31 outubro, 2024

Canal do Meio

 

Lição

Orlando Pedroso


Lira costura apoio de PT e PL a Hugo Motta na Câmara

Com o fim das eleições municipais, as atenções em Brasília se voltaram para outra votação: a que definirá o comando das duas casas do Congresso no início do ano que vem. O atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), oficializou nesta terça-feira seu apoio a Hugo Motta (Republicanos-PB). O candidato, que contou com a desistência do presidente nacional do seu partido, Marcos Pereira (SP), agora busca a bênção oficial de PT e PL, mas ainda há questões a resolver. Enquanto o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro tenta condicionar o apoio a Motta à aprovação do projeto que anistia golpistas que atacaram Brasília em 8 de janeiro de 2023, o PT é contra a iniciativa. Antes do anúncio com Motta, Lira atrasou a tramitação do projeto ao criar uma comissão especial para analisá-lo, tirando-o da Comissão de Constituição e Justiça, onde estava já na pauta de votação. (Folha)

Para negociar o apoio do PL a Motta, assim como à candidatura de Davi Alcolumbre (União Brasil) à presidência do Senado, Bolsonaro esteve ontem no Senado e afirmou que várias negociações estão na mesa, defendendo a anistia aos golpistas e a ele próprio, inelegível devido a duas decisões da Justiça Eleitoral. “Foi um julgamento político e estamos buscando maneiras de desfazer isso aí. A prioridade nossa é o pessoal que está preso, eu sou o segundo plano”, disse. O ex-presidente afirmou que conversou com Lira e apoiou a decisão de retirar a anistia da CCJ. Ou seja: o movimento do presidente da Câmara de atrasar o projeto foi calculado para conseguir apoio do PT, mas sem desagradar seu antagonista, o PL, dono da maior bancada entre os deputados, com 92 das 513 cadeiras, e 14 dos 81 senadores, menos apenas que o PSD (15). (Folha)

No entanto, membros da bancada petista na Câmara se mostraram resistentes a apoiar Motta. Para eles, o deputado precisa se comprometer a não pautar o PL da Anistia. “Seria muito delicado se ele pautasse este tema no ano que vem”, afirmou Jorge Solla (PT-BA). Rui Falcão (PT-SP) também espera um posicionamento formal de Motta sobre o tema. O candidato, no entanto, deixou aberta a possibilidade de pautar a anistia em 2025, mas defendeu o “equilíbrio”, dizendo que o projeto não pode se misturar com a sucessão na Casa. (Globo)

Caso seja eleito, Motta, que tem 35 anos, será o parlamentar mais jovem a presidir a Câmara – como foi o deputado mais novo da República ao se eleger pela primeira vez, em 2010, aos 21 anos. É conhecido por ter ótimo trânsito na Câmara e com o setor privado. Tem se apresentado como um candidato que buscará consenso. Mas há quem se preocupe com sua intimidade com o ex-deputado Eduardo Cunha e também com o presidente do PP, Ciro Nogueira (PI). (Jota)

Enquanto isso... No relatório final do inquérito que apura a responsabilidade de autoridades do Distrito Federal no 8 de Janeiro, enviado ao Supremo Tribunal Federal, a Polícia Federal afirma que foram constatadas falhas “evidentes” da Secretaria de Segurança Pública, como a “ausência inesperada” do então secretário Anderson Torres, que estava nos Estados Unidos. Também destacou a “falta de ações coordenadas” e a “difusão restrita de informações cruciais” como “fatores decisivos” para a “ineficiência da resposta das forças de segurança”. (g1)

Aniversário do Meio. Que agro é esse? Na Edição de Sábado que liberamos para todos os assinantes hoje, Pedro Doria conta como o setor que mais apoiou Bolsonaro evoluiu conquistando não só uma fatia expressiva do PIB brasileiro como corações e mentes.


