COLUNA ICL
A existência como armaO suicídio não é o fim, mas o princípio
Dizem no teatro que há uma espécie de princípio de Tchekhov — quando uma arma é exibida no início da peça é bem provável que venha a ser usada no final. No Grande Espetáculo da Política Brasileira o bombista de Brasília foi a arma de Tchekhov. Com um suplemento dramático — o seu corpo foi a sua arma. Quando o vemos ali, estendido e sem vida na Praça dos Três Poderes, uma coisa parece segura — novas cenas se seguirão.
Nada a fazer, senão o silêncio. O bombista suicida foi sempre um mistério e uma frustração para a sociedade civilizada — talvez porque o ato, violento e definitivo, escapa à justiça humana. Jacqueline Rose, num belo texto sobre o tema, escreve que “todos os suicídios matam outras pessoas”, na medida em que todos somos afetados pelo significado político da morte autoprovocada. [...]
Trecho da Coluna ICL Notícias por José Sócrates >>Leia coluna completa [...] |