O impressionante (e inesperado) sucesso de bilheteria de ‘The Infiltrator’ | GREGÓRIO BELINCHON | |
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| Olá a todos e bom dia, especialmente Arantxa Echevarría:
Na semana passada já avisei que a bilheteria de La infiltrada, thriller baseado na história do policial que se infiltrou no comando Donosti do ETA e dirigido por Arantxa Echevarría, estava sendo realmente marcante . Para sempre. Pessoalmente, não esperava que isso acontecesse. E estou feliz por Arantxa, um grande trabalhador. Vamos aos números que cimentam esta notícia otimista. |
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| | | O diretor de fotografia Javier Salmones e a diretora Arantxa Echevarría, nas filmagens de 'La infiltrada'. |
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| Como alerta a sua produtora, O Infiltrador atingiu 500.000 espectadores em apenas 14 dias desde a sua estreia, números que o colocam como o quinto filme mais visto do ano em Espanha. Estamos em outubro, mas pode acontecer que acabe como o segundo filme espanhol com maior bilheteria de 2024. É verdade que House on Fire ou El 47 são fenômenos, com bilheterias próximas dos quase três milhões de euros, mas O Infiltrador, Nos primeiros dez dias (até domingo) já tinha 2.830,00 euros. E no seu segundo fim de semana ainda ficou em segundo lugar no top 20 atrás de Savage Robot, mas à frente das estreias Smile 2 e The Room Next Door, de Pedro Almodóvar, que começou bem, embora não como o tsunami O Infiltrador.
Também é verdade que O Infiltrador era, até ontem, o filme com maior presença em Espanha (545 em 344 complexos de cinema). Isso ajuda, porém, tenha cuidado, com uma média muito boa (para o seu segundo fim de semana): 1.820 euros por ecrã (atrás de Savage Robot e Smile 2).
Há um boato (eu diria injusto) em torno deste filme que o chama de direita. Na quarta-feira, saí de fininho de uma sessão de suspense em um shopping center e perguntei a uma dúzia de participantes (não estou brincando, não era jovem) o que eles achavam: quase todos confessaram que ficaram chocados, e ninguém considerou um filme com ideologia, mas eles o viam mais como um thriller sobre algo que, sim, os incomodava. Continuarei atento. |
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| O triunfo do bom cinema no Seminci | |
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| | | A realizadora e atriz franco-grega Ariane Labed, na apresentação de 'Setembro diz', em Valladolid. / NACHO GALLEGO (EFE) |
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| No fim de semana passado estive em Valladolid, num rápido passeio pelo Seminci. A verdade é que estava cheio de bom cinema, uma multidão de convidados interessantes e também me deu tempo para ver O Brutalista, o filme de 3 horas e 36 minutos que todos falavam em Veneza (spoiler: é fascinante). Fizemos seis matérias sobre o festival no jornal: Por exemplo, diz esta entrevista com a atriz franco-grega Ariane Labed, que estreou em Cannes como diretora com o fascinante Setembro; ou uma conversa com Tyler Taormina, o nova-iorquino que faz parte do coletivo Omnes e que apresentou seu longa-metragem Christmas Eve in Miller's Point, um filme de Natal com uma grande família ítalo-americana em que atuam os filhos de Scorsese e Spielberg e a neta de Jason Robards, em um coquetel de cinema independente, drama ao estilo Douglas Sirk e cores de anúncios de Natal da Coca-Cola.
Houve também espaço para o documentário Waldo, de Charlie Arnáiz e Alberto Ortega, sobre o músico Waldo de los Ríos, músico visionário que internacionalizou o pop espanhol trabalhando para Miguel Ríos, Karina, Raphael e Jeanette; conversar com Halfdan Ullmann Tøndel, neto de Liv Ullmann e Ingmar Bergman, que ganhou a Camera d'Or em Cannes (melhor filme de um estreante em qualquer seção do festival) graças ao seu emocionante The Tutoring, e assistir e analisar o documentário Henry Fonda for President, com o qual o austríaco Alexander Horwath revela a história ideológica e social dos Estados Unidos através dos personagens encarnados pela lenda do cinema.
