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Ouro em alta atrai investimentos e super-ricos; é hora de surfar na onda? |
Gabriela Bulhões |
O valor do ouro segue atingindo patamares recordes e chamando a atenção de quem prefere um investimento mais seguro e valorizado. É tido como uma forma de proteger o patrimônio, sendo que vários pontos explicam porque o metal virou o jogo e ganhou mais espaço na carteira dos investidores. Entenda cada um deles a seguir e se está na hora de aproveitar a oportunidade. Nível mais alto de todos os temposO ouro atingiu o maior patamar de todos os tempos. A cotação da barra de ouro ultrapassou o valor de US$ 1 milhão pela primeira vez em agosto. Uma barra de ouro possui cerca de 400 onças (aproximadamente 12 kg), e o preço da onça ultrapassou os US$ 2.500. Metal subiu mais de 16% em relação ao ano oassado. Desde o mês de junho, o ouro tem demonstrado uma alta considerável; se o dólar continuar a cair em 2025, há uma grande possibilidade que o ouro continue a subir. Performance nos últimos anos também foi bastante significativa. Em 2019 e 2020, auge da pandemia, aumento foi de 28,1% e 55,93%, respectivamente. Depois, apresentou queda em 2022 e 2023, voltando a crescer em 2024. No mês passado, teve uma performance de 5,7%. Atrás apenas do Ibovespa (6,34%) e Idiv, índice de dividendos da Bolsa (6,69%). O desempenho acumulado em 2024 foi de 19,36% até agosto. Os dados são de acordo com Einar Rivero, da Elos Ayta Consultoria. Super-ricos estão de olho Super-ricos estão aproveitando a oportunidade. Para eles, o ouro é uma maneira de proteger e diversificar seu patrimônio, especialmente quando a economia está ruim. Quem tem acesso a oportunidades sofisticadas de investimento, comprar grandes quantidades de ouro pode ser uma boa estratégia para preservar seu patrimônio, afirma Caio Mastrodomênico, analista político e econômico. Privacidade e ausência de risco de contraparte são outros atrativos do ouro físico. O que quer dizer que não depende do cumprimento de obrigações por terceiros. Esse é um ponto crucial para os investidores de alto patrimônio, que desejam reduzir riscos e garantir a tangibilidade de seus ativos. Principais motivosInvestidores estão mais confiantes de que as taxas de juros vão cair no mundo. Isso faz com que o ouro se torne atraente, já que não paga juros. Quando as taxas caem, o metal se valoriza em comparação com investimentos alternativos que entregam retornos menores em um cenário de juros baixos. Dólar tende a cair. Ao considerar o acumulado de 2024, o dólar teve alta de 16,83%, ficando entre as cinco melhores aplicações. Porém, quando o dólar está mais fraco em relação a outras moedas, o ouro se destaca porque se torna mais acessível e atraente para investidores. Tensões geopolíticas contribuem para a valorização. Desde a pandemia e com as guerras no Oriente, a economia se desestabilizou e está se recuperando aos poucos. Sem contar que parte dos conflitos prejudica as cadeias de exportações e consequentemente, estimulam a inflação. Nessas horas, a renda variável se torna instável e perde atratividade para a renda fixa, por conta dos bons retornos comparado à taxa Selic. Refúgio seguro em tempos de incerteza política e econômica é o foco para quem quer proteger o patrimônio. Na hora da instabilidade política ou cenários problemáticos, a tendência é buscar ativos mais seguros para fugir de flutuações, o que aumenta a sua demanda e, consequentemente, o seu valor. O ouro se encontra em níveis recordes mesmo com as taxas de juros reais em alta, sendo que outros ativos rendem. Isso pode ser explicado por outros fatores econômicos e geopolíticos que estão afetando os mercados globais. Outras fontes de ouro no mundo Joias: Na Índia, por exemplo, é tradicional presentear famílias com joias, que funcionam como uma reserva de valor. Tecnologia: Componentes de alta tecnologia, como satélites e equipamentos hospitalares, utilizam ouro devido às suas propriedades como ser um excelente condutor de eletricidade que não oxida. Investimentos financeiros: Bancos Centrais são os