repórter especializada em temas de sociedade e biomedicina, e desempenhou responsabilidades como editora-chefe, tarefas que combinou com a docência universitária na Faculdade de Jornalismo da Universidade Pompeu Fabra. Ele projetou e dirigiu o primeiro suplemento de Saúde do jornal. Foi Defensora do Leitor de 2009 a 2012, quando ingressou na Opinion como editorialista e colunista. Ela é responsável pelo boletim informativo matinal El País.

Até que ponto você dependeria de Juan Roig? AMANDA MARTE

Muito bom dia, ‌ Espero que você esteja tendo uma boa semana. Hoje em dia pensei que ser um fornecedor de referência da Mercadona garante um volume de vendas formidável e deve ser um trampolim sem paralelo para qualquer empresa alimentar em Espanha, mas, ao mesmo tempo, pode levar a uma monocultura que sempre acarreta riscos , o de depender de um cliente único e poderoso. ‌ Me veio à mente quando li  a história do fornecedor de presunto publicada por Javier García Ropero , repórter especialista no setor. Se eu lhe contar a Incarlopsa, provavelmente você continuará o mesmo, mas é um grupo espanhol que fatura quase 1,2 bilhão de euros, e mais da metade dele é devido aos supermercados de Juan Roig. Especificamente, 59%. E têm riscos diversificados, porque há alguns anos ultrapassava os 75%. Agora eles pretendem melhorar a lucratividade. Faz você pensar sobre o modelo de negócio, seus prós e contras. ‌ Hoje é o dia do BCE. Para compreender bem o que está a acontecer,  recomendo que leiam o artigo anterior de Álvaro Sánchez , no qual ele explica porque é que Frankfurt já não teme a chamada inflação armadilha de Setembro e irá baixar as taxas de qualquer maneira. (Se isso não acontecer, prometo outro boletim informativo focado no mea culpa .) Durante a manhã também explicaremos as chaves do discurso, o que você deve ler nas entrelinhas de Christine Lagarde, e algo essencial: como tudo isso afeta você, mesmo que você não tenha hipoteca. Falando nisso, se você está pensando em se candidatar, está interessado no que diz Ricardo Sobrino, do Mercados: os bancos pretendem começar a flexibilizar as condições  de concessão de crédito à habitação na reta final do ano.  ‌ Deixo-vos aqui estas e mais algumas peças para terem uma perspectiva diferente sobre a economia e as empresas. Muito obrigado por me receber em sua caixa de correio. ‌ Um abraço, ‌ Amanda

Grande fornecedor de presunto da Mercadona que visa 1,5 mil milhões Jesús Loriente, novo CEO do produtor de carnes Incarlopsa, confia na melhoria da rentabilidade e na redução da dívida como grandes objetivos

O BCE já não teme a inflação ‘armadilha’ em setembro: tudo aponta para um novo corte nas taxas A incerteza sobre o crescimento na zona euro e a moderação dos preços aceleram os cortes, que os analistas e o mercado de futuros dão como certo na reunião desta quinta-feira.

O Ibex atinge máximos desde 2010 graças à Inditex, mas colide com 12.000 A Bolsa Espanhola supera as quedas de outros mercados europeus e regista uma valorização de 0,56%. Quedas no sector bancário devido à iminente redução das taxas de juro na zona euro

O grupo basco Sidenor abre portas a uma OPA de 100% da Talgo A empresa industrial informa à diretoria da fabricante de trens que considera “uma aquisição total ou parcial”

Chicharros SA: valores que sobem até 50% quase sem negociação e com altas doses de risco As empresas que mais valorizam no mercado são as cotadas que valem menos de 100 milhões de euros e que carecem de acompanhamento por análise.

Acordo Muface: novas terapias oncológicas e cuidados bucais, pontos críticos para as seguradoras Governo publica caderno de encargos para cuidados de saúde de 1,49 milhões de funcionários públicos e familiares

ESPECIAL | Habitação. A grande crise Não há projeto de vida que se desenvolva sem telhado, sem uma casa que lhe proporcione segurança e autonomia para uma vida plena. Milhões de pessoas em todo o mundo não podem exercer o direito à habitação

SOBRE A ASSINATURA AMANDA MARTE Diretor da CincoDías e vice-diretor de informação econômica do El País. Vinculada ao El País desde 2006, ingressou na delegação de Barcelona e foi editora e vice-chefe da seção de Economia em Madrid, além de correspondente em Nova York e Washington (2015-2022). Antes, trabalhou na La Gaceta de los Negocios e na agência Europa Press.

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