Bom dia!
Na manhã desta sexta-feira, 24, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga o IPCA-15 de janeiro. A expectativa é de que a prévia da inflação recue 0,01% no mês, uma desaceleração ante os 0,34% de dezembro.
Só que o preço dos alimentos, em alta de 1,47% em dezembro, deve continuar pressionando a cesta básica. Uma pesquisa do Broadcast com analistas de mercado indica que a categoria pode avançar 1,44% no índice divulgado hoje.
No acumulado de 2024, os alimentos encareceram duros 7,69%, impulsionados principalmente pelo preço da carne (21%), café (39%) e óleo de soja (29%). Tem a ver com uma sequência de crises climáticas – como as enchentes no Rio Grande do Sul e a seca nas regiões Norte e Centro-Oeste – que comprometeram a produção e a colheita.
No final do ano, a disparada do dólar agravou o cenário: com a moeda americana em alta, os produtores brasileiros, em geral, priorizam as exportações em vez do mercado interno. Isso reduz a oferta e, consequentemente, eleva os preços nos supermercados.
Isso tem dado dores de cabeça à equipe de Lula, que avalia que o aumento da inflação tem corroído a popularidade do presidente. Por isso, já são estudadas medidas para tentar conter novas altas.
Na quarta-feira, o Ministro da Casa Civil, Rui Costa, sinalizou que o governo faria "intervenções" para reduzir a inflação de alimentos, acatando sugestões enviadas pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Depois da repercussão negativa, o ministro voltou atrás, dizendo que as medidas ainda estão sendo avaliadas e que não haverá intervenção direta.
Ontem, Haddad reforçou que não há planos de mexer diretamente nos valores, negando boatos de que o governo pretende relaxar a política fiscal para conter os preços. “Ninguém está pensando em utilizar espaço fiscal para esse tipo de coisa”, disse a jornalistas.
Segundo o ministro, a única proposta considerada pelo governo é a melhoria do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT). O tradicional programa, criado em 1976, busca incentivar que empresas forneçam alimentação a seus funcionários – principalmente para trabalhadores de baixa renda.
Nesta manhã, o presidente Lula tem reunião marcada com Haddad e Rui Costa para tratar da alta dos alimentos – e evitar uma nova crise de comunicação no governo. A ver os próximos passos.
Bons negócios.