| Presidente dos EUA recebe um Death Note em 'Death Note Short Stories' | Reprodução |
| O presidente dos EUA já foi personagem em 'Death Note' |
| | Fabio Garcia |
| Na última semana, acompanhamos pelo noticiário a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos. Em meio a muitos decretos polêmicos do líder desta potência mundial, me lembrei que o político (ou pelo menos alguém muito parecido com ele) já foi personagem do mangá 'Death Note', mais especificamente de uma história extra publicada em fevereiro de 2020. Em 'A História de a-Kira' vemos como está o mundo após mais de 10 anos da morte do Kira original, no final de 'Death Note'. A população continuou sua vidinha, e o antigo protagonista agora está nos livros de história como uma pessoa bastante equivocada. Pois bem, logo no começo da trama, o shinigami Ryuk pega um novo caderno da morte e entrega para o adolescente japonês Minoru Tanaka. Ao contrário de Light Yagami, que utilizou o Death Note para assassinar criminosos e se tornar o deus de um novo mundo, o adolescente tem ambições bem mais mundanas: ele quer dinheiro. Viciado em enigmas e charadas, Minoru cria um plano para vender o Death Note em troca de uma quantidade absurda de dinheiro e, ao mesmo tempo, o detetive Near tenta antever os próximos passos desse 'novo Kira' que aparentemente não quer usar o caderno. 'A História de a-Kira' é uma trama muito empolgante e mostra que o autor Tsugumi Ohba percebe que a narrativa de 'Death Note' não funcionaria em um mundo como o nosso, repleto de câmeras em todos os lugares. E não só isso, mas ele consegue criar uma história rápida e envolvente protagonizada por um personagem que é tão inteligente quanto Light, mas sem o desvio de caráter do protagonista anterior. Ainda que 'Death Note' sofra com um ódio desproporcional na internet, a série é um dos clássicos deste século e merece ser lido e debatido. E essa coletânea de histórias curtas serve como um ótimo extra para quem acompanhou a trama original, principalmente por dar um novo olhar nas possibilidades que um Death Note nas mãos de um humano. 'Death Note Short Stories' Editora: JBC |
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| Sinceramente, agora que o mundo está lutando contra o novo coronavírus, não me sinto à vontade para fazer alguma piada. Só posso desejar, do fundo do meu coração, que todos recuperem a tranquilidade em suas vidas o mais rápido possível. | | Tsugumi Ohba | Roteirista de 'Death Note' no posfácio de 'Short Stories' em janeiro de 2021. A história de a-Kira foi lançada antes de estourar a covid-19, mas o volume encadernado saiu durante a pandemia |
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Dos mesmos autores de 'Death Note'... | | | Reprodução/Shueisha | 'Bakuman' | A série posterior a 'Death Note' é bem diferente do esperado. Esqueça os jogos mentais e assassinatos, aqui dois adolescentes tentam realizar o sonho de se tornarem autores de mangá, com uma obra publicada na 'Shonen Jump' e tudo. O mangá foi lançado pela JBC. |
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| | Reprodução/Shueisha | 'Show-Ha Shoten' | Aqui temos Takeshi Obata, o desenhista de 'Death Note', trabalhando ao lado de um outro autor. A história é sobre dois adolescentes que sonham fazer sucesso como uma dupla de humor. É interessante e tem uma pegada bem 'Bakuman'. Mangá será lançado pela JBC. |
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| | Reprodução/Shueisha | 'Platinum End' | O último mangá da dupla Tsugumi Ohba e Takeshi Obata é um dos piores já feitos. Nele, pessoas tentam tirar a própria vida e disputam para ser o novo deus. Só vale se você gosta de dar risada de uma história absurda. O mangá saiu pela JBC, e o anime na Crunchyroll. |
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| Anime "Sakamoto Days" | Reprodução/TMS Entertainment |
| Apesar dos otakus, 'Sakamoto Days' é um sucesso |
| Se você frequenta algum meio de discussão otaku, provavelmente deve ter esbarrado em algumas críticas a 'Sakamoto Days'. O novo anime da 'Shonen Jump' mal estreou na Netflix e já é alvo de reclamações por sua animação não ser tão exuberante quanto um 'Jujutsu Kaisen' ou então que o ritmo da série não faz justiça ao mangá original. Fora da bolha, no entanto, 'Sakamoto Days' pode ser chamado de fenômeno. Segundo a própria Netflix, 'Sakamoto Days' conquistou 8,6 milhões de visualizações só na semana de estreia, posicionando o anime ao lado de outras produções de sucesso como a série 'Round 6'. Esse número do anime do ex-assassino é bem maior que outros animes de sucesso da plataforma, como 'Baki Hanma' - temporada 2 (6 milhões de visualizações), 'Dan Da Dan' (4,3 milhões) e 'Dragon Ball Daima' (3,2 milhões). Os números expressivos são uma prova de que animes estão 'furando a bolha' e