Depois de uma eleição acirrada, cabines de votação queimadas e investimentos bilionários, acordamos com a notícia da vitória de Donald Trump como novo presidente dos EUA.
Como se não fosse o bastante para um dia só, o Partido Republicano conseguiu abocanhar a maioria das vagas no Senado e na Câmara. Agora, eles podem ditar decisões e aprovar com facilidade suas propostas mais extremistas, como o fim das políticas de combate às mudanças climáticas, a deportação em massa de imigrantes, a proibição do aborto e os cortes maciços de impostos para os mais ricos.
Mais empolgados do que o próprio Trump e seus eleitores certamente estão os golpistas aqui no Brasil. E não é nem pelo possível acordo de anistia que está sendo negociado.
É porque eles estão cientes do hábito brasileiro de copiar tendências estadunidenses, de como o que acontece por lá influencia o comportamento dos nossos eleitores e do poder geopolítico que o país ainda tem.
Depois de Trump em 2016, veio Bolsonaro em 2018. Depois da invasão do Capitólio em 2021, veio o ataque terrorista na posse do presidente Lula em 2022. Acho que já deu para entender...
Mas a boa notícia é: não precisamos repetir as falhas dos EUA.
Na coluna escrita para o Intercept, James Risen destaca como a mídia estadunidense normaliza o fascismo e até o neonazismo, tratando líderes violentos e conspiracionistas como políticos sérios — e como isso favorece imensamente figuras como Trump.
Essa técnica de desarmar o público com desinformação também dita as matérias da mídia corporativa brasileira, elegendo o exército de fascistas de sapatênis e centristas nas prefeituras do Brasil neste ano.
Para não termos, em 2026, um Congresso tomado por Tarcísios e Nikolases, é urgente fortalecer um jornalismo que não normaliza absurdos, não defende táticas furadas da oposição e que dá nome aos bois!