Donald Trump voltará à Casa Branca em 20 de janeiro de 2025, mas já começou a atuar nos bastidores. Em conversa telefônica, aconselhou o presidente russo Vladimir Putin a não intensificar a guerra na Ucrânia e o lembrou da considerável presença militar americana na Europa. Segundo fontes, Trump expressou interesse em conversar sobre o fim da guerra – uma promessa de campanha – e sinalizou que apoiaria um acordo em que a Rússia mantenha algum território invadido. Revelado agora, o diálogo ocorreu na quinta-feira, um dia após Trump falar com o ucraniano Volodymyr Zelensky — da qual também participou Elon Musk. A conversa com Putin ocorre em meio à incerteza geral sobre como Trump redefinirá o xadrez diplomático de aliados e adversários dos EUA. (Washington Post) Não será um telefonema que resolverá a tensão crescente na região. O exército russo reuniu uma força de 50 mil soldados, incluindo tropas norte-coreanas, e se prepara para recuperar Kursk, na Rússia, tomada pelos ucranianos. Moscou concentrou os homens sem precisar retirar soldados do leste da Ucrânia — sua prioridade no campo de batalha. Tropas russas têm recuperado parte do território que a Ucrânia capturou em Kursk, mas ainda não começaram um grande ataque no local. Kiev acredita que isso acontecerá nos próximos dias. (New York Times) Confirmou-se a lavada: Trump conquistou também o Arizona e ampliou ainda mais sua vitória, pintando de vermelho os sete estados-pêndulo e somando 312 votos no Colégio Eleitoral, contra 226 de Kamala Harris. (AP) E o governo brasileiro teme que a eleição de Trump enfraqueça a posição do país na presidência do G20. Embora Joe Biden ainda vá representar os EUA na reunião do grupo, que começa no próximo dia 18, no Rio, a avaliação é de que o futuro presidente não vá respaldar os acordos firmados no encontro. Além de ser avesso a compromissos internacionais, o republicano é negacionista climático e contrário a iniciativas como a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. (Globo) O Politico fez uma galeria com imagens de seus fotógrafos que resumem a corrida presidencial americana e o caminho de Trump para ganhar a nação. (Politico)
Um relatório da ONU detalhado sobre as mortes em Gaza nos primeiros seis meses do conflito revela que “cerca de 70% das vítimas eram crianças e mulheres, indicando uma violação sistemática dos princípios fundamentais do direito internacional humanitário”. Das mortes confirmadas, 80% ocorreram em edifícios residenciais – 44% eram crianças e 26%, mulheres. (CNN) Travaram de vez as negociações de paz entre Israel e Hamas agora que o Catar desistiu de mediar as conversas após concluir que os dois lados não estão mais negociando de boa fé. O Catar atuava ao lado do Egito como intermediário nos esforços de paz. Segundo o governo do Catar, ambos os lados se recusam a “se envolver de forma construtiva” nas conversas. (Al Jazeera) Enquanto isso... Benjamin Netanyahu admitiu pela primeira vez que Israel estava por trás da operação que detonou centenas de pagers e walkie-talkies usados pelo Hezbollah no Líbano. Vazou para a imprensa local a informação de que o primeiro-ministro disse em reunião com seu gabinete neste domingo: “A operação do beeper e a eliminação de Nasrallah foram lançadas apesar da oposição de altos funcionários do setor de segurança e do escalão político responsável por eles”. As explosões mataram 37 pessoas, incluindo crianças, e feriram quase três mil. (Times of Israel)
Há mudanças previstas na Polícia Federal em um de seus setores mais importantes, a DIP (Diretoria de Inteligência Policial), que concentra os principais inquéritos envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Seu atual diretor, Rodrigo Morais, foi indicado para ser adido em Londres e deixará o posto. O novo chefe será Leandro Almada, atual superintendente do Rio de Janeiro e delegado que teve protagonismo no caso Marielle. Almada é bem-visto por colegas da atual gestão. Antes de assumir a direção da PF no Rio de Janeiro, foi o responsável pelo inquérito aberto para apurar a tentativa de interferência na apuração conduzida pelo Ministério Público do Rio sobre o assassinato de Marielle. Montou a equipe que encerrou o caso e apontou integrantes da família Brazão como mandantes. (Folha)
A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votou contra a redução da pena do ex-presidente Fernando Collor, condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em um esquema investigado pela Lava-Jato envolvendo a BR Distribuidora. O julgamento tem placar de 6 a 2, com o ministro Luiz Fux seguindo o voto do relator Alexandre de Moraes. Eles, Barroso, Cármen Lúcia, Dino e Fachin defendem a manutenção da pena de oito anos e dez meses, enquanto Gilmar Mendes e Dias Toffoli votaram pela diminuição para quatro anos. Cristiano Zanin se declarou impedido. O julgamento analisa os embargos de declaração apresentados pela defesa de Collor, que questiona a condenação e alega prescrição do crime. A condenação é de maio de 2023, e a defesa recorreu em setembro. O julgamento continuará até o dia 11 de novembro, podendo ser suspenso caso algum ministro solicite vista ou destaque. Collor ainda pode apresentar embargos adicionais antes de começar a cumprir pena. (Globo)
Meio em vídeo. O cientista político Christian Lynch e o professor de Relações Internacionais da UFRJ Paulo Velasco são os convidados de hoje no Central Meio, nosso programa diário com notícias e análises sobre fatos – do Brasil e do mundo – que causam impacto nas nossas vidas. Ao vivo, às 12h45. (YouTube)
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