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Draghi propõe dívida comum para salvar a Europa de uma ‘agonia lenta’  MILAGROS PÉREZ OLIVA

Olá, bom dia! Hoje a atenção está voltada para Bruxelas... e para a China.  ‌ Dívida comum para reindustrializar a Europa e ganhar competitividade. Esta é a fórmula proposta por Mario Draghi, ex-presidente do Banco Central Europeu, para impulsionar a economia do continente. O plano proposto no seu tão esperado relatório inclui a criação de um fundo comunitário de 800 mil milhões de dólares anuais para acelerar a inovação e recuperar o terreno perdido para os Estados Unidos e a China. Pedro Sánchez está precisamente na China.

Pedro Sánchez e Xi Jinping, durante encontro em Pequim. /AP

As realocações têm sido um mau negócio. A Europa perdeu terreno, ao ponto de apenas quatro das 50 maiores empresas tecnológicas do mundo serem europeias. É necessário um plano e a receita de Draghi é mobilizar uma enorme quantidade de recursos públicos, o equivalente a quatro vezes o Plano Marshall, para reindustrializar a Europa e atualizá-la em termos de inovação tecnológica. Manuel V. Gómez explica aqui os detalhes da proposta. Propõe também flexibilizar as regras de concorrência para criar grandes multinacionais.  ‌ Estas são as oito receitas principais de Draghi  . ‌ O relatório não é importante apenas pelo que diz. Também por causa de quem diz isso. Pela primeira vez, a fórmula para ganhar competitividade não é reestruturar ou cortar direitos laborais, mas sim investir, competir sem abrir mão do seu modelo social. Questionado se a rejeição do seu plano significaria a morte da Europa, Draghi respondeu: “De modo algum. Isso significará apenas uma agonia lenta.”  ‌ Já temos os relatórios: vamos agir , escreve Carlos Martínez Mongay. ‌        Uma das consequências da globalização desigual é a crise no sector automóvel, que teme a concorrência da China, a quem acusa de subsidiar a sua indústria. A UE anunciou tarifas sobre o carro elétrico chinês e a China ameaçou retaliar o setor suíno espanhol, entre outros. No seu encontro com Xi Jinping, Pedro Sánchez quis evitar um regresso às tarifas entre a China e a UE: “Uma guerra comercial não beneficia ninguém”, disse ontem.   ‌ A Organização Mundial do Comércio também acredita nisso. Segundo esta organização, 30% do emprego global depende das exportações.

Alemanha repõe controlos fronteiriços

A Alemanha entra em modo regressivo. Com a economia estagnada e o governo enfraquecido pela ascensão da extrema direita, começa a dar sinais de insegurança. Ontem ela foi a primeira a opor-se ao plano de Draghi, e o seu Ministro do Interior anunciou que instalará controlos em todas as suas fronteiras a partir de 16 de Setembro para impedir a imigração irregular e proteger-se do terrorismo islâmico. A medida afeta vários países do espaço Schengen e permitirá um aumento nas controversas rejeições de fronteiras. Elena G. Sevillano relata.

Edmundo González pediu para deixar a Venezuela

A Espanha ofereceu refúgio a Edmundo González em sua Embaixada se ele quisesse continuar na Venezuela, mas ele rejeitou. Já em Madrid, González Urrutia defendeu o diálogo com o regime de Maduro para “evitar a dor e o sofrimento ” . ‌ Mas o exílio do ex-candidato é um golpe para os antichavistas.  Sua líder, Corina Machado, afirma que permanecerá na Venezuela. A estratégia da Colômbia, do México e do Brasil para forçar uma negociação perdeu o seu principal trunfo. Agora eles terão que repensar o seu plano de mediação.  ‌ O PP, por sua vez, reforça as suas críticas ao Governo e procura desgastá-lo através de uma iniciativa parlamentar que será hoje debatida para que Espanha reconheça Edmundo González como vencedor das eleições e presidente legítimo da Venezuela.

Ofensiva do PP (e García Page) contra a anistia

O líder do PP, Alberto Núñez Feijóo, com os barões regionais, no dia 6 de setembro. / SAMUEL SANCHEZ.

A gesticulação contra a anistia retorna. Não basta que o PP tenha apresentado o seu próprio recurso ao Tribunal Constitucional na passada quinta-feira, mas mobilizou os seus barões regionais para que as autonomias que governa apresentem, em cascata, os seus próprios recursos de inconstitucionalidade contra a lei. Na realidade, bastava um recurso para que o tribunal de garantia se decidisse.  ‌ O presidente de Castilla-La Mancha, o socialista Emiliano García-Page, juntou-se à ofensiva do PP, que inclui a recusa de três magistrados constitucionais.  ‌ Reyes Rincón explica aqui os argumentos dos recursos.

Pare o abuso de ansiolíticos

“A Espanha é o país do mundo onde se consome mais ansiolíticos, segundo o Conselho Internacional de Controle de Narcóticos, e mais da metade das pessoas que cometeram suicídio no ano passado os tomaram . Isso significa que há grande facilidade de acesso e abuso. O Ministério da Saúde quer pôr fim a esta situação e vai incluir medidas de controlo da prescrição no Plano de Saúde Mental que elabora. “O sofrimento é dopar-se com medicamentos”, afirmou a ministra da Saúde, Mónica García, num evento sobre prevenção do suicídio.  ‌ Aqueles que permanecem após o suicídio: “A dor te come, mas sai”. Parentes de pessoas que tiraram a própria vida contam seus sentimentos.

Em poucas palavras

Princesa de Gales, Kate Middleton, com sua família, em uma captura de tela do vídeo que ela transmitiu. / VAI GUERRAR .

Kate Middleton terminou a quimioterapia que continuava para tratar o câncer que lhe foi diagnosticado em março, mas afirmou que ainda tem um longo caminho a percorrer para uma cura completa. Vídeo | Foi assim que a Princesa de Gales anunciou o fim do tratamento.   ‌ A Euribor voltou a ficar abaixo da barreira dos 3%, depois de ter permanecido acima dela durante 633 dias. A descida alivia as hipotecas variáveis ​​e ocorre na semana em que se espera que o Banco Central Europeu baixe novamente as taxas de juro.  ‌ A oposição bielorrussa denuncia que María Kolésnikova, uma das suas três dirigentes, vive numa situação extrema na prisão. Ela está incomunicável há dois anos e sua saúde está prejudicada. Seus parentes temem que ele morra de fome.   ‌  Pelo menos 18 pessoas morreram no sul de Marrocos, incluindo um turista espanhol, devido a inundações graves e invulgares que ocorreram após uma forte tempestade com chuvas intensas. ‌ A Grécia limitará os apartamentos turísticos e os navios de cruzeiro para reduzir as multidões de turistas. Também aumentará as taxas de visitantes.  E esta manhã, um ataque israelita matou pelo menos 40 palestinianos numa “zona humanitária” em Gaza. Aqui você pode acompanhar ao vivo a última hora do conflito . ‌ ‌

Para terminar...

Maruja Torres, sexta-feira no bar Richelieu em Madrid. / INMA FLORES

“Quando eu morrer quero estar em sã consciência”, diz Maruja Torres nesta entrevista . A jornalista, que completou 81 anos, acaba de publicar um livro com um título digno de sua personalidade provocativa: “Quanto mais morre, mais quero viver”. Uma bela declaração de intenções. Se você quer saber como pensa um espírito livre e resistente, não perca a entrevista. Nem mesmo o livro. ‌ Comunistas trumpistas, este é o movimento anti-imperialista Make America Great Again (MAGA). Eles perseguem um futuro anti-imperialista para os Estados Unidos, mas apoiam Trump.  ‌ Isto é tudo por hoje. Bom dia! ‌ Obrigado por nos ler! ‌ boletins@elpais.es

SOBRE A ASSINATURA MILAGROS PÉREZ OLIVA No El País desde 1982, trabalhou como repórter especializada em temas de sociedade e biomedicina, e desempenhou responsabilidades como editora-chefe, tarefas que combinou com a docência universitária na Faculdade de Jornalismo da Universidade Pompeu Fabra. Ele projetou e dirigiu o primeiro suplemento de Saúde do jornal. Foi Defensora do Leitor de 2009 a 2012, quando ingressou na Opinion como editorialista e colunista. Ela é responsável pelo boletim informativo matinal El País.

