Bom dia!
A montanha-russa dos mercados financeiros tem exigido estômago forte dos investidores. Os futuros americanos amanhecem em queda de ao redor de 2% nesta quinta-feira, movimento que pode ser considerado até previsível após as bolsas americanas registrarem a maior alta diária desde a II Guerra Mundial.
O S&P 500 avançou 9,52% no pregão da quarta-feira, enquanto o Nasdaq disparou mais de 12%. É volatilidade digna de meme stocks, só que nos maiores índices acionários do mundo.
Até os tijolos da B3 sabem que a reação foi decorrente do cavalo de pau de Donald Trump na guerra comercial que ele trava contra o planeta, tal qual Dom Quixote e seus moinhos de vento. Após uma semana pregando que as alíquotas de importação não eram negociáveis, no final do dia de ontem, o presidente americano anunciou uma suspensão de noventa dias na imposição dos impostos – com exceção à China.
Uma forma de analisar a queda dos futuros nesta manhã é justamente olhando para a subida das bolsas europeias. O índice Dax, por exemplo, avança 5%, numa espécie de esforço para se ajustar à melhora do cenário internacional e também tirar o atraso da subida nas bolsas americanas. Quando Trump anunciou o cavalo-de-pau internacional, as bolsas europeias já estavam fechadas. O EWZ, fundo que representa as ações brasileiras em Nova York, cede, seguindo a tendência de Nova York.
A verdade, porém, é que o adiamento das tarifas sobre parte dos países – após o dia da entrada em vigor – não deve ser suficiente para evitar o impacto sobre a atividade econômica. De um lado, estão as empresas que anteciparam compras de produtos acabados para evitar as tarifas. De outros, encomendas que não chegariam a tempo foram canceladas, como anunciou a Amazon sobre a suspensão de compras da China.
Para além da guerra comercial, o dia será marcado, nos EUA, pela divulgação da inflação de março medida pelo CPI, o equivalente do IPCA. Além disso, dirigentes do Fed têm bateria de falas públicas. Por aqui, o destaque é a pesquisa mensal do IBGE. Bons negócios.