atingindo um público diferente. E essas pessoas não se importam necessariamente com uma animação de encher os olhos, elas querem se divertir com uma história divertida. E, isso, pode ser notado também em alguns animes detonados por otakus, mas que atingiram em cheio um público leigo: 'Record of Ragnarok' teve ótimas visualizações mesmo tendo uma animação paga com um cento de salgados e um engradado de guaraná. Recentemente, a Netflix tem sido vista como um local para encontrar um público em potencial para animes, aquela pessoa que não acompanha o meio, mas podem se interessar em colocar o pezinho na animação japonesa. Quando entrevistei Rahul Purini, presidente da Crunchyroll, perguntei por que o streaming focado em animes estava colocando suas séries na Netflix, e o CEO explicou que o plano é adicionar as produções a outros streamings para que o público de lá se apaixone por animes e, depois, procure a Crunchyroll. Esse sucesso de 'Sakamoto Days', ainda que esteja recebendo críticas no meio otaku, serve como aquele lembrete de que às vezes há um descompasso entre fãs e obra. A régua foi colocada tão lá em cima em animes como 'Demon Slayer' e 'Jujutsu Kaisen' que parte do público otaku espera que toda série tenha uma qualidade cinematográfica, quando muitas vezes a maior diversão está em acompanhar o roteiro, interpretação dos atores de voz e por aí vai. Garanto que me diverti mais vendo a absurda luta entre Jack O Estripador e Hércules, em 'Record of Ragnarok', que em muitas batalhas do Arco de Shibuya em 'Jujutsu Kaisen'... |
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Matérias da Semana em Splash UOL | | | Montagem/Reprodução/Science Saru/Rede Globo | Quais duplas dos animes deveriam estar no BBB 25? | Esta semana, Splash destacou algumas duplas dos animes que renderiam algum entretenimento no BBB 25. E, do jeito que esse reality está meio morto, qualquer uma delas seria melhor do que ter Gabriel e Maike ou então Eva e Renata. | |
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| | Reprodução/Toho/OLM | A farmacêutica mais querida dos animes | A segunda temporada de 'Diários de uma Apotecária' chegou, e todos estão vibrando com as aventuras de Maomao e do eunuco Jinshi. Para quem nunca ouviu falar desse anime, preparamos uma matéria sobre a série queridinha do público. | |
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| Takeshi Obata, desenhista de 'Death Note' | Reprodução |
| Mestre da Semana: Takeshi Obata, um deus do novo mundo (dos mangás) |
| Aproveitando o tema 'Death Note', vale exaltar o trabalho do desenhista Takeshi Obata, responsável pelo traço desta série de sucesso. O destino de Obata parecia já desenhado em sua infância, sem trocadilhos. Em entrevista à editora VIZ Media, o autor contou que seu fascínio com mangás veio por ser fã de 'Cyborg 009', título de Shotaro Ishinomori. No final dos anos 1980, Obata foi contratado pela editora Shueisha e publicou séries na 'Shonen Jump', como foi o caso de 'Cyborg Jii-chan G' (de 1989, inédito no Brasil). A partir de 'Arabian Lamp Lamp' (de 1991, inédito no Brasil) Obata passou a trabalhar mais na área dos desenhos, entregando roteiros para outras pessoas. Seu primeiro grande sucesso veio com 'Hikaru no Go' (de 1998, publicado pela editora JBC), cujo roteiro era de Yumi Hotta. O mangá sobre go (um jogo de tabuleiro japonês) acabou em 2003 e, no mesmo ano, Obata fez uma parceria com o roteirista Tsugumi Ohba para criar seu maior sucesso: 'Death Note' (publicado pela JBC). A dupla ainda trabalharia em 'Bakuman' e 'Platinum End' (ambos da JBC). Seu trabalho em 'Death Note' foi tão impactante que ele conseguiu até alguns trabalhos fora do meio de mangá. Obata foi convidado pela Konami para fazer o design de personagens do jogo 'Castlevania Judgment', um game de luta lançado exclusivamente para o Nintendo Wii. O público odiou o jogo, mas ninguém pode falar que os personagens não estão estilosos no traço único do autor. Mesmo com essa dupla de sucesso com Ohba, Obata continuou fazendo histórias com outros artistas. Em 2006, publicou 'Blue Dragon Ral Grad' (editora JBC, baseado no RPG de Xbox 360) e, em 2014, foi responsável pelo excelente 'All You Need is Kill' (editora JBC), cuja história original foi adaptada para o cinema norte-americano no longa 'No Limite do Amanhã' (2014). Seu mais recente trabalho são as ilustrações do mangá 'Show-ha Shoten!' (também da JBC). Vale a pena conferir o trabalho do desenhista. Ele tem um traço bem característico e uma noção de ângulos e dinamismo muito boa. Um mangá como 'Death Note', que envolve blocos enormes de texto, teria tudo para ser um tédio se não fosse a forma como ele trabalha as informações em cada página e ilustração. Até a próxima semana, otakus! |
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