Quarta-feira, 11/09/2024 | | |
| | Guilherme Boulos, Pablo Marçal e Ricardo Nunes, candidatos à Prefeitura de São Paulo | Bruno Santos/Folhapress |
| Empate nas pesquisas em SP, outra vez |
| | A nova pesquisa AtlasIntel, divulgada nesta quarta, captou o movimento que o instituto Datafolha da semana passada já havia antecipado. O influenciador Pablo Marçal (PRTB) disparou na preferência do eleitor, passando de 16% em 20 de agosto para 24,4% agora, encostando em Guilherme Boulos (PSOL), que soma 28% das preferências. O prefeito Ricardo Nunes (MDB), por sua vez, teria caído para um terceiro lugar, com 20,1%, uma queda de 1,9 ponto percentual em comparação com a edição anterior. O levantamento, que faz entrevistas de múltipla escolha pela internet, teve a participação de 2.200 eleitores de São Paulo, que responderam as perguntas da AtlasIntel entre os dias 5 e 10 de setembro. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo. Por ora, é cedo para definir qualquer conclusão sobre a corrida eleitoral. No Datafolha da semana passada, Nunes aparecia com o mesmo porcentual de Marçal, 22%, empatado tecnicamente com Boulos, que somava 23%. Um resultado muito favorável ao prefeito, que havia somado 19% no levantamento anterior do instituto, divulgado em 21 de agosto. No dia 30, começou a propaganda eleitoral na TV, onde Nunes tem larga vantagem de tempo em comparação com seus adversários. Só dá para dizer que a eleição em São Paulo continua embolada e sem uma tendência clara ao menos para o primeiro turno. Mais pistas serão dadas pela pesquisa Quaest a ser divulgada ainda hoje e pela nova Datafolha que será divulgada nesta quinta. A dúvida é quem irá ao segundo turno, onde o prefeito leva vantagem, segundo as pesquisas eleitorais. Em um embate com apenas um adversário, Nunes venceria Marçal e Boulos. O psolista fica em desvantagem, neste caso, diante da ressurreição do espantalho da esquerda, "a ameaça comunista" que Boulos representaria para eleitores mais radicais de Nunes e de Marçal. |
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| | | O prefeito Ricardo Nunes (MDB) durante o programa Roda Viva | Reprodução/YouTube |
| É eleitor de Nunes, mas pode votar em Boulos, e vice-versa |
| Faltando 25 dias para o primeiro turno, a eleição em São Paulo continua em aberto, embora haja indícios fortes de que ao menos um dos três candidatos que lideram as pesquisas até agora estará no segundo turno. A mais recente pesquisa Datafolha, divulgada na semana passada, mostrou que 41% dos eleitores ainda podem mudar de voto, ou seja, têm um nome em mente, mas podem decidir votar em outro até o dia 6 de outubro. O instituto mostra que um quarto dos eleitores de Guilherme Boulos (PSOL), por exemplo, poderia votar no prefeito Ricardo Nunes (MDB) ou em Tabata Amaral (PSB). Da mesma forma, 46% dos eleitores do prefeito podem vir a migrar para Boulos, Tabata, José Luiz Datena (PSDB) ou Pablo Marçal (PRTB). No caso dos eleitores de Marçal, 30% ainda podem mudar de ideia, migrando majoritariamente para Nunes, mas também para Tabata, Boulos, Datena ou Marina Helena (Novo). Vale lembrar uma pesquisa Datafolha de 24 setembro de 2020, a 21 dias do primeiro turno, que tinha Celso Russomanno (Republicanos) na frente, com 29% das intenções de voto, Bruno Covas (PSDB) com 20% e Boulos com 9%. Ao fim e ao cabo, Russomanno viu sua rejeição subir nas últimas semanas, e Covas chegou ao segundo turno com Boulos, levando a prefeitura — os dois nomes eram os mais lembrados, respectivamente, na pesquisa espontânea (quando o entrevistador do instituto não apresenta um cartão com os candidatos, e o eleitor fala os nomes que têm na memória). Na última edição do Datafolha, a pesquisa espontânea mostrou 38% de indecisos, seguidos por 19% que citaram Boulos, e 15% que mencionaram Marçal. |
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| | Guilherme Boulos (PSOL) em sabatina UOL/Folha | Reprodução |
| Boulos, o caso Silvio Almeida e a Venezuela em sabatina UOL/Folha |
| O caso do ex-ministro de Direitos Humanos Silvio Almeida, demitido após denúncia de assédio (noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2024/09/06/silvio-almeida-afastamento-denuncias-assedio.htm) feita pela ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, virou um bode na sala para os políticos, especialmente os de esquerda no Brasil. O assunto foi explorado na sabatina de Guilherme Boulos (PSOL) ao UOL e jornal Folha de S. Paulo nesta segunda (9). A jornalista Fabíola Cidral questionou o candidato psolista, apoiado pelo PT, sobre o assédio sexual na gestão pública, pano de fundo do caso Silvio Almeida. "A gente sabe que a questão do assédio sexual na gestão pública é um fato. E eu queria saber, o que o senhor pretende fazer para combater assédio sexual na gestão pública da Prefeitura de São Paulo?", questionou Fabíola. Boulos nem piscou na hora de responder a pergunta que poderia ser uma casca de banana para um candidato em véspera de eleição. E ainda aproveitou a ocasião para alfinetar o prefeito Ricardo Nunes (MDB). "Nós temos que ter uma política permanente que vai estar articulada com a Controladoria do município, que foi esvaziada", disse Boulos. A Controladoria, explicou o psolista, tem um papel de transparência, de combate à corrupção, mas também de avaliação de conduta dos servidores públicos da máquina administrativa. "E nós vamos botar um programa forte de combate ao assédio e à violência sexual contra as mulheres", prometeu. O candidato também foi questionado sobre sua posição em relação à Venezuela, que vive uma verdadeira ditadura sob Nicolás Maduro, especialmente depois da eleição sem transparência no final de julho e da perseguição a opositores, que culminou com o exílio de Edmundo González, opositor que, na prática, venceu a eleição. Boulos admitiu que a "eleição do Maduro está cheia de suspeitas de fraude, e o governo não tem legitimidade". Ele falou sobre o papel do presidente Lula na contenda, ao não reconhecer o governo de Maduro. Mas procurou não estender o assunto. "A Venezuela está a 4.000 km de São Paulo. A gente pode falar sobre os temas da cidade", disse. Assista à íntegra aqui. |
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| Fumaça no céu de SP para lembrar que clima é tema eleitoral | | | CARLOS FABAL/AFP |
| | | A gente se fala todo dia. Todo dia a gente tem diálogo, a equipe da prefeitura com o equipe do estado | | Ricardo Nunes | prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, destacando o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em sua campanha |
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