Bom dia!
A primeira “Superquarta” do ano será marcada por uma oposição frontal entre Estados Unidos e Brasil. O Fed se prepara para pausar os cortes de juros nos EUA após uma sequência de reduções que levou a taxa básica americana para a faixa de 4,25% a 4,5% ao ano. Do outro lado, a Selic deve subir substancialmente. Mas vamos por parte.
A trégua nos cortes de juros nos EUA é atribuída à sensação de que a inflação possa ter se estabilizado em um patamar acima da meta americana. O PCE, o indicador usado pelo Fed, fechou novembro em 2,4%, levemente acima dos 2,3% de outubro e já considerado distante do alvo de 2%. O dado fechado de 2024 será conhecido apenas na sexta-feira, após a decisão de juros.
Isso com o risco adicional de que a imposição de novas tarifas de importação por Donald Trump terá como consequência óbvia o encarecimento dos produtos no mercado doméstico, realimentando a inflação.
De acordo com as previsões mais recentes do Fed Watch, uma ferramenta do mercado financeiro que compila as apostas sobre a política monetária nos EUA, os juros só voltam a cair por lá em junho.
Enquanto isso, o Brasil faz previsões de quão mais alta precisa ser a Selic para que o Banco Central consiga entregar a inflação próxima da meta de 3% ao ano. As apostas indicam que o Copom subirá a taxa básica em 1 ponto percentual nesta quarta, para 13,25% ao ano. Isso significa que os juros voltam ao patamar de 2023.
Não só isso: se as previsões do mercado financeiro estiverem corretas e a inflação subir de volta a 5,5% ao ano, o país estará rodando com um pesado juro real de 7,75% ao ano.
O dia, de qualquer forma, começa sem direção clara nas bolsas. Nos EUA, os futuros avançam, com exceção do Dow Jones. Na Europa, a bolsa de Paris destoa do sinal positivo dos outros mercados.
O Brasil segue o viés de alta, e o EWZ, o fundo que representa a bolsa brasileira em Nova York, começa o terceiro pregão da semana no azul. A ver se o Ibovespa acompanhará a tendência. Bons negócios.