A taxa de juros no Brasil voltou ao patamar do auge da crise que derrubou a ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016. Em mais uma decisão unânime, o Comitê de Política Monetária do Banco Central elevou a Selic em um ponto percentual, a 14,25% ao ano, e sinalizou nova alta, só que menor, na próxima reunião, em maio. “Diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, da elevada incerteza e das defasagens inerentes ao ciclo de aperto monetário em curso, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de menor magnitude na próxima reunião”, diz o comunicado do Copom. Essa foi a terceira alta de um ponto consecutiva, e, se de fato houver novo aumento em maio, a Selic alcançará o maior patamar em quase 20 anos. O Copom diz que a magnitude total do ciclo de aperto monetário “dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”. (Meio e InfoMoney) Alex Ribeiro: “Um aspecto curioso é que, como o Copom deixa na mesa três possibilidades , o ponto médio traz mais informações. Quando o BC deixa a porta aberta para movimentos, por exemplo, de 0,5 ponto e de 0,25 ponto, o ponto médio está em 0,375 ponto percentual. Com três possibilidades, o ponto médio está em 0,5 ponto percentual. O Copom tinha que tomar uma decisão sobre quanto comunicar. Se deixasse de dar indicações mais claras sobre seus passos futuros, havia o risco de participantes do mercado financeiro entenderem que o ciclo de aperto monetário acabou ou está perto do fim”. (Valor) Enquanto isso... a reprovação ao trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disparou de 24% em dezembro para 58% em março, o maior patamar desde o início do governo, segundo pesquisa Genial/Quaest com 106 fundos de investimentos em São Paulo e no Rio de Janeiro. Já a avaliação positiva despencou de 41% para 10%, enquanto 85% dos entrevistados afirmam que Haddad está mais fraco do que no início da gestão. A avaliação negativa do governo Lula caiu de 90% para 88%. (CNN Brasil) Também como esperado pelos analistas, o Federal Reserve decidiu manter as taxas de juros inalteradas no intervalo entre 4,25% e 4,5%. E manteve a previsão de dois cortes de 0,25 ponto percentual neste ano. O que o banco central americano mudou foi sua perspectiva sobre a inflação, passando de 2,5% para 2,8%, e o crescimento econômico, de 2,1% para 1,7%, em meio a um “aumento das incertezas” devido às políticas econômicas do presidente Donald Trump. (Yahoo Finance)
O Supremo Tribunal Federal formou maioria para manter os ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Flávio Dino no julgamento da denúncia por tentativa de golpe de Estado contra Jair Bolsonaro (PL) e sete aliados. A defesa do ex-presidente pediu o afastamento de Dino e Zanin; a do ex-ministro Braga Netto, o de Moraes, e a do general da reserva Mário Fernandes, o de Dino. Oito ministros já votaram para rejeitar os pedidos: Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Dias Toffoli, Edson Fachin e Cármen Lúcia. Moraes, Dino e Zanin não votaram nas ações em que são alvo. Ainda faltam os votos de Luiz Fux, André Mendonça e Nunes Marques, que podem inseri-los no sistema do plenário virtual até as 23h59 de hoje. (UOL) Moraes liberou para julgamento a denúncia do segundo núcleo de acusados pela trama golpista. A análise ocorrerá em 29 de abril. Entre os denunciados estão Filipe Martins, ex-assessor de assuntos internacionais de Bolsonaro, e Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal. (Globo) No Senado, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) eliminou do projeto que altera a Lei da Ficha Limpa o trecho que poderia deixar Bolsonaro elegível. O texto aprovado na Câmara condicionava a inelegibilidade a “comportamentos graves aptos a implicar cassação de registros, de diplomas ou de mandatos”. O ex-presidente foi condenado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2023 por abuso de poder político, mas, como havia perdido as eleições, a Corte não cassou retroativamente o registro de sua candidatura. A nova versão retirou a referência à cassação de registros, diplomas ou mandatos. A avaliação nos bastidores é que a bancada bolsonarista prefere concentrar seus esforços no projeto que anistia os golpistas. (Folha)
Dois meses após anunciar que entraria para a política, Gusttavo Lima desistiu de disputar a Presidência da República em 2026. A decisão foi motivada pela oposição de sua família à candidatura e pela dificuldade em lidar com as negociações políticas. “Você tem que sentar para negociar coisas que, às vezes, não são de interesse do Brasil, mas de partidos e de pessoas. Não tenho estômago. Meu negócio é trabalhar e ajudar as pessoas”, disse, acrescentando que ainda não decidiu se apoiará algum candidato. (Metrópoles) Meio em vídeo. Em 2024, 55% dos homens americanos votaram em Donald Trump. No Brasil, em 2022, 50% dos homens votaram em Jair Bolsonaro. Em ambas as eleições, 45% das mulheres votaram nos candidatos de extrema direita. E 47% das pessoas de 30 a 44 anos votaram em Trump, enquanto 50%, em Bolsonaro. Um total de 52% de quem tem renda média nos EUA votou em Trump e 54%, em Bolsonaro. Preciso falar de educação? Uma pista: não é coincidência. Assista a Pedro Doria no Ponto de Partida. (YouTube)
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, concordou com um cessar-fogo parcial com a Rússia focado em “energia e outras infraestruturas civis”. Após uma ligação telefônica de uma hora com Donald Trump, Zelensky disse que é um primeiro passo no que espera ser uma “paz duradoura” mais de três anos depois de seu país ser invadido. O cessar-fogo de 30 dias seria o resultado mais concreto até agora do esforço de Trump para acabar com a guerra. Na véspera, o americano teve uma longa conversa com o presidente russo, Vladimir Putin, em uma tentativa de intermediar um acordo e restaurar relações mais amplas com o Kremlin, praticamente congeladas desde a invasão da Ucrânia. (Washington Post)
O exército israelense retomou os ataques terrestres em Gaza, recapturando parcialmente uma área-chave no enclave, um dia após lançar um bombardeio aéreo que encerrou o cessar-fogo de dois meses. Israel acusou o Hamas de se recusar “repetidamente” a libertar reféns e rejeitar ofertas de mediadores. Já o grupo terrorista culpou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de derrubar unilateralmente a trégua e colocar os reféns “em risco de um destino desconhecido”. (CNN) |