O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes anulou, na última segunda-feira, as condenações do então juiz Sergio Moro contra o ex-ministro petista José Dirceu na Lava Jato. A determinação atende a pedido da defesa e concorda em estender ao político decisão da Corte que considerou Moro suspeito para julgar processos contra o presidente Lula. Dirceu foi condenado por Moro em dois casos, em 2016 e 2017, com penas que somavam 34 anos de prisão. A anulação faz Dirceu retomar seus direitos políticos. (Folha)

Vera Rosa: “Para Lula, o ex-chefe da Casa Civil tem como auxiliar em várias ‘missões’, como a de reconstruir o PT – que vai renovar sua cúpula em 2025 –, melhorar o diálogo do Palácio do Planalto com empresários e políticos do centrão, além de ampliar as conversas com a ala do MDB que não quer se aliar ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, em 2026”. (Estadão)


Em um local estrategicamente escolhido, Kamala Harris proferiu o argumento final de sua campanha na noite de ontem em um comício que reuniu 75 mil pessoas em Washington. “Esta eleição é mais do que apenas uma escolha entre dois partidos e dois candidatos diferentes. É uma escolha entre termos um país enraizado na liberdade para todos os americanos ou governado pelo caos e pela divisão”, afirmou a democrata no National Mall, mesmo local onde Donald Trump se dirigiu a seus apoiadores antes do ataque de 6 de janeiro de 2021 ao Capitólio. Já o republicano esteve na Pensilvânia, um estado decisivo. (Washington Post)



Evolução Energética

O conceito de transição justa é fundamental no contexto da evolução energética. A ideia de buscar uma economia com baixa emissão de carbono, mas com mitigação dos impactos socioeconômicos, tem ganhado força nas agendas globais desde sua origem, na década de 1970, nos Estados Unidos. Já reconhecida no Acordo de Paris, a transição justa exige que os países levem em conta os trabalhadores e setores mais vulneráveis nas indústrias poluentes, ainda responsáveis por milhões de empregos e essenciais para a economia de muitos países. A monetização responsável das reservas de óleo e gás tem sido vista como uma alternativa para nações em desenvolvimento financiarem políticas de transição energética, mas também depende de cooperação com países desenvolvidos, além de programas de fortalecimento institucional. (Além da Superfície)


Com foco na sustentabilidade, o Brasil destacará a transição energética nas discussões da cúpula do G20 em novembro, no Rio de Janeiro. Cientistas nacionais estão na linha de frente de projetos inovadores voltados para a menor emissão de carbono e energias renováveis. Inclusive, pesquisas sobre energias oceânicas, hidrogênio e reutilização de baterias estão entre os esforços para avançar na sustentabilidade. Além de buscar autonomia energética, o país quer fomentar inovações que possam competir internacionalmente, posicionando o Brasil não só como consumidor, mas também como exportador de tecnologia limpa. A expectativa é que essas soluções sustentáveis também sirvam de modelo para outras nações do G20. (Valor)


Para ler com calma. O economista Eduardo Ávila e sua ONG Revolusolar levam energia solar ao Morro da Babilônia, no Rio de Janeiro, e a outras nove comunidades, com mais de 2.700 beneficiários. O projeto ganhou visibilidade e R$ 150 mil em apoio após participação no quadro The Wall, do Caldeirão do Huck, em 2022. Ávila desenvolveu a primeira cooperativa de energia solar que garantiu, além de uma fonte mais limpa, uma conta de luz mais barata. (Folha)


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Viver

Uma cidade maia foi descoberta na selva do México séculos após seu desaparecimento. Agora chamada de Valeriana, tinha pirâmides, campos esportivos, calçadas e anfiteatros – 7 mil construções no total –, e ficava onde hoje é o estado de Campeche. O lugar foi achado com um tipo de levantamento a laser que mapeia estruturas enterradas sob a vegetação. A descoberta foi feita por acaso por um doutorando em arqueologia da Universidade Tulane, nos Estados Unidos. Pesquisadores acreditam se tratar do segundo maior sítio arqueológico maia, atrás apenas de Calakmul e do tamanho de Edimburgo, na Escócia. A cidade pode ter abrigado de 30 a 50 mil pessoas em seu auge, de 750 a 850 d.C. (BBC)


Durante a Conferência de Biodiversidade da ONU (COP16), que acontece em Cáli, na Colômbia, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) destacou a necessidade de integrar os sistemas agroalimentares às estratégias de biodiversidade dos países. Com uma em cada 11 pessoas enfrentando a fome, a FAO alerta que a capacidade de alimentar a população global de forma sustentável está ameaçada, caso não haja a preservação da biodiversidade. Para o diretor do Escritório de Mudanças Climáticas, Biodiversidade e Meio Ambiente da FAO, Kaveh Zahedi, “a recuperação de terras degradadas tem o potencial de aumentar a biodiversidade, melhorar a captura de carbono e ampliar a produção agrícola”. (Canal Rural)


O Brasil começa a receber os primeiros navios para a temporada de cruzeiros, que vai até abril. Mas nem todas as regiões do mundo olham esse turismo com o mesmo entusiasmo. Na Europa e nos Estados Unidos, a lista de cidades que estão vetando ou estudando a possibilidade de impedir os cruzeiros está aumentando. Amsterdã proibiu a parada por prejudicar os esforços da prefeitura de limitar o número de visitantes. Houston, no Texas, baniu desde 2016 a parada de navios, alegando que já havia gente demais na cidade. (UOL)


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Cotidiano Digital

A Apple anunciou seu novo Mac mini, menor e mais poderoso que as versões anteriores. Equipado com o chip M4 e o mínimo de 16 GB por padrão, pela primeira vez o equipamento vai suportar ray tracing (tecnologia que simula o comportamento da luz no mundo real), além do Apple Intelligence. Entre as novidades da parte física, estão a redução para metade do tamanho da versão passada, a retirada das portas USB-A da parte traseira e o ganho de duas portas Thunderbolt na parte frontal. No Brasil, o preço inicial será de R$ 7.499. (The Verge)


Projetado para assumir uma ampla gama de tarefas de recrutamento, o LinkedIn revelou o Hiring Assistant, primeiro agente de IA da rede social, que será capaz de buscar e se engajar com candidatos. A plataforma tem como alvo os recrutadores, uma das categorias mais lucrativas entre seus usuários. Por enquanto, a ferramenta está disponível para grandes empresas e deve ser lançada mais amplamente nos próximos meses. (TechCrunch)

Meio em vídeo. Pedro Doria e Cora Rónai falam sobre o caso de uma mãe da Flórida que entrou com um processo contra a startup Character AI, acusando-a de contribuir para o suicídio de seu filho de 14 anos, que era viciado no chatbot da plataforma e se apegou a um personagem que se passava por psicoterapeuta e amante. (YouTube)


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Cultura

Famosa por seu timing cômico e olhos expressivos em filmes dos anos 1970 e 1980, a atriz Teri Garr morreu ontem em sua casa em Los Angeles, aos 79 anos, por complicações de esclerose múltipla. Nascida na mesma cidade onde morreu, cursou a California State University, mas saiu ao começar a ganhar dinheiro com comerciais de TV. Indicada ao Oscar por seu papel em Tootsie, ficou conhecida por atuar em filmes como O Jovem Frankenstein Contatos Imediatos de Terceiro Grau, e, para as gerações mais recentes, como a mãe biológica de Phoebe na série Friends. (New York Times)


Milhares de ingressos vendidos em sites de revenda serão cancelados pelo Oasis, que se prepara para sua aguardada turnê mundial. A Live Nation e SJM disseram que anularão mais de 50 mil entradas para os shows no Reino Unido, e todas serão disponibilizadas novamente pelo vendedor oficial, Ticketmaster. Havia 1,4 milhão de bilhetes à venda após o grupo anunciar a primeira parte de sua turnê, no Reino Unido, mas 10 milhões de fãs de 158 países entraram na fila virtual. Em poucas horas, milhares de ingressos apareceram em sites de revenda com preços inflacionados. Com valor de face de £ 150, um ingresso no StubHub chegou a custar £ 119 mil (R$ 892 mil). (BBC)


A Netflix lançou o trailer de Senna, minissérie aguardada sobre a trajetória de Ayrton Senna, que estreia em 29 de novembro. A produção retrata desde o início da carreira na Fórmula Ford até o trágico acidente que o matou no GP de San Marino em 1994. No maior desafio de sua carreira, Gabriel Leone interpreta o piloto. (CNN Brasil)

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