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Bom dia:
Hoje trazemos uma ideia revolucionária. Embora não devesse ser tanto. Troque opiniões com pessoas que não pensam como nós. É proposta pelo sociólogo Richard Sennett (Chicago, 1943), em entrevista a Rafa de Miguel, e a apresenta como um antídoto parcial contra o individualismo e o populismo guiado pelas paixões: “Não vai resolver a atual política irracional que sofremos, mas isso dará às pessoas uma visão diferente das outras.”
É algo semelhante ao que o filósofo Kwame Anthony Appiah propôs há alguns anos em seu livro Cosmopolitanismo: conversar com os outros e fazê-lo com um objetivo modesto, acostumando-se com eles. E deixe que eles se acostumem conosco, é claro. Parece uma coisa pequena, mas numa época de polarização e confronto, ajuda-nos a não ver os outros como pessoas más ou estúpidas, mas simplesmente como pessoas que têm outras ideias.
E o que mais temos? Bem, desmascaramos um mito: não nos tornamos mais direitistas com a idade. E falamos de Gayatri Chakravorty Spivak, uma pensadora indiana que mudou a forma como vemos o colonialismo, o feminismo e o poder. Além disso, hoje na versão impressa e na terça-feira na web você pode ler um trecho do livro de Mary Beard e Keith Hopkins sobre o Coliseu na web. Um aperitivo: apesar do que vimos nos filmes, nenhum mártir cristão morreu no anfiteatro romano até o século V depois de Cristo.
Vamos lá.
Jaime Rubio Hancock |
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| | Foto de Ione Saizar. |
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Richard Sennett apresenta um novo livro, The Interpreter, no qual fala sobre política, cidades, trabalho e inteligência artificial. Como escreve Rafa de Miguel, que o entrevistou em Londres, é um “ensaio cheio de dados, reflexões, histórias, anedotas e sabedoria, sobre a relação entre as artes performativas, a vida e a política. Todos somos atores que utilizam a ferramenta da interpretação. Em alguns casos, emergem arte e civilização. Em outros, a teatralidade gera destruição e rejeição do outro.”
Uma confissão: gosto muito do Sennett, mas estava pensando em pular esse livro... Até ler a entrevista do Rafa e o texto que a acompanha . |
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| | Fotos de Corbis (Getty Images), A. Pérez Meca (Europa Press/Getty Images), Isabel Infantes (Europa Press/Getty Images) e Diego Radamés (Europa Press). |
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Conhecemos o cliché: quando se é jovem tem de ser um rebelde, mas quando se cresce abandona as tendências revolucionárias para começar a defender a liberdade empresarial e a redução de impostos.
Pablo Lafuente Cordero perguntou a especialistas e a alguns políticos com uma longa história de mudança (Jorge Vestrynge e Juan Carlos Girauta) sobre este clichê. E constatou-se que a realidade, como sempre, é mais complexa: depois dos 20 anos mudamos pouco e o contexto tem mais influência do que a idade. |
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| | Ilustração de Daniella Martí |
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| | Ilustração de Luis Grañena |
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A pensadora Gayatri Chakravorty Spivak (Calcutá, 1942) passou a vida inteira confrontando o poder e nos oferecendo pontos de vista que geralmente passam despercebidos. Spivak é um dos autores mais influentes nas áreas do feminismo, anti-racismo, descolonialismo e até ambientalismo, e introduziu o pós-modernismo francês nos Estados Unidos.
Além disso, graças ao perfil que Mar Padilla traça, ficamos também a saber que passou uma época em Espanha, onde aprendeu a cozinhar arroz e a dançar flamenco. |
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Eu sou Nevenka, anatomia de uma ovação | | Nuria Labari escreve sobre o filme de Icíar Bollaín que conta a história de Nevenka Fernández, a primeira mulher a denunciar um político na Espanha por assédio sexual. E questiona o quanto mudamos nestas duas décadas: “Aplaudimos como se a cumplicidade com agressores sexuais fizesse parte do passado. Percebo que todos os homens presentes estão de pé durante a ovação. (...) Acreditamos que nos veremos melhor com o tempo, embora há alguns meses o prefeito de Vita (Ávila) tenha cantado uma canção pedófila nas festas de sua cidade sem que ninguém o vaiasse ou lhe tirasse o microfone." |
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Tudo já é icônico (e ainda por cima Alvise também nos decepciona) | | Íñigo Domínguez consegue escrever uma coluna (icónica) em que aparecem Alvise, a frigopie, Putin e uma fabada. Não é apenas um feito literário e jornalístico, mas também um texto muito preciso sobre o nível absurdo do momento político e social em que vivemos: “Minha frase favorita [de Alvise] é esta: 'Mas diga-me, qual de vocês não fez concessões, pequenos sacrifícios morais, para chegar onde chegou?' E não estou dizendo que se você fizer isso e não chegar a lugar nenhum, é aí que você se sente sujo."
Até semana que vem!
Cidad3: Imprensa Livre!!!
Saúde, Sorte e $uce$$o: Sempre!!!
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