A estrela da festa era o novo ministro chefe da Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência, Sidônio Palmeira, que tomava posse, mas o assunto na cerimônia foi principalmente Meta e fake news. Nomeado para melhorar a comunicação do governo, Sidônio afirmou que uma das prioridades é dar andamento ao projeto de lei que combate as fake news. Também disse que se reunirá com o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), provável futuro presidente da Câmara, e com líderes partidários para aprovar a proposta. Um dos motivos para a pressa é a mudança de postura da Meta, que eliminou a checagem de informações em suas redes sociais nos Estados Unidos e abrandou as regras contra os discursos de ódio. “A mudança na política de discurso de ódio da Meta preocupa, e preocupa muito. Nós não vamos aceitar isso. Vai ser tomado um posicionamento junto com AGU para ver o que a gente encaminha ao STF”, disse o novo ministro. (Valor) Sidônio chega ao Palácio do Planalto não apenas como novo ministro da Secom, mas como um dos principais conselheiros do presidente Lula (PT), ao lado dos ministros Rui Costa (Casa Civil) e Fernando Haddad (Fazenda). Na opinião de aliados do presidente, a entrada do marqueteiro altera a correlação de forças dentro do governo e fortalece Costa na constante queda de braço com Haddad, especialmente na agenda econômica. Outros integrantes do governo ponderam que sua entrada em cena é resultado da relação que ele construiu diretamente com o presidente. (Folha) E a Meta enviou as respostas ao questionamento da AGU sobre as mudanças no sistema de moderação em suas redes (Instagram, Facebook e Threads), anunciadas no dia 7 por Mark Zuckerberg, que encerraram a checagem de fatos e adotaram um sistema de moderação pelos próprios usuários. Na resposta, a empresa informou que a checagem será mantida no Brasil, mas não descartou sua substituição no futuro e acrescentou que as alterações em sua Política de Conduta de Ódio, agora mais leniente com discursos extremistas, já estão em vigor por aqui. Em nota, a AGU disse que a resposta causa “grave preocupação” e que a nova política de conduta “pode representar terreno fértil para violação da legislação e de preceitos constitucionais que protegem direitos fundamentais dos brasileiros”. A AGU pretende fazer amanhã uma audiência pública para discutir a nova postura da Meta. (CNN Brasil) Enquanto isso... A Comissão Europeia estuda revisar suas investigações contra empresas como Apple, Meta e Google, no âmbito da Lei de Mercados Digitais, que regula grandes plataformas, o que pode mudar o escopo dos inquéritos ou suspender temporariamente decisões e multas. As big techs, que apoiaram a eleição de Donald Trump, querem que ele pressione outros países contra o que chamam de “rigor excessivo”. Zuckerberg, por exemplo, pediu publicamente o fim das multas aplicadas pela União Europeia às empresas americanas, que ultrapassaram US$ 30 bilhões nas últimas duas décadas. (Financial Times) Meio em vídeo. E o professor de Direito Constitucional da FGV Álvaro Jorge, especialista em regulação e moderação de redes sociais, é o convidado desta quarta-feira no Central Meio. Não perca! Ao vivo, às 12h45. (YouTube) O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes enviou nesta terça-feira à Procuradoria Geral da República (PGR) a documentação que sustenta o pedido de Jair Bolsonaro (PL) para ter restituído seu passaporte a fim de ir à posse de Donald Trump na próxima segunda-feira. Os advogados do ex-presidente apresentaram como prova um convite por e-mail enviado do endereço “info@t47inaugural.com” ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) onde não constam a data e o horário da cerimônia. (Poder360)
Yoon Suk Yeol, presidente da Coreia do Sul afastado em um processo de impeachment, foi preso nesta quarta-feira e está sendo interrogado sobre sua tentativa de declaração de lei marcial no mês passado. Os investigadores novamente enfrentaram resistência de apoiadores de Yoon e da segurança presidencial durante seis horas até conseguirem prendê-lo. Foi a segunda tentativa de deter o presidente e levá-lo para interrogatório – na primeira, eles desistiram diante dos protestos contra a ação na porta da residência oficial em Hannam-dong, no centro de Seul. Antes de ser preso, o mandatário disse em vídeo que cedeu para “evitar um banho de sangue”. (Korea Times e BBC)
No apagar das luzes de seu governo, o presidente americano Joe Biden notificou o Congresso que pretende tirar Cuba da lista de países acusados pelos Estados Unidos de promoverem o terrorismo. A medida, parte de um acordo mediado pela Igreja Católica para libertar presos políticos, parece condenada a ter vida curta. Tudo indica que ela será revogada pelo presidente eleito Donald Trump, que toma posse na segunda-feira e indicou como secretário de Estado o senador Marco Rubio, cuja família fugiu de Cuba para a Flórida após a revolução comunista de 1959. (AP)
Em artigo editado para o Meio Político, disponível às 11h para assinantes premium, a acadêmica mexicana Viridiana Rios defende que, a despeito de os olhos do mundo estarem voltados para o empoderamento das mulheres na política com a eleição de Claudia Sheinbaum em 2024, há um temor de que a democracia do México possa estar retrocedendo sob a sua presidência. O artigo completo pode ser lido no Journal of Democracy, da Plataforma Democrática (Fundação FHC e Centro Edelstein de Pesquisas Sociais). Outras edições da publicação estão disponíveis de graça. Assine o Meio premium ainda hoje e tenha acesso a todos os artigos do Meio Político.
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