Bom dia!
Há menos de dois meses de sua posse como presidente dos Estados Unidos, Donald Trump confirma que fará o que prometeu em campanha: quando o assunto é comércio internacional, será agressivo não só com a China, mas também com parceiros comerciais consolidados.
Na noite de ontem, ele usou a rede True Social para anunciar que elevará as tarifas cobradas dos produtos importados de México e Canadá para 25%, além de um adicional de 10% sobre os ítens chineses. A medida valeria a partir do primeiro dia do seu novo mandato, que começa em 20 de janeiro.
Tarifas mais altas de importação tendem a causar uma alta de preços ao consumidor no mercado interno, o que pode significar uma alta da inflação. Isso num momento em que o Fed, o BC americano, ainda não conseguiu levar a inflação do país de volta à meta de 2% ao ano.
Não só isso, tarifas elevadas podem causar mudanças no comércio internacional e afetar o crescimento da economia global. Os EUA são destino de 83% das exportações mexicanas e de 75% dos itens produzidos no Canadá.
No primeiro mandato de Donald Trump, a indústria de aço brasileira foi alvo do aumento das alíquotas e se tornou um símbolo do efeito das medidas protecionistas de do americano.
O anúncio de Trump pesa sobre os mercados internacionais. Os futuros das bolsas americanas operam perto da estabilidade nesta manhã, enquanto as bolsas europeias cedem, pressionadas pela queda das ações das montadoras europeias. O EWZ, o fundo que aponta a tendência para o Ibovespa, recua 0,40%.
No Brasil, investidores seguem impacientes com a demora na divulgação do pacote de corte de gastos. O ministro Fernando Haddad afirmou que o documento está pronto, mas não sinalizou quando o texto será divulgado.
Sem a medida vinda de Brasília, investidores terão pela manhã a divulgação do IPCA-15, isso num cenário em que o mercado financeiro projeta semana a semana uma alta da inflação oficial do país. À tarde, haverá a divulgação da ata da reunião mais recente do Fed. Bons negócios.