Bom dia!
O sentimento é de que "já deu". Investidores estão só pelo anúncio do Fed, logo mais às 15h, e quase não importa mais se o corte de juros será de 0,25 ponto percentual ou 0,50 p.p. O consenso da ferramenta Fed Watch aponta para a redução mais agressiva, que levaria a taxa americana para 5% ao ano (no teto da meta).
Aí começam as apostas para a próxima reunião, que ocorre no dia 7 de novembro e ainda como os juros fecham o ano após a reunião em dezembro.
Acontece que o encontro de hoje do Fed tem uma segunda camada de importância. Quatro vezes por ano, o BC americano divulga não só a decisão de política monetária, mas também o sumário de expectativas, no qual são atualizadas as expectativas dos dirigentes para inflação, emprego e, claro, juros. É o famoso gráfico de pontos.
Isso significa que esse pode ser o fim da temporada da série "corte de juros", mas não o fim do programa. Investidores continuarão bastante entretidos com o tema.
O mesmo vale para o Brasil. Após o fechamento do mercado, o BC divulga a nova Selic do país, com investidores apostando em uma alta de juros de 0,25 p.p., o que levaria a taxa para 10,75% ao ano. Frente a inflação de 4,24% ao ano, isso dá um juro real de 6,51%. O Boletim Focus mostra que a Faria Lima conta com a Selic a 11,25% ao fim do ano e inflação de 4,35%. Ou seja, juro real de 6,9% ao ano.
O Tesouro Direto mostra que o Focus talvez esteja um pouco mais agressivo do que a realidade. Os títulos Tesouro IPCA+ com vencimento em 2045 pagam a inflação + 6,30% ao ano, uma rentabilidade igualmente generosa para quem quer garantir o pé de meia.
Enquanto as decisões não chegam, os futuros das bolsas americanas começam o dia em alta, enquanto os índices europeus recuam. O EWZ também aponta para uma subida do Ibovespa, que fechou em queda na véspera. A expectativa pelas decisões de juros também ajudam o real, que ontem fechou abaixo dos R$ 5,50. Bons negócios.