Quatro sacerdotisas da Colômbia resolveram exigir igualdade de gênero
na Igreja Católica questionando o fato de apenas os homens servirem
como padres.
O protesto cruzou as fronteiras através de uma reportagem feita pela agência AFP que destaca o trabalho realizado por essas mulheres que querem os mesmos direitos dos homens no trabalho sacerdotal.
“Apenas os homens são os representantes de Cristo? Não tem pretexto.
Todos fomos criados a imagem e semelhança de Deus. Todos somos iguais”,
afirma Olga Lucía Álvarez.
A sacerdotisa de 73 anos lidera as missas de uma congregação que faz
parte da Associação de Mulheres Presbiterianas Católicas Romanas (ARCWP,
na sigla em inglês). A colombiana foi ordenada a bispa em 2010 por
Bridget Mary Meehan de Sarasota, Estados Unidos.
A denominação tem cerca de 210 sacerdotisas em dez países europeus e
também nos Estados Unidos, as quatro colombianas são as primeiras
sacerdotisas da América Latina.
A mais recente bispa da ARCWP é Marina Sánchez que foi ordenada em
janeiro deste ano. Além das duas a Colômbia conta com a bispa Judith
Bautista, ordenada em novembro do ano passado e Aída Soto que recebeu o
cargo em 2011.
“Creio que o espírito está relacionado a uma renovação e não apenas
com o sacerdócio feminino, mas com a inclusão”, disse Sánchez sobre as
mulheres que lideram comunidades religiosas.
Mas enquanto comemoram seus trabalhos, elas enfrentam a rejeição da
Igreja Católica, pois o Vaticano não aceita a participação feminina e
nem reconhece a ARCWP como parte integrante da Igreja Católica
Apostólica Romana.
O padre Juan Álvaro Zapata, diretor do Departamento de Ministérios
Ordenados da Conferência Episcopal de Colômbia condenou essa ligação
criada pelas Associação com a Santa Sé.
“Grupos assim não fazem parte da Igreja, assim se autodenominam católicos romanos”, disse.
Zapata ainda explicou que as mulheres podem sim servir a Deus sem
precisar de um cargo específico para isso. “No caso das mulheres, não é
que para poder servir ao Senhor tenham de chegar a sacerdotes. Há outras
maneiras de colaborar para a construção do Reino dos Céus”.