Para sorte da Kamala, Trump não se ajuda muito. Ele foi para Allentown, uma cidade de maioria latina, no meio da comunidade porto-riquenha da Pensilvânia, e pergunta se ele pediu desculpas pelo lixo do comediante? Nada. Sabe o que ele disse sobre o grande comício final de Madison Square Garden realizado no domingo?
"Nós nos divertimos muito. Essa foi a melhor noite que alguém já viu, politicamente."
Como a Pensilvânia é um dos estados que define eleição e como lá tem uns 500 mil votos de porto-riquenhos, todo mundo achou que seria o caso de Trump se desculpar pelo lixo do comediante.
Tem mais gente não ajudando seu candidato
E eis que faltando menos de uma semana para a eleição o presidente da Câmara, Mike Johnson, que é um republicano prometeu fazer uma grande reforma do Obama Care (que hoje é chamado de Affordable Care Act) se Trump for eleito. Biden e Johnson, os melhores cabos eleitorais do planeta. SQN.
A questão é que os americanos gostam do Obama Care porque o programa fornece cobertura de saúde para milhões de americanos, coisa que eles não tinham antes. É como acabar com o SUS no Brasil. Mas os republicanos insistem em revogar o ato. Trump no debate com Kamala chegou a falar que tinha esboços do que queria para o Obama Care. Sem dizer que planos tem para o programa. E agora o Johnson diz que uma grande reforma vai entrar na agenda? Há menos de 7 dias para a eleição?
Violência programada
A maioria dos eleitores dos estados indecisos está com medo. Medo de que haja violência se o Trump não ganhar a eleição. O sentimento foi captado em uma pesquisa feita pelo Washington Post-Schar School. Ao todo, 57% das pessoas estão muito ou um pouco preocupadas que os apoiadores de Trump se tornem violentos se ele perder. Só 31% têm essa preocupação com os eleitores de Kamala.
Façam suas apostas
Existe um clima nos Estados Unidos de que Trump vai ganhar a eleição. Esse clima pode ser medido pelas casas de apostas. Trump disparou na frente da Kamala. Cerca de 65% das apostas dão conta de que Trump vai ganhar, contra 35% da Kamala. Quando Kamala substituiu Biden ela chegou a liderar as apostas. A inversão começou no dia 5 de outubro e Trump não parou mais de subir. Coincidentemente, foi justamente a partir de outubro que Trump começou a dominar o noticiário e Kamala simplesmente sumiu. (Sumiu é modo de dizer, darling, é que a sensação é de que nada interessante acontecia com ela.)
Também foi a partir do começo de outubro que Kamala começou a estacionar nas pesquisas e depois a perder espaço. Como as pesquisas nas eleições anteriores subestimaram Trump, a galera acha que o mesmo pode estar acontecendo agora. Em 2016, as pesquisas diziam que Hillary ganharia e Trump ganhou. Em 2020, as pesquisas diziam que Biden ganharia com larga diferença, ganhou apertado. E agora as pesquisas dizem que os dois estão empatados tecnicamente (na margem de erro).