O centrão e a centro-direita levaram a melhor sobre candidatos bolsonaristas no segundo turno das eleições, vencendo capitais como Goiânia, Belém e Manaus. Em Fortaleza, que teve a eleição mais acirrada neste domingo, André Fernandes e o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, perderam para o petista Evandro Leitão, que conseguiu 50,38% dos votos válidos e garantiu o gol de honra do PT nestas eleições, sendo a única capital conquistada pela legenda do presidente Lula. O PSD, de Gilberto Kassab, consolidou-se ontem como maior vencedor, levando 887 prefeituras – junto com o MDB, que conquistou 853, as duas siglas dominam 31% do território brasileiro. Os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, e Ratinho Júnior (PSD), do Paraná, elegeram seus apadrinhados políticos nas capitais e saem fortalecidos do pleito. (BBC Brasil) Em São Paulo, o prefeito Ricardo Nunes teve uma vitória maior do que as pesquisas previam, com 59,56% dos votos válidos. Ele venceu em 54 das 57 zonas eleitorais Paulistanas. Em seu discurso de vitória, agradeceu a Deus, à família e sobretudo ao governador do estado, a quem chamou de “líder maior”. Vencido nas urnas, Guilherme Boulos entrou com uma ação de investigação eleitoral por abuso de poder político e divulgação de informação falsa no Tribunal Regional Eleitoral após Tarcísio afirmar à imprensa na manhã de domingo, sem nenhuma prova, que o PCC teria orientado o voto no candidato do PSOL. Boulos está pedindo a inelegibilidade de Nunes e Tarcísio. (UOL) Marcelo Godoy: “Ao seguir pelo caminho da instrumentalização para fins políticos da luta contra o crime organizado, Tarcísio busca colocar a camiseta do PCC na esquerda. Não é assim que se combate o PCC. Se fosse verdadeiro o vínculo de Boulos com a facção, o lugar para tal informação estar seria um inquérito e um pedido de prisão. E não na boca de um governador no dia da eleição”. (Estadão) Cláudio Couto: “Como frequentemente ocorre quando o incumbente disputa a reeleição, o eleitorado prefere não trocar o certo pelo duvidoso, e a maioria dos ocupantes do cargo se reelege — até no caso de administrações medíocres. Esse foi o fator decisivo a favor de Nunes, não o apoio titubeante de Bolsonaro ou o engajamento intenso de Tarcísio de Freitas”. (Folha) Em Belo Horizonte, o prefeito Fuad Noman (PSD) conseguiu virar o jogo e vencer Bruno Engler (PL) com 53,73% dos votos válidos. Minutos antes do resultado oficial, Fuad já comemorava a vitória nas redes sociais. “O trabalho venceu. Agradeço imensamente a todos que acreditaram, caminharam junto e depositaram sua confiança em nós. Vamos trabalhar mais quatro anos para fazer de BH uma cidade melhor para todos”, escreveu o prefeito reeleito. (Estado de Minas) Outro prefeito que conseguiu a reeleição foi Sebastião Melo (MDB) com 61,53% dos votos válidos, batendo a petista Maria do Rosário. “Tentaram crucificar o Melo nas enchentes, e o povo respondeu com mais de 61% e julgou o Melo das enchentes, mas julgou o Melo dos quatro anos de governo”, falou, após a vitória, com a voz embargada. No total, candidatos à reeleição venceram 16 das 19 disputas em capitais pelo país, seis delas no segundo turno. (g1) Lara Mesquita: “A grande questão para o PL é saber qual grupo se fortaleceu: os pragmáticos, liderados pelo presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, ou os ideológicos, mais próximos a Bolsonaro?” (Folha) Míriam Leitão: “Após este segundo turno, os polos políticos terão que se olhar e analisar como saíram da eleição. Esta é a maravilha da democracia. A direita ganhou, porém perdeu porque entrou em conflito em várias cidades. E a esquerda, mesmo estando no poder, perdeu”. (Globo)
Aniversário do Meio. A direita e o Centrão foram os grandes vencedores das eleições municipais. Oportunidade para voltar a 2021 e liberar para todos os assinantes uma Edição de Sábado na qual, sob o título de Se gritar pega Centrão, Pedro Doria analisa a questão da corrupção na política brasileira.
No Diálogos com a Inteligência desta semana, Christian Lynch recebe Merval Pereira, jornalista e presidente da Academia Brasileira de Letras. No papo, os integrantes da ABL e como são escolhidos, a abrangência das manifestações culturais do país, o zelo e cuidado pela língua nacional e o incentivo e propagação da cultura. |