Um dia após líderes israelenses alertarem sobre uma possível intensificação da campanha militar contra o Hezbollah, a explosão simultânea de centenas de pagers no Líbano e em algumas partes da Síria, em um ataque aparentemente coordenado, teve como alvo membros do grupo militante apoiado pelo Irã. A onda de explosões, que matou ao menos 11 pessoas — seis do Hezbollah — e feriu 2.800, deixou Beirute em choque. Fontes americanas e israelenses confirmaram que a sabotagem dos pagers foi feita por Israel, embora o governo de Tel Aviv não tenha assumido o ataque oficialmente. Testemunhas relataram fumaça saindo dos bolsos das pessoas, seguida por pequenas explosões que soavam como fogos de artifício ou tiros. Imagens amadoras transmitidas pela TV mostraram cenas de caos em hospitais, enquanto pacientes feridos com mãos e rostos mutilados buscavam atendimento. O embaixador do Irã no Líbano, Mojtaba Amini, está entre os feridos. (New York Times) A jornalista libanesa Kim Ghattas afirma que, recentemente, o Hezbollah havia “adotado a baixa tecnologia” dos pagers como forma de evitar novos assassinatos. “Eles foram instruídos a largar seus iPhones, sair da internet e desconectar seus circuitos internos de TV”, disse. Para ela, a ação é uma forma de demonstrar ao Hezbollah que Israel sabe tudo, intimidando e deixando claro que seus ataques serão respondidos com mais violência. “Ou pode ser um prelúdio para uma campanha israelense em larga escala.” (CNN) Com base nas informações iniciais, analistas sugerem que o ataque ocorreu devido ao fornecimento de pagers-bomba. Esses aparelhos estão em uso há algum tempo, mas a ação de ontem pode ter sido resultado do fornecimento de um novo lote. “Esta foi uma nova remessa”, afirma Janane El-Khoury, da Universidade Libanesa. “Quem permitiu que esta nova remessa viesse ao Líbano para ser distribuída aos membros do Hezbollah?”, indaga. A ex-analista da CIA para o Oriente Médio Emily Harding também diz que parece um ataque à cadeia de suprimentos. “Talvez o Hezbollah tenha atualizado seus pagers, e os novos foram alterados. Então o gatilho deve ter sido algum tipo de sinal.” (BBC) Dan Sabbagh: “Pode não ter sido reconhecido por Israel, mas o ataque extraordinário e coordenado ao Hezbollah é quase certamente uma operação do Mossad. O serviço de inteligência israelense tem se envolvido nos assassinatos de líderes do Hamas e do Hezbollah por décadas, mas, se seu envolvimento for confirmado, isso representa uma escalada significativa.”(Guardian)
Uma investigação apresentada ontem no Conselho de Direitos Humanos da ONU concluiu que o governo Nicolás Maduro cometeu crimes com uma repressão “sem precedentes” na Venezuela após a eleição de 28 de julho. A missão concluiu que há indícios suficientes para apontar que o governo está cometendo crimes contra a humanidade e de perseguição por motivos políticos. Mais de duas mil pessoas foram presas, incluindo jornalistas e crianças. (UOL)
Novas brigas, trocas de acusações, gritaria e pedidos de direito de resposta. Assim foi o debate realizado pela Rede TV! e UOL entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, o primeiro após a cadeirada de José Luiz Datena (PSDB) em Pablo Marçal (PRTB). Os ataques pessoais dominaram o início do encontro. Marçal foi quem mais estimulou confrontos, mas todos tiveram ao menos um embate áspero. Em uma pergunta ao prefeito Ricardo Nunes (MDB), Marçal afirmou que Datena “não é homem”, e que a Rede TV! decidiu parafusar as cadeiras no chão porque o tucano “teve o comportamento de um orangotango”. Datena afirmou que não agrediria Marçal porque “covarde apanha uma vez só”. O coach também atacou Nunes, acusando-o de roubar dinheiro da merenda escolar. Nunes teve atritos com Guilherme Boulos (PSOL) sobre política de drogas. E houve ataques entre Marina Helena (Novo) e Tabata Amaral (PSB). (UOL) E o Tribunal Superior Eleitoral aprovou ontem uma norma que esclarece a proibição de apostas on-line sobre as eleições municipais deste ano, tornando a prática um ilícito eleitoral. A legislação hoje não é taxativa sobre essa proibição. (Globo) Ricardo Corrêa: “Bastaram poucos minutos para transformar tudo novamente na mesma briga de rua. O cenário parece cansar até mesmo os candidatos. A dúvida agora é se o eleitor cansou também.” (Estadão) Meio em vídeo. Pela lei, os veículos não são obrigados a convidar Marçal. Vinham fazendo isso porque ele aparece sempre entre os três primeiros nas pesquisas e, por isso, parece legítimo conhecer suas propostas e ideias. Mas já ficou claro que ele não tem qualquer outra intenção além de sequestrar a pauta e ofender os adversários. E isso também é uma maneira de minar a democracia. Veja o que pensa Flávia Tavares no Cá Entre Nós. (YouTube)
O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal, determinou a instauração de um inquérito pela Polícia Federal para investigar as acusações de assédio sexual e moral contra o ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida. Com as investigações sob responsabilidade da PF, o caso tramitará no Supremo, não sendo encaminhado à primeira instância. Almeida nega as acusações referentes ao período em que era ministro e, portanto, tinha foro privilegiado. Após sua demissão, ele perdeu esse foro. O caso está sob sigilo. (g1)
Em artigo inédito editado para o Meio Político, disponível amanhã às 11h para assinantes premium, os cientistas políticos da Universidade de Princeton Gino Pauselli e María José Urzúa indagam por que as autocracias temem os direitos LGBTQ+. O artigo completo estará na próxima edição do Journal of Democracy, da Plataforma Democrática (Fundação FHC e Centro Edelstein de Pesquisas Sociais), que será lançada em outubro. Outras edições da publicação estão acessíveis de graça. Quer ter acesso antecipado à nova produção da academia? Assine o Meio. |