maiores compradores, mas também há uma crescente participação de ETFs, family offices e fundos de investimento. Essa dinâmica está evidente na China, onde o investidor individual tem adquirido mais ouro recentemente, buscando alternativas ao setor imobiliário, que está enfrentando uma crise de confiança, diz Felipe Sze, gestor e sócio da Gauss Capital. Investir ou não investir? Resposta depende do seu objetivo ao acumular dinheiro. Caso a sua meta seja ganhos em curto prazo, o ouro pode ser uma boa opção. Ativos que investem em ouro, como fundos ou ETFs, são mais interessantes por oferecerem maior liquidez, diz Ricardo Mello, economista. Contratos negociados em Bolsa ou fundos de investimento em ouro são uma opção. São investimentos que permitem exposição ao preço do ouro sem a necessidade de lidar com o metal físico. Os riscos associados diminuem, mas ainda há risco de volatilidade de mercado. Para uma reserva de valor duradoura, o ouro físico dispara na frente. O que não ameniza os riscos, roubos ou danos físicos ao metal. Também vale lembrar dos custos de armazenamento e seguro a serem considerados na conta. Ouro não gera renda passiva e que, mesmo considerado um investimento seguro, pode ser bastante volátil, portanto o investidor que quer comprar ouro deve ser tolerante ao risco. Qual a perspectiva para o futuro Historicamente, o ouro é considerado uma reserva de valor segura. É muito utilizado como forma de proteção contra sanções ou instabilidades econômicas. E agora, estamos entrando em um período em que o Fed (Banco Central norte-americano) vai começar a cortar os juros dos Estados Unidos, o que deve impulsionar ainda mais o preço do ouro com a volta da demanda pelo setor de investimentos, diz Sze. Fatores futuros que podem impactar o preço do ouro incluem possíveis cortes nos juros pelo Federal Reserve e tensões geopolíticas contínuas, como conflitos no Oriente Médio, que podem manter o ouro como uma opção atraente. |
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Brasil sobe juros em 0,25 ponto, e Estados Unidos cortam taxa em 0,5 |
Carolina Juliano |
BC sobe Selic pela 1ª vez desde 2022 e taxa vai a 10,75% ao ano. O Comitê de Política Monetária do Banco Central decidiu aumentar a taxa básica de juros da economia brasileira de 10,5% para 10,75% ao ano. É a primeira alta da taxa desde agosto de 2022 e a justificativa do Copom é que o cenário atual é marcado pela "resiliência na atividade, pressões no mercado de trabalho, hiato do produto positivo, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas", o que, de acordo com o relatório, demanda "uma política monetária mais contracionista" para que a inflação atinja a meta. O BC não sinalizou como deve se comportar na próxima reunião. Economistas avaliam, no entanto, que a taxa deve entrar em 2025 acima de 11% e permanecer nesse patamar por alguns meses. Incêndios na Amazônia aceleram chance de colapso do bioma. Segundo o programa Servir-Amazônia, da Nasa, que monitora a região com satélites, um incêndio que começou em 8 de agosto já queimou mais de 67 mil hectares na Terra Indígena Kayapó, na região do Xingu, uma área equivalente à da cidade de Florianópolis. E esse megaincêndio é apenas uma das frentes de fogo na Amazônia. De janeiro a agosto de 2024, mais de 1,77 milhão de hectares de floresta queimaram, de acordo com o MapBiomas. A taxa de áreas de floresta impactadas pelos incêndios na Amazônia neste ano quase dobrou em relação ao mesmo período de 2023. Cientistas dizem que essa mudança no perfil das queimadas evidencia o nível extremo de seca e gera preocupação de que a floresta se aproxime do colapso. Saiba mais. Fogo subterrâneo em Brasília mata árvores pela raiz. Parte do fogo que consome o Parque Nacional de Brasília vem de incêndios subterrâneos de difícil combate, que podem passar por baixo de rios e destruir árvores pela raiz. As equipes dos bombeiros e do ICMBio afirmaram que os incêndios estão controlados, mas o subterrâneo ainda pode arder por dias e até semanas porque são áreas de muita matéria orgânica rica em substâncias inflamáveis. