A reeleição do prefeito Ricardo Nunes no último domingo tirou o sono das famílias mais pobres que vivem no centro de São Paulo, pois ele representa a continuidade de um projeto que pode deixá-las na rua.
Durante cinco meses, estivemos na região de Campos Elíseos registrando a angústia das famílias prestes a serem desabrigadas, e desse trabalho saiu o nosso novo documentário Arquitetura da Expulsão, produzido graças às doações de nossos leitores.
Nele, contamos a verdade por trás da construção do novo centro administrativo do governador Tarcísio de Freitas.
Pelo menos quatro quadras no entorno do palácio serão demolidas, sob o pretexto de “devolver o centro de São Paulo para o cidadão de bem”. Mas esse discurso esconde quem realmente vai dominar o centro: as grandes incorporadoras imobiliárias.
O número de moradores de rua em São Paulo já passa dos 80 mil, mesmo com incontáveis prédios abandonados, e promete piorar com o projeto.
“Vamos para a rua. Não temos para onde ir nem condições de pagar um aluguel caro”, nos contou Janaína Xavier, referindo-se a ela e a seu filho com necessidades especiais, moradores de uma das áreas que serão demolidas.
Você deve estar se perguntando: como é possível um projeto tão absurdo ir adiante?
Spoiler: tem a ver com a grande mídia e seu empenho em reforçar o ódio contra pessoas negras, pobres e periféricas. Afinal, de que outra maneira a opinião pública seria a favor de uma expulsão tão violenta?
Essa é a lógica que vai sustentar a ascensão da extrema-direita em todo o Brasil nos próximos anos.
Tarcísio de Freitas, cotado como o possível sucessor de Bolsonaro, quer usar o “combate à epidemia do crack” como bandeira para se eleger em 2026. E agora, com a garantia de sua influência em São Paulo com Ricardo Nunes, está ainda mais perto de conseguir seu objetivo.
Deixar este plano se concretizar é condenar não só São Paulo, mas todo o país ao retrocesso. Nós não vamos permitir.
Documentários como Arquitetura da Expulsão são fundamentais para revelar os interesses ocultos nos discursos de ódio. Com imagens, vozes e jornalismo de qualidade, as mentiras da grande mídia e da extrema-direita não têm vez na opinião pública. É assim que a mudança acontece!