05 novembro, 2024

Revista ZUM

 

ARQUIVO ZUM

Em sua extensa obra, Januário Garcia (1943-2021) registrou diversos momentos da vida e da cultura brasileira: o movimento negro, a luta antirracista e grandes nomes música brasileira. São de Januário as imagens de artistas que ilustram capas icônicas de discos de Leci Brandão, Belchior, Fagner, Caetano Veloso, Raul Seixas, Chico Buarque e muitos outros. O pesquisador Raoni Moreno apresenta algumas dessas capas e revela histórias por trás dos cliques de Januário.

 


Força negra – Em entrevista, o fotógrafo baiano Lázaro Roberto apresenta o Zumví em a Denise Camargo, destacando a importância desse acervo como campo de militância e lugar de memória do povo negro. “Quando congelo o momento, percebo que nossa ancestralidade transcende a África, mas ainda permanece aqui. Esse é o corpo da diáspora negra.”
Na tragédia da explosão no porto de Beirute em 2020, que matou quase 200 pessoas, a fotógrafa libanesa Lara Tabet perdeu sua casa e se viu jogada em uma vida nômade forçada. “A explosão como tal me fez perceber a ciclicidade da formação de imagens a que estamos sujeitos. Destruição e suas consequências em Beirute. Algo que sinto ter fotografado minha vida inteira. A guerra civil, a guerra de 2006 contra Israel. Os mesmos tipos de imagens passando diante dos meus olhos, como um carrossel quebrado”.
RECOMENDAÇÕES 

No site LensCulture, resenha do livro El pez muere por la boca (O peixe morre pela boca), do fotógrafo colombiano Santiago Escobar-Jaramillo. O livro desafia preconcepções sobre o seu país natal: “centrado naqueles que resistem à pressão do tráfico de drogas e mantêm sua própria cultura e resiliência, o ambicioso projeto de Escobar-Jaramillo deafia categorizações fáceis.” [Site LensCulture]

Em suas fotografias dinâmicas, a fotógrafa norte-americana Wendy Red Star reformula narrativas históricas em uma perspectiva feminista e indígena. Em entrevista ao site da revista Aperture, a renomada artista fala sobre laços familiares, história nativa e como estudar escultura inspirou sua fotografia que desafia gêneros e estilos. [Revista Aperture]

Artigo do site Art in America discute o uso da inteligência artificial por artistas. “A IA, em essência, ampliou essa abordagem analítica para representação e a levou para a próxima dimensão. Enquanto a fotografia representa o que algo é, a IA representa como algo funciona. Ela modela e executa as conexões visuais que fazemos e as expectativas incorporadas que moldam essas conexões.” [Site da Art in America]

Na revista digital Recorte, ensaio da designer Karina Rampazzo busca aproximar o design da discussão sobre fotolivros. “Em um fotolivro, vejo fotografias, claro, mas também vejo espaços vazios, textos, formas, cores – manipulo a capa – abro o livro, folheio as páginas, me fixo em determinadas imagens, me distraio em outras, faço associações entre elas.” [Revista Recorte]

INSCRIÇÕES ABERTAS

Annual Photography Awards – até 15 de dezembro
Sony World Photography Awards – até 10 de janeiro
Photobook Dummy Award 2025 – até 31 de janeiro
FotoEvidence Women Award – até 25 de fevereiro

TODAS AS IMAGENS VÃO DESAPARECER por Tadáskía & Diane Lima
 
As performances feitas pela artista carioca Tadáskía com amigos e familiares utilizam objetos do cotidiano para revelar ou esconder identidades e afetos, ressaltando formas de comunhão e resistência.
 
Em ensaio publicado na edição impressa da revista ZUM #27, e agora aberto no site, a curadora Diane Lima aponta que “na contramão de muitas fotos de família abandonadas ou jogadas fora, a economia da propriedade visual e a relação entre possuir e ser possuída alinham ‘Corda dourada’ com a história. Para Tadáskía, o passado dessa fotografia é o presente e a história da existência negra.”

SERTÃO INFINITO por Ronaldo Entler
 
Há dez anos, morria o fotógrafo pernambucano Alexandre Severo. Contratado como fotógrafo da campanha de Eduardo Campos nas eleições presidenciais de 2014, Severo estava no avião que levava o candidato e sua equipe em uma viagem pelo estado de São Paulo. Em meio a um temporal, a aeronave caiu na cidade de Santos.
 
O colunista Ronaldo Entler relembra a carreira e a obra do fotógrafo “uma potência já demonstrada com sobra, materializadas em imagens que, no entanto, ele gostava de gestar coletivamente, em conversas afetivas que ele ia recolhendo pelo caminho.”

DIÁRIO CORPO PRETA por muSa michelle mattiuzzi
 
Artista selecionada na Bolsa ZUM/IMS de 2023, muSa michelle mattiuzzi conta o processo criativo e o desenvolvimento do ensaio “Corpo Preta, composições com rosas vermelhas para arquivo em preto e branco”. Em formato de diário, nesta primeira parte, mattiuzzi comenta a importância da escrita (e seus traumas) na concepção do trabalho e no diálogo com a performance e a fotografia.
 
“São cartas que me permitiram a liberdade criativa para as elaborações de experiências com a performance e a fotografia analógica, as dietas com banhos de ervas medicinais para limpar o canal criativo, a escrita no trânsito de migração.” [Foto: Yná kabe rodríguez]


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