Mais de 24 horas depois do atentado à bomba na sede do grupo de comédia Porta dos Fundos, nenhum líder religioso protestou contra essa violência.
Na madrugada das vésperas de Natal, o imóvel no bairro do Humaitá, Zona Sul do Rio, foi alvejado por dois coquetéis-molotov. Houve princípio de incêndio, que foi contido por um segurança.
O atentado ocorreu após céleres e contundentes críticas de líderes religiosos de direita e esquerda — de evangélicos a bispos católicos — por causa do especial de Natal do grupo que apresenta Jesus como gay, em cartaz no Netflix.
Integrantes da direita bolsonarista suspeitam que as bombas foram jogadas pelos próprios “comunistas” do Porta do Fundo.
Para o grupo, o atentado foi um revide ao Jesus gay.
"Não vão nos calar! Nunca! É preciso estar atento e forte...", escreveu no Twitter Fábio Porchat, um integrante do grupo.
Trata-se de uma citação da letra de uma música de Caetano Veloso, segundo a qual é "preciso estar atento e forte, não temos tempo de temer a morte".
Atentados motivados por intolerância religiosa se tornaram frequentes no Brasil, principalmente no Grande Rio, onde bandidos assumidamente evangélicos têm atacados terreiros.
Se for confirmado o caráter religioso do ataque de agora, será a primeira vez que isso ocorre contra comediantes.
Ninguém ficou ferido, mas há, no fanatismo religioso, um precedente do qual escorreu sangue.
Em janeiro de 2015, muçulmanos invadiram a sede do jornal satírico francês Charlie Hebdo, em Paris, e metralharam quatro humoristas por fazerem piadas com Maomé.
Capa do Charlie Hebdo um ano depois do atentado de muçulmanos |
Com informação de O Globo e de outras fontes e reprodução de foto de imagem da TV Globo.
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