Ele queria tudo e tem tudo. Na verdade, Novak Djokovic, ou um concorrente próximo da perfeição, exagerou no jogo. O ouro olímpico escapou ao sérvio e ele finalmente o conquistou. Fê-lo num duelo maravilhoso, elétrico, equilibrado, milimétrico e de intensidade máxima contra o grande Carlos Alcaraz, que sentado na cadeira de Chatrier lamentou e chorou: pena, sim, mas se tudo seguir o curso lógico, mais cedo ou mais tarde o prêmio também será cair em suas mãos. Demais Djokovic desta vez, fabuloso. Um atleta monumental.
Sem nada a provar, o sucesso marca o culminar de uma carreira sem paralelo no ténis. A de uma vanguarda que esteve à frente do seu tempo — nutrição, yoga, meditação, descanso… — e que agora, aos 37 anos e depois de quase duas décadas a competir no limite, fecha um círculo extraordinário. Muito crédito para os Balcãs, é muito difícil conter hoje aquela onda praticamente imparável que vem de El Palmar. Mas lá está ele, atual e bem-sucedido apesar da joelhada e do passar do tempo. Sérvia, seu motor. Envolto em sua bandeira, ele expressa: “Nada alcançado supera isso”.
O tenista ressuscitou em um dia de dor. Muita coisa, no caso de Carolina Marín, derrubada novamente pelo joelho , e diferente no caso de Jon Rahm: ela o tinha ali, acariciando-o, tão perto. Mas isso lhe escapou . O mesmo não acontece com Cristina Bucsa e Sara Sorribes, uma dupla que nasceu do nada e que reivindica os trabalhadores. Discreto, num fundo silencioso, sem complicações. Lá se vai aquele bronze! Porque aqui há espaço para todos: talentos, como o de Alcaraz; os fenômenos, como Djokovic; e os lutadores de raça pura, como eles. |