Morador da Grande Porto Alegre também achou cartão bancário com senhas
Marcelo Gonzatto, no Zero Hora
O que você faria se encontrasse uma niqueleira com R$ 2,8 mil, um
cartão de banco e uma senha numérica e outra alfabética que garantiriam
acesso irrestrito a uma conta corrente?
O mecânico de Guaíba Masoel Hermann, 35 anos, não teve dúvidas quando
deparou com esses bens esquecidos sobre um caixa eletrônico nesta
quinta-feira. Divulgou um aviso em sua página do Facebook e, em menos de
duas horas, devolveu os valores à legítima dona.
Até o final da tarde, o post publicado por Hermann em busca da
proprietária já havia acumulado mais de 2 mil curtidas e incontáveis
mensagens de apoio e parabéns. O responsável pelo gesto chegou a
considerar exagerada a repercussão:
— Não fiz nada demais. Esse dinheiro me ajudaria, mas não era meu — afirma.
A boa ação teve início quando o mecânico, pai de quatro filhos e
atualmente afastado do trabalho por razões médicas, deixou a mulher na
barca que faz a travessia para a Capital e rumou a um posto de
autoatendimento do Banrisul, por volta das 8h30min. Ali, tentou utilizar
um caixa eletrônico que estava fora de uso, depois outro com o mesmo
problema e, ao colocar a mão sobre o terceiro equipamento, percebeu uma
pequena bolsa.
Perguntou a duas mulheres que se encontravam no local se a niqueleira
pertencia a alguma delas. Como a resposta foi negativa, levou-a para
casa, onde contou R$ 2.826 e localizou o cartão de banco e um papel com
todas as senhas anotadas.
Imediatamente, publicou uma foto dos bens na rede social. Ainda pela
manhã, localizou a responsável, cujo nome coincidia com o impresso no
cartão. Encontrou-a próximo a um supermercado da cidade e devolveu o
dinheiro.
— Ela me agradeceu muito e quis me dar R$ 100, mas eu não aceitei
porque só devolvi o que não era meu — explica Masoel, que não ficou com
nenhum contato da mulher, chamada Isabela.
Ela teria se atrapalhado com alguns papéis e, com pressa, esquecido o
dinheiro sobre a máquina. Só se deu conta da perda quando chegou em
casa, sem fazer ideia de onde poderia ter deixado os valores. O mecânico
afirma que, quando trabalhava como cobrador de ônibus, já havia
encontrado e restituído ao dono uma carteira. Segundo ele, o pai e o
sogro lhe serviram como bons exemplos ao longo da vida.
— Do jeito que o país está hoje, se todo mundo fizesse pelo menos uma
coisa honesta todo dia, já seria uma grande coisa — acredita.
Mecanico gaucho devolve R$ 2,8 mil a dona com ajuda do Facebook via Pavablog.
Saúde, Sorte e $uce$$o: Sempre.