Após denúncia do BdF, STF reduz taxas de cemitérios privatizados em SP

 

Depois de privatizar cemitérios, gestão de Ricardo Nunes aumentou os custos de funerais em 11 vezes. A nossa investigação revelou o escândalo – e ajudou a mudar a história.

Privatização do luto: quem lucra com a sua dor?

­ ­ Como nossas denúncias enfrentaram o abuso nos cemitérios privatizados em SP   Uma família em luto. Uma conta 11 vezes maior que o esperado. Desde a privatização pela gestão de Ricardo Nunes (MDB), o preço dos funerais dispararam nos 22 cemitérios de São Paulo (SP). A denúncia, feita pelo Brasil de Fato em março deste ano, revelou como esses aumentos abusivos atingem diretamente as famílias mais vulneráveis. E após nossa série de reportagens, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que os valores cobrados retornem aos patamares anteriores.   Esse resultado dificilmente seria possível sem um jornalismo investigativo e comprometido. Mas a luta ainda não acabou.   Fortaleça o jornalismo que coloca a justiça e a dignidade no centro da notícia.    APOIE O BRASIL DE FATO AGORA ­ O lucro acima da dor    Gravações obtidas com exclusividade revelam que, além do aumento abusivo nos preços, com casos de velórios e sepultamentos chegando a custar até R$ 77 mil, funcionários induzem as famílias a acreditarem que serviços opcionais, como embelezamento de corpos ou aluguel de salas especiais, são obrigatórios por lei. Em alguns casos, enlutados foram ameaçados com multas que não existem. A exploração da dor virou estratégia para aumentar os lucros.    “Eu me senti coagida. Na hora que a gente está lá, todo mundo em desespero e chorando, não tem opção de fazer de outra forma. Ela falou que se não pagasse caixão, meu irmão seria enterrado como indigente. Então, juntamos todo mundo e pagamos.”  Érica Maria Maranhão da Silva, trabalhadora autônoma que enfrentou um calvário para garantir o enterro de seu irmão ­ Jornalismo que faz a diferença    Ao longo de 2024, investigamos os efeitos da privatização, ouvimos famílias, coletamos documentos e expusemos as práticas dessas empresas. Com a grande e essencial colaboração do jornalismo independente, o STF determinou a redução das tarifas e destacou que há indícios de "graves violações".   Mas essa vitória é só o começo. Precisamos continuar questionando quem lucra com o sofrimento e denunciando os abusos – e, para isso, precisamos de você.   Quer continuar vendo esse tipo de jornalismo? Faça parte desta luta.   CONTRIBUA COM O BRASIL DE FATO ­ Quando a dor vira lucro, quem está ao seu lado?     Assim como você, não nos calamos diante das injustiças. Vamos onde o poder econômico quer impor silêncio e investigamos onde poucos ousam olhar. Uma das nossas missões neste caso é expor práticas abusivas, questionar quem lucra com a dor e, acima de tudo, defender o direito à dignidade.     Mas para que isso continue, precisamos de leitores como você. Cada apoio ao nosso jornalismo é um passo para garantir que essas histórias continuem sendo contadas. Se você acredita na força de um jornalismo comprometido com o interesse público, clique no botão abaixo e junte-se a nós.    ­ Transforme sua indignação em ação. Faça parte dessa luta.  APOIE O BRASIL DE FATO AGORA ­ Saiba mais sobre a privatização do luto em SP:  Comercialização da morte: paulistanos denunciam práticas abusivas de funerárias após a privatização dos cemitérios. Confira a reportagem Exclusivo: prints e gravações expõem abusos das funerárias em São Paulo. Leia mais Funerais em São Paulo: 11 vezes mais caros após privatização. Veja a análise completa do impacto da privatização nos custos da população. Nos encontramos na batalha,  ­

Igor Carvalho Repórter do Brasil de Fato há 6 anos