Le Monde Diplomatique Brasil.

Edição de Abril sobre ataques aos direitos das mulheres

A capa foi ilustrada por Pri Wi

EDITORIAL Onde foi que erramos? Depois de esgotados todos os recursos, todos os apelos, todas as tentativas de obter apoio e solidariedade tanto da cidadania quanto do governo, estamos em risco de fechar o jornal Por Silvio Caccia Bava

Retroceder não é uma alternativa Mesmo sob um governo progressista, direitos reprodutivos continuam sendo minados por uma dominância de grupos religiosos e conservadores nos campos político, judiciário e cultural Por Carolina Azevedo

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Mulheres antifeministas na cena política Os discursos antigênero e antifeministas são centrais na pauta da direita radical, abarcando o combate à educação em gênero e sexualidades, o casamento entre pessoas do mesmo sexo, o feminismo e os direitos das pessoas trans. Essa realidade traduz-se em legislações e diretrizes de políticas públicas, as quais vêm restringindo os direitos e as liberdades desses grupos em vários países Por Camila Galetti e Débora Messenberg

A dimensão internacional da cruzada antigênero no governo Bolsonaro A guinada ultraconservadora na política externa brasileira do governo Bolsonaro constituiu um significativo afastamento dos pilares por meio dos quais o Brasil acumulou um capital diplomático ao longo dos anos. Não à toa, vencidas as tensas eleições, o governo Lula direciona muita energia à política externa como parte central de seu projeto de reconstrução da democracia Por Déborah Silva do Monte e Matheus de Carvalho Hernandez

No país onde “the gun” reina Em uma canção de Johnny Cash, uma mãe implora em vão que o filho não “leve as armas para a cidade”. Um sábio apelo que quase 50 milhões de norte-americanos ignoram. Embora a maioria deles seja constituída por republicanos conservadores interessados em defender a Segunda Emenda da Constituição, que lhes garante o direito de portar armas, a estes se unem muitos democratas e progressistas que passaram a se engajar no princípio da autodefesa Por Maëlle Mariette e Franck Poupeau

Israel: dirigentes laicos lançam mão da religião Movimento laico cujos militantes eram em sua maioria originalmente ateus, o sionismo não hesitou em se apropriar de conceitos fundamentais do judaísmo e remodelá-los para construir uma identidade nacional. Com essa preponderância histórica do referencial religioso, como podemos nos surpreender que o discurso messiânico seja hoje usado para justificar a devastadora guerra travada pelo Exército israelense em Gaza? Por Marius Schattner

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Discursos e práticas “salvacionistas” sobre as energias limpas reforçam racismo ambiental Na resistência às injustiças climáticas, mulheres negras têm articulado estratégias de comunicação e luta pelo bem viver Por Alfredo Portugal e Nataly de Queiroz Lima

A absorção da política pelo capital e a atualização da agenda de esquerda O poder político dos oligopólios financeiros se traduz, por fim, na própria redução do Estado a uma dimensão empresarial, em que o direito público perde sua validade operativa, em favor do direito privado Por João Roberto Lopes Pinto

Futuro insustentável Benefícios e isenções fiscais aos combustíveis fósseis são um obstáculo aos esforços de mitigação das mudanças climáticas e uma ameaça ao desenvolvimento sustentável Por Alessandra Cardoso, Nicole Oliveira e Ricardo Baitelo

Destaque: 60 anos do golpe

A Casa Branca no Planalto verde-oliva Insistir no debate sobre o cenário transnacional é o melhor caminho para entender, além do dia 31 de março, ou do 1º de abril, os 21 anos que se seguiram

Os sessenta anos do golpe civil-militar de 1964 e a memória pública Nos sessenta anos do golpe de 1964, assumem os generais, impunes, por trás das coxias, o papel de intérpretes jurídicos do território da memória pública

O regime jurídico-econômico do autoritarismo e as suas continuidades Ditadura alterou a regulação do regime jurídico do capital estrangeiro e adotou uma política concorrencial favorável à concentração das multinacionais

Podcast

Neste episódio do Guilhotina, recebemos o juiz de Direito Felipe Morais Barbosa, que publicou, em 2023, o livro “Atitude suspeita: a seletividade na atuação da Polícia Militar no combate ao narcotráfico”. Fruto de uma pesquisa que analisou mais de 1.000 prisões em flagrante delito por suspeita de tráfico de entorpecentes, a obra denuncia que cor da pele e pobreza são elementos fomentadores da abordagem policial e passíveis de aprisionamento.

Online

COP29: rumo ao autoritarismo fóssil do Azerbaijão por Carlos Bocuhy

Poder político e institucional de militares permanece por Julia Almeida

Cultura

(Diretor de “Meu nome é Alfred Hitchcock”, Mark Cousins é homenageado no festival) É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários Acontece, entre 3 e 14 de abril, o festival de documentários É Tudo Verdade. Serão exibidos mais de 70 filmes, entre curtas e longas, em cinemas espalhados por São Paulo e Rio de Janeiro, com entrada franca. A 29ª edição do festival traz documentários de 34 países, com destaque para produções brasileiras como “Um Filme Para Beatrice”, novo filme de Helena Solberg, e “Antonio Candido, Anotações Finais”, de Eduardo Escorel. Além dos lançamentos, o festival homenageia com retrospectivas o fotógrafo Thomaz Farkas, no ano do centenário de seu nascimento, e o diretor e ensaísta britânico Mark Cousins, que visita o Brasil pela primeira vez. Além da exibição de 8 de seus documentários, Cousins também participará de uma masterclass que ocorre na Cinemateca Brasileira no dia 9 de abril. A aula faz parte da 21ª Conferência Internacional do Documentário, que também conta com uma conversa entre Walter Lima Jr., Jorge Bodanzky, Eduardo Escorel e Fernandes Junior sobre a obra de Farkas. Também serão debatidos em encontros da conferência os 50 anos da revolução dos cravos e o cinema de Claude e Dina Lévi-Strauss no Brasil. Saiba mais sobre a programação do festival no site. Cidad3: Imprensa Livre!!! Saúde, Sorte e $uce$$o: Sempre!!!