Em mais um passo na escalada da guerra comercial deflagrada por Trump, a China anunciou hoje a imposição de tarifas adicionais de 50% contra os EUA, elevando a taxa de importação sobre produtos americanos para 84%.
A medida é uma resposta à tarifa extra de 50% sobre produtos da China anunciada por Trump anteontem.
O imposto americano, de 104% no total sobre os produtos chineses, entrou em vigor nesta madrugada.
Os EUA também colocaram em prática hoje as tarifas recíprocas anunciadas na quarta-feira passada que ainda não estavam em vigor.
Produtos europeus passaram a pagar 20%; japoneses, 24%; sul-coreanos, 26%, taiwaneses, 32%; e vietnamitas, 46%.
A alíquota mínima, de 10%, que se aplica a países como o Brasil, o Reino Unido e quase todas as economias da América Latina, já estava em vigor desde segunda-feira.
Após alívio parcial, mercados afundam mais uma vez
Mercados asiáticos e europeus, que haviam se recuperado parcialmente da queda dos últimos dias ontem, voltaram a despencar hoje. O índice Nikkei, da Bolsa de Tóquio, caiu quase 4%.
Por volta das 9h, todas as principais Bolsa da Europa registravam quedas superiores a 3%.
As exceções foram os índices Hang Seng, de Hong Kong, e de Shangai, na China, que fecharam em alta de 0,68% e 1,71% respectivamente.
Desta vez, empresas farmacêuticas foram particularmente afetadas, após Trump dizer que imporia tarifas específicas ao setor, que havia ficado de fora das medidas anunciadas anteriormente.
No meio da manhã, as ações de cinco gigantes europeias (Roche, Novartis, AstraZeneca, GSK e Sanofi) caíam, todas, mais de 6%.
ONU: Gaza virou um 'campo da morte'
O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que a Faixa de Gaza se tornou um "campo da morte" e acusou Israel de não cumprir com sua obrigação, como "potência ocupante", de garantir o fornecimento de alimentos e medicamentos à população local.
"A ajuda secou, os portões do horror se reabriram. Gaza é um campo de extermínio - e os civis estão presos em um ciclo mortal", afirmou. Segundo Guterres, há mais de um mês, o território palestino não recebe "uma gota de ajuda".
[A população está] "sem comida. Sem combustível. Sem remédios. Sem suprimentos comerciais."
Na semana passada, a agência do Exército israelense responsável pela ajuda civil a Gaza afirmou em postagem na rede social X que "há comida suficiente para um longo período, se o Hamas permitir que os civis a recebam". A afirmação foi classificada como "ridícula" por um porta-voz da ONU.
Musk chama assessor de Trump de imbecil
Elon Musk chamou um dos principais assessores comerciais de Donald Trump de "imbecil". "Peter Navarro é mais burro do que um saco de tijolos", afirmou Musk em uma postagem ontem na rede social X.
O ataque ocorreu depois de Navarro ter dito que o dono da Tesla "não é um fabricante de automóveis", mas sim um "montador" que trabalha com peças importadas da Ásia. Navarro também acusou Musk de "estar defendendo seus próprios interesses", ao expressar sua oposição à política tarifária de Trump.
A discussão expõe uma crescente divisão entre integrantes do governo Trump favoráveis às tarifas e apoiadores de Trump no mercado financeiro e no setor produtivo descontentes com a guerra comercial.
Questionada sobre a troca pública de insultos, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse que "meninos são meninos" e que o episódio mostra que "este é o governo mais transparente da história".
FMI anuncia acordo de US$ 20 bi com Argentina
O Fundo Monetário Internacional anunciou um acordo preliminar para emprestar US$ 20 bilhões à Argentina.
Segundo comunicado do fundo, o acordo deve ser ratificado pela diretoria nos próximos dias, com base "nos impressionantes progressos iniciais das autoridades [argentinas] na estabilização da economia".
O governo argentino quer o dinheiro para fortalecer as reservas do Banco Central, que tem realizado seguidas intervenções no mercado cambial para segurar a cotação do peso, e para pagar ao próprio FMI parcelas de empréstimos anteriores.
Desde sua posse no começo do ano passado, Javier Milei seguiu a cartilha do FMI, cortando despesas e eliminando o déficit público.
O ajuste fiscal, aliado a uma política de valorização cambial, ajudou a reduzir a inflação. A atividade econômica no país, porém, caiu quase 2% no período.
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 | Bolsas da Ásia em queda após 'tarifaço' | Go Nakamura/Reuters |
| 'Tarifaço' entra em vigor e bolsas caem na Ásia; ata do Fed também é destaque |
| | Bom dia, investidor, Veja os destaques desta quarta (9): - Tarifas dos EUA entram em vigor hoje
- Bolsas asiáticas caem com temor de guerra comercial
- Fed divulga ata do FOMC com foco nos riscos e nas tarifas
Tarifas dos EUA entram em vigor hoje- A partir de hoje, entram oficialmente em vigor as novas tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre importações de diversos países. A medida, anunciada pelo presidente Donald Trump, visa pressionar parceiros comerciais considerados "injustos" com os produtos americanos.
- O Brasil permanece com uma tarifa de 10%, mas a China foi o principal alvo, com sobretaxas que agora chegam a 104%, após um novo aumento confirmado ontem.
- O governo Trump implementou dois tipos de tarifas: as abrangentes, aplicadas globalmente, e as recíprocas, que miram países com tarifas superiores a 20% sobre produtos dos EUA.
Bolsas asiáticas caem com temor de guerra comercial- As bolsas asiáticas operaram em queda acentuada nesta madrugada, refletindo o impacto das novas tarifas americanas sobre produtos chineses. O índice Nikkei, do Japão, recuou 3,93%, enquanto o iene se valorizou 0,7% frente ao dólar, em um movimento típico de busca por segurança.
- Em Taiwan, o índice Taiex caiu 5,8% e, na Coreia do Sul, o mercado de Seul recuou 1,73%. A bolsa de Hong Kong também sofreu queda, de 1,6%.
- A exceção foi Xangai, que registrou leve alta de 0,2%, impulsionada por medidas locais de estímulo.
Fed divulga ata do FOMC com foco nos riscos e nas tarifas- Às 15h (horário de Brasília), o Federal Reserve publicará a ata da sua última reunião de política monetária, realizada nos dias 18 e 19 de março. Na ocasião, o banco central americano manteve a taxa básica de juros entre 4,25% e 4,50%, estendendo a pausa no ciclo de cortes iniciado em setembro.
- A ata deve detalhar as preocupações com a inflação persistente, as discussões internas sobre os riscos econômicos e a avaliação dos possíveis efeitos das novas tarifas impostas por Trump.
- A próxima reunião do FOMC está marcada para os dias 6 e 7 de maio, e o mercado espera que o Fed mantenha os juros inalterados, apesar da pressão política por reduções.
Veja o fechamento de dólar e Bolsa na terça (8): - Dólar: 1,47%, a R$ 5,997.
- B3 (Ibovespa): -1,32%, aos 123.931,89 pontos.
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