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| | | Mar Coll, ontem quinta-feira em Valladolid / SAMUEL DE ROMÁN |
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| E reencontrar Mar Coll. Se você falar com Carla Simón, Clara Roquet ou Paula Ortiz. Se você conversar com Arantxa Echevarría, Pilar Palomero ou Belén Funes o nome de Mar Coll (Barcelona, 43 anos) surge na primeira oportunidade. Foi ela quem abriu o caminho para o resto. Ser considerada pioneira a deixa nervosa ao saber disso, ela não gosta disso. “Ela pode ter sido uma das primeiras realizadoras da nova onda que surgiu nas escolas de cinema, mas Roser Aguilar também esteve nessa vanguarda e não posso esquecer Isabel Coixet e Icíar Bollaín”, rebate o cineasta. Mas quando muitos viram Três Dias com a Família (2009), filme de estreia de Coll, pensaram que também poderiam fazer o mesmo. “Agora faço parte desse grupo, e eles são cineastas generosos: todos nós apoiamos uns aos outros, ajudamos uns aos outros e aconselhamos uns aos outros.”
Ao todo, Coll levou 15 anos para lançar seu terceiro longa-metragem, Salve María, uma abordagem radical à maternidade. Nesta entrevista, o cineasta lembra: “Comecei a procurar algo para escrever meu filme quando meu filho tinha 15 meses e já havia discutido muito a dor desse esgotamento com Valentina [Viso, sua co-roteirista], que já tinha sido mãe antes "E o romance acabou de chegar. Aí um tema que achávamos pessoal e que nos tirava da zona de conforto veio junto com um livro que combinou a questão de gênero com thrillers . Isso nos incentivou a experimentar coisas novas , para brincar com a linguagem." Salve María na próxima quinta-feira, dia 31, e é devastador e hipnótico. |
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| | | | Imagem de 'Akira'. Que ótimo filme! |
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| Esta semana tive que ler The Big Book of Anime, mais um daqueles volumes profusamente ilustrados e muito interessantes editados pela Lunwerg, uma obra escrita por Nathalie Bittinger, que é professora de línguas modernas e professora de estudos de cinema na Universidade de Estrasburgo. O livro mergulha na anime, mergulhando num formato que vai além da animação que poderia ser considerada infantil, “é um continente muito mais prolífico, diverso e atormentado do que o desenho animado que dele se fez na década de 1980”. E é verdade que parece preparado para atravessar o século XXI para “entrelaçar estratos narrativos”. Os fãs vão gostar muito, de resto é um ótimo guia.
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| Outros tópicos interessantes | | Como sempre, só porque vão por último não significa que sejam piores. |
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| - Sucessão na Disney. Na Disney nomearam James Gorman (ex-CEO do Morgan Stanley) presidente do conselho de administração. E prestem atenção, porque o movimento é importante: em agosto, Gorman assumiu o comando do comitê de planejamento de sucessão da Disney, que tem a tarefa de encontrar um sucessor para o CEO Bob Iger, e nesta segunda-feira o executivo garantiu que encontrar o próximo diretor executivo é uma tarefa “crítica”. prioridade", com a Disney agora visando o início de 2026. Por que a pressa? Porque o regresso de Iger - que anteriormente ocupava o cargo, cimentando a grande expansão, e se tinha reformado - já era um fracasso, uma solução temporária para o cacau corporativo,... e o seu contrato termina em dezembro de 2026: Aquele que o substitui tem de estar ao seu lado durante vários meses para a transferência de poderes. Sucessão, mas sem filhos.
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| | | Enzo Vogrinci. / PABLO SAÉZ |
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| - 'The Snow Society' criou uma estrela, Enzo Vogrincic. SE existe um uruguaio famoso hoje é o ator Enzo Vogrincic. Ele era apenas mais uma criança de um bairro humilde de Montevidéu, afirma a escritora Leila Guerriero neste perfil. Não havia um único artista na família, mas ele queria ser ator. E não havia plano B, e nesta entrevista ele explica como filmar com Jota Bayona para The Snow Society mudou sua vida.
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| | | Juan Diego Botto. /PABLO ZAMORA |
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| - Juan Diego Botto, aquele cara odioso. Estou te dizendo: você tem que odiar mais Juan Diego Botto: porque ele é bonito, inteligente, um bom ator, uma boa pessoa, fala como anjos, está envelhecendo bem... Juan, eu te odeio (bom, ele sabe isto). Entenda o ódio com toda a ironia do mundo. E boas palavras como verdadeiras. Nesta entrevista ao Icon , Almodóvar fala sobre sua chegada ao mundo, sua clareza de pensamento e de linguagem, porque nunca fica calado diante dos grandes problemas e de todo tipo de injustiças, e da vida em geral. Você sempre tem que ler Juan.
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| | | - Produtor Alexander Rodnyansky
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| - Oito anos e meio de prisão por se manifestar contra a invasão russa da Ucrânia. O produtor Alexander Rodnyansky foi condenado a oito anos e meio de prisão por um tribunal de Moscou na segunda-feira. De acordo com a decisão, ele é culpado de espalhar “falsificações” militares, que é como as autoridades russas descrevem qualquer declaração que contradiga a narrativa oficial em torno da guerra na Ucrânia, e determinaram que as suas ações foram motivadas por “ódio político”. Rodnyansky não é qualquer um: é candidato duplo ao Oscar graças a Leviathan e Loveless, do gênio Andréi Zvyagintsev. O produtor nascido em Kiev passou quase três décadas vivendo e trabalhando na Rússia e tem sido um crítico ferrenho da guerra na Ucrânia desde a invasão russa em fevereiro de 2022. Depois de receber a notícia de que suas críticas o colocaram à vista do Kremlin, Rodnyansky conseguiu fugir. o país. Em outubro de 2022, o Ministério da Justiça russo declarou-o um “agente estrangeiro”. E é por isso que a pena é executada à revelia . A resposta do produtor é contundente: “A decisão do tribunal de Moscou pretende incutir mais medo na comunidade cinematográfica russa e impedi-la de criticar publicamente a guerra injusta na Ucrânia ou pessoalmente Vladimir Putin”.
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| | | Eulália Ramon, na Casa América. / FOTO DE ASSINATURA |
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| - Eulália Ramon e seu sucesso como diretora. Eulália Ramon decidiu há três anos interromper sua carreira de atriz de quatro décadas para tentar dirigir. Seu primeiro curta, Contas Divinas (2022), “ganhou quase cinquenta prêmios em festivais”, conta Manolo Morales nesta entrevista, e foi indicado ao Goya de melhor curta de ficção. Agora estreou no festival de Sitges o segundo, Agonía , mais um coquetel de suspense, um pouco de sangue e considerável humor negro.
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| | Mais uma boa semana de títulos interessantes chegando aos outdoors, porque se esses que estou falando são atraentes, recomendo também o filme japonês Grande Ausência, sobre complicadas relações entre pais e filhos.
'O choro'. Pedro Martín Calero |
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| | | Ester Expósito, em 'EL llanto'. |
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| | | | Sofía Allepuz e Paz Vega, em 'Rita'. |
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| | | | Édouard Baer e Anaïs Demoustier, em 'Daaaaaalí!'. |
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| A joia da semana, um curtíssimo filme que provoca muitas risadas graças à sua contínua surpresa... que chega ao seu final maluco. Ocaña escreve: “Dupieux compôs uma hilária comédia surrealista em torno da figura de um de seus campeões, surreal sobretudo pela forma como sua narrativa se desenvolve, provocando confusão pela ausência de lógica. piada saudável."
Você pode ler a resenha completa aqui.
Antes de me despedir, lembro que no EL PAÍS formamos uma equipe de investigação sobre abuso e assédio sexual no cinema espanhol. Se você já sofreu ou conhece alguém que sofreu, Elena Reina (ereina@elpais.es), Ana Marcos (amarcos@elpais.es) e eu (gbelinchon@elpais.es) estamos aqui para ouvi-lo.
No Twitter, para qualquer dúvida, sou @gbelinchon. |
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| | | GREGÓRIO BELINCHON | É editor da seção Cultura, especializada em cinema. No jornal trabalhou anteriormente em Babelia, El Espectador e Tentaciones. Começou nas rádios locais de Madrid e colaborou em diversas publicações cinematográficas como Cinemanía ou Academia. É licenciado em Jornalismo pela Universidade Complutense e mestre em Relações Internacionais.
Cidad3: Imprensa Livre!!!
Saúde, Sorte e $uce$$o: Sempre!!!
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