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O Banco Central deve subir a Selic para 14,25% ao ano na reunião desta quarta-feira. Trata-se de um marco importante. A última vez que a taxa de juros alcançou este patamar foi em 2015, durante o segundo mandato do governo Dilma. Naquela época, a inflação escalava e chegou a superar os 10% ao ano no começo de 2016.
A Selic volta ao pesado nível de uma década atrás também com a inflação em alta, mas em graus bem distintos. O IPCA está em 5,06% ao ano, acima da meta do BC, mas ainda em patamares mais confortáveis. O Boletim Focus indica que o mercado financeiro espera novas altas da inflação para 5,68%. Eles também apontam uma Selic a 15%, algo que o Brasil registrou pela última vez em 2006. Naquela época, o país ainda consolidava o programa de estabilização econômica implementado com o Plano Real.
Na prática, a subida da Selic abre uma oportunidade de investimentos em renda fixa sem precedentes. Considerando a Selic de 14,25% e o atual nível de preços, o ganho real com investimentos em títulos públicos chega a quase 10% ao ano. Por outro lado, com juros reais de quase 10% ao ano, a economia brasileira tem tudo para desacelerar ao longo de 2025.
Nisso, é quase surpreendente que a bolsa brasileira esteja passando por uma recuperação. O Ibovespa fechou a terça-feira acima dos 131 mil pontos. Nesta manhã, o EWZ, fundo que representa ações brasileiras em Nova York, amanhece em leve queda.
Em Wall Street, os futuros americanos avançam, mas também sob a expectativa da decisão de juros. Por lá, o Fed deve manter a “Selic” americana no atual patamar de 4,25% e 4,50%. O que vai pesar sobre o mercado, então, são os sinais das perspectivas econômicas apontadas no chamado gráfico de pontos do Fed e a entrevista de Jerome Powell sobre a decisão. Bons negócios.