09 abril, 2015

Mecânico gaúcho devolve R$ 2,8 mil a dona com ajuda do Facebook


 
Morador da Grande Porto Alegre também achou cartão bancário com senhas
Masoel Hermann ao lado de sua mulher, Daniela (foto: Divulgação / Arquivo pessoal)
Masoel Hermann ao lado de sua mulher, Daniela (foto: Divulgação / Arquivo pessoal)
Marcelo Gonzatto, no Zero Hora
O que você faria se encontrasse uma niqueleira com R$ 2,8 mil, um cartão de banco e uma senha numérica e outra alfabética que garantiriam acesso irrestrito a uma conta corrente?
O mecânico de Guaíba Masoel Hermann, 35 anos, não teve dúvidas quando deparou com esses bens esquecidos sobre um caixa eletrônico nesta quinta-feira. Divulgou um aviso em sua página do Facebook e, em menos de duas horas, devolveu os valores à legítima dona.
Até o final da tarde, o post publicado por Hermann em busca da proprietária já havia acumulado mais de 2 mil curtidas e incontáveis mensagens de apoio e parabéns. O responsável pelo gesto chegou a considerar exagerada a repercussão:
— Não fiz nada demais. Esse dinheiro me ajudaria, mas não era meu — afirma.
A boa ação teve início quando o mecânico, pai de quatro filhos e atualmente afastado do trabalho por razões médicas, deixou a mulher na barca que faz a travessia para a Capital e rumou a um posto de autoatendimento do Banrisul, por volta das 8h30min. Ali, tentou utilizar um caixa eletrônico que estava fora de uso, depois outro com o mesmo problema e, ao colocar a mão sobre o terceiro equipamento, percebeu uma pequena bolsa.
Perguntou a duas mulheres que se encontravam no local se a niqueleira pertencia a alguma delas. Como a resposta foi negativa, levou-a para casa, onde contou R$ 2.826 e localizou o cartão de banco e um papel com todas as senhas anotadas.
Imediatamente, publicou uma foto dos bens na rede social. Ainda pela manhã, localizou a responsável, cujo nome coincidia com o impresso no cartão. Encontrou-a próximo a um supermercado da cidade e devolveu o dinheiro.
— Ela me agradeceu muito e quis me dar R$ 100, mas eu não aceitei porque só devolvi o que não era meu — explica Masoel, que não ficou com nenhum contato da mulher, chamada Isabela.
Ela teria se atrapalhado com alguns papéis e, com pressa, esquecido o dinheiro sobre a máquina. Só se deu conta da perda quando chegou em casa, sem fazer ideia de onde poderia ter deixado os valores. O mecânico afirma que, quando trabalhava como cobrador de ônibus, já havia encontrado e restituído ao dono uma carteira. Segundo ele, o pai e o sogro lhe serviram como bons exemplos ao longo da vida.
— Do jeito que o país está hoje, se todo mundo fizesse pelo menos uma coisa honesta todo dia, já seria uma grande coisa — acredita.
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