O assunto foi tema do episódio do podcast O Estrangeiro, que recebeu a analista Stephanie Brito. Para a integrante da Assembleia Internacional dos Povos, a extrema direita pode crescer mesmo fora do governo. “Para eles, ser oposição funciona bem, eles tendem a crescer nesse lugar”, aponta. “Quando a direita governa é que ela enfrenta problemas, porque não consegue resolver tudo aquilo que estava propondo na campanha.”
Com AfD ou não, uma coisa é certa: os conservadores já prometeram ampliar gastos militares, uma vez que Trump despreza cada vez mais a Otan e, sem Washington, a aliança militar Ocidental parece não ter mais razão de ser.
Enquanto a Casa Branca e o Kremlin tentam negociar a paz em Kiev para encerrar um conflito que se arrasta há mais de três anos, os países europeus parecem se preparar para um período ainda mais belicoso.
E entre uma saudação nazista e outra nas diversas - e completamente cafonas - convenções da extrema direita pelo mundo, esse setor se mostra cada vez mais internacionalizado e coordenado entre si. Steve Bannon, Peter Thiel, Musk, Trump, Bolsonaro, Milei. Figuras que inundam os noticiários minuto a minuto com absurdos, cortinas de fumaça, "dog whistles", blefes e bravatas.
Enquanto isso, me lembro do historiador e intelectual marxista indiano Vijay Prashad, que disse ao Brasil de Fato ano passado: “talvez não tenhamos que levar Trump tão a sério”. E, há alguns dias, me disse pessoalmente: “os fascistas são apenas pessoas e não devemos temê-los”.
É um bom conselho. Devemos reivindicar o passado de luta de 1945, de quando o mundo se levantou em armas para conter a ameaça nazifascista. E acreditar que, da mesma forma que triunfamos há 80 anos, venceremos outra vez agora.
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