Bom dia!
Faz o que tu queres, pois é tudo da lei. Essa parece ser a postura de Donald Trump em relação ao desenvolvimento de inteligência artificial nos Estados Unidos. Nos últimos dias, o republicano tem sinalizado que irá priorizar novos investimentos no setor, ao mesmo tempo em que se afasta das regulamentações que controlam a tecnologia.
Na noite de terça-feira, o presidente americano anunciou a criação da Stargate, uma joint venture que investirá até 500 bilhões de dólares em inteligência artificial. Liderada pela OpenAI, criadora do ChatGPT, pela Oracle, especializada em servidores e bancos de dados, e pelo banco japonês SoftBank, a nova empresa ficará responsável por projetos de infraestrutura de IA, incluindo data centers e outras instalações estratégicas.
Para apresentar a iniciativa, Trump contou com a presença de Masayoshi Son, CEO do SoftBank, Sam Altman, CEO da OpenAI, e Larry Ellison, da Oracle. Os executivos afirmaram que a iniciativa irá “destinar 100 bilhões de dólares imediatamente", e que algumas obras já foram iniciadas no Texas.
Após o evento, as ações do SoftBank Group saltaram mais de 10% no Japão, alcançando seu maior nível desde julho de 2024.
O anúncio do investimento ocorreu um dia após Trump revogar um decreto assinado por Joe Biden em 2023, que tratava da implementação de dispositivos de segurança e transparência para os desenvolvedores de IA, além de exigir a aplicação de marca d'água em conteúdos gerados por IA.
O movimento indica que Trump não hesitará em se distanciar da postura adotada pela administração de Joe Biden nos últimos dois anos. Até agora, o país procurou manter um equilíbrio cuidadoso no desenvolvimento da tecnologia, adotando medidas para se manter à frente da China na corrida, ao mesmo tempo em que tentava mitigar alguns dos riscos potenciais da IA.
Os novos rumos, claro, foram bem recebidos pelas empresas de tecnologia. "Parece claro que a nova administração será favorável ao desenvolvimento tecnológico” disse Demis Hassabis, CEO da DeepMind, braço de inteligência artificial do Google, em entrevista à Bloomberg durante o Fórum Econômico de Davos.
Nesta manhã, os futuros da Nasdaq, a bolsa americana voltada para empresas de tecnologia, avançam mais do que os de outros índices do país (veja abaixo). Enquanto isso, o EWZ, ETF que acompanha o desempenho da bolsa brasileira no exterior, sobe 0,6% no pré-mercado.
Bons negócios.