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Um setembro para comer MIGUEL EZQUIAGA Boris Payán, um dos proprietários de Valletako, no Mercado Nueva Numancia. /PABLO MONGE

Esta é a newsletter da secção Madrid do EL PAÍS, que é enviada todas as terças-feiras e à qual se acrescenta outra entrega às sextas-feiras com planos para o fim de semana. Se você não é inscrito, pode se inscrever aqui . ‌ Bata, bata. Tem alguém aí? ‌ Foodies, foodies e outros glutões da cidade e da corte encontrarão quando voltarem das férias um punhado de novidades gastronômicas que não passam despercebidas. Meus colegas da seção Gastro , amantes da boa comida e prescritores dos melhores restaurantes, têm feito reportagens sobre eles . Estas são algumas de suas sugestões para enfrentar o retorno à rotina sem gastar muito: ‌ "Hungry Club: escala na nova localização de Dabiz Muñoz" . O universo do chef, considerado o melhor do mundo pelo The Best Chef Awards, está se expandindo com um estabelecimentono terminal 4-satélite doaeroporto Adolfo Suárez Madrid-Barajas, que no futuro chegará também aos de Barcelona, Málaga e Palma de Maiorca. O menu destaca preparações de influência asiática comoa laksa, uma sopa de macarrão típica da Malásia e de Singapura (24,95 euros), ou a pizza à bolonhesa comkimchi, ovo e batatas fritas (22). Na doçaria o chef não arrisca menos: fique atento ao bamba de nata com cereais (4,95) e aocroissant achatadocom nuvens de açúcar (4,40). ‌ Cem hambúrgueres: o melhor hambúrguer do mundo é servido em Madrid . O guia World's Best Burgers premiou o hambúrguer Singular (11,50 euros) desta empresa espanhola pelos seus “sabores precisos” e pelo valor que confere ao produto artesanal. Nacarne loira galega maturada a secopor 60 dias, o Singular levacheddar, molho barbecue caseiro, bacon supercrocante, cebola caramelizada ede camembert. Além disso, o cardápio conta com outras sete variedades, além da especialidade do mês, com preços bastante parecidos. Já abriram três lojas em Madrid. ‌ Valletako: comida mexicana em mercado de bairro. Continuamos com a premiação para convidá-lo a visitar o mercado Nueva Numancia, no bairro de Puente de Vallecas, onde se vende o melhor taco de Espanha, pelo menos segundo a agência de marketing Fenicia, que todos os anos organiza um concurso.O premiado taco é feito com carne de rabadaem uma tortilla de milho feita na hora. Embora não faltem outras preparações tradicionais comoa cochinitapibil, Valletako destaca-se por propostas como o taco de carne curada (4,50 euros) salgado com manteiga ou opambazo(6,5) com batata e chouriço crioulo. ‌ Pizza Pronto: a nova sensação em Little Italy . Localizado junto à Plaza de Olavide, este local oferece uma dezena de opções quereconceituam a pizza tradicional. Há sardinha,ricotae parmesão (14,50 euros); abobrinha, queijo payoyo e legumes frescos (também 14,50) ou mortadela, burratina e pistache (15), este último um dos favoritos do momento. A massa, que demora três dias a fermentar, é outra das chaves do projecto que faz a diferença. A poucos metros de distância, os proprietários administram uma padaria bem estabelecida no bairro, a Alma Nomad Bakery. ‌ E você, o que acha? Eu li você em nlmadrid@elpais.es. ‌

Outras histórias da semana   O milagre de Lavapiés: o bairro recupera sua escola pública após seis longos anos de reformas . Os alunos e professores de Antonio Moreno Rosales foram transferidos para uma escola em Carabanchel, a quatro quilômetros de distância. ‌ Operação Lobato, o líder dos socialistas madrilenos procura consolidar o seu poder . O secretário-geral pretende vencer o próximo congresso do partido com uma abordagem adaptada à região, mas os seus críticos acreditam que deve reforçar um discurso de esquerda. ‌ O declínio do centro comercial Ermita del Santo enquanto o golpe urbanístico o atinge . O projeto, aprovado em abril pelo PP para a construção de duas torres de 23 andares e 548 moradias, prossegue apesar da resistência de uma plataforma cidadã que prepara um processo contra a Administração.

A era de ouro dos clubes privados: um sintoma de distanciamento de classe? O Soho House, um dos clubes privados mais desejados do momento , abrirá em 2025 a sua terceira sede em Barcelona e a primeira em Madrid.  O New York Times e a Bloomberg apelidaram esta era de era de ouro do clube privado. Revistas e contas do TikTok e Instagram sugerem qual você deve assinar com base no seu perfil. O luxo tranquilo, corporativo ou artístico é mais o seu estilo? Cabe perguntar o que este fenómeno diz sobre a sociedade atual num contexto de crescente desigualdade, distanciamento social entre classes e polarização. ‌ CÉLIA FERNÁNDEZ

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