Contamos na semana passada que o Tribunal de Contas de Roraima gastou quase R$ 1 milhão com as viagens de seus conselheiros .
Há, porém, ao menos um caso em que o gasto foi maior. A série Brasil dos Privilégios examinou nesta semana outras viagens de ministros e conselheiros ligados aos órgãos de fiscalização.
Apenas um conselheiro do TCU (Tribunal de Contas da União) teve gastos de R$ 1 milhão com viagens internacionais em 2024.
Foram 124 diárias pagas por estadias em 11 países da Europa, América do Norte, Ásia, África e Oceania.
É mais do que a soma de dias do presidente Lula em viagens internacionais desde que tomou posse, em janeiro de 2023.
As viagens de todos os ministros no ano passado custaram ao menos R$ 4,4 milhões ao TCU.
Leia mais sobre o levantamento que mostra que outros tribunais também gastaram muito para que seus conselheiros ficassem fora.
A série mostra nesta semana outros dois casos:
TCE-RJ: conselheiro que trabalha 90% do mês ganha mais um terço de salário
O Tribunal de Contas do Rio de Janeiro --onde Domingos Brazão tinha cargo, antes da prisão-- criou um adicional em que basta um conselheiro ser afastado para todos os outros receberem mais um terço do salário. O detalhe é que a regra foi criada após cinco conselheiros serem afastados por suspeita de corrupção.
'Punidos' com aposentadoria, estes juízes ainda recebem penduricalhos
O UOL foi atrás de 25 juízes "punidos" com aposentadoria compulsória nos últimos cinco anos. O resultado é que, após se aposentarem, eles receberam em média R$ 39 mil --valor acima da remuneração líquida dos ministros do STF em 2024.
Isso porque também são contemplados com uma série de penduricalhos com efeito retroativo.
Em miúdos: embora tenham sido acusados de crimes e faltas graves, receberam como "pena" uma aposentadoria e, depois disso, ainda acumulam ganhos referentes ao período em que trabalharam.
Conheça aqui toda a série Brasil dos Privilégios.