Melania Trump aparece. Biden aparece. Obama aparece.
Biden, é você? Melania, é você? Obama, você também?
Quem costuma aparecer é fantasma, mas ontem o que apareceu de gente para assombrar campanhas? Ok, o Obama parece que vai aparecer para fazer campanha para a Kamala, viajando pelo país por 27 dias, então vamos deixá-lo de fora.
A Melania Trump é aquela pessoa que a gente vê uma vez a cada seis meses. Eis que ela reapareceu com um livro de memórias. Mas a novidade mesmo ontem foi uma reportagem do The Guardian contando que ela defende apaixonadamente o aborto em seu livro. Ficou todo mundo meio assim:
e agora? Isso é bom para o Trump? Isso é ruim para o Trump?
As pesquisas mostram que a maioria dos republicanos vai votar a favor do aborto nos plebiscitos que acontecem em vários estados, junto com a eleição principal. Esses plebiscitos surgiram porque a Suprema corte, sob influência de juízes nominados por Trump, derrubaram o direito de décadas que as mulheres tinham de fazer aborto em todo o país.
De lá para cá, são constantes as notícias de mulheres morrendo por conta de falta de atendimento, sendo negligenciadas por uma questão ideológica. Mesmo mulheres com abortos espontâneos não são atendidas. Por isso, virou uma questão eleitoral (mas bem diferente do que acontece aqui no Brasil, que se um candidato falar que apoia aborto, perde na hora). Por isso, Kamala apoia fortemente a questão e Trump também começou a apoiar, mas timidamente (meio um pé lá e outro cá, afinal tem muito republicano veementemente contra, ainda).
Ele defende o aborto somente em casos de risco de morte ou estupro e até um certo prazo de gestação. Mas recentemente primeiro disse que votaria a favor e depois disse que votaria contra. Aquele momento em que você não sabe qual eleitor agradar. Só sei que como todo assunto é um bom assunto para inventar uma fakezinha, ele saiu dizendo que os democratas estavam matando bebês de 9 meses.
Melania falar tão abertamente que é a favor do aborto poderia ser uma forma de conquistar todos os republicanos das pesquisas que dizem que vão votar a favor do aborto nos plebiscitos, ou seja, o voto das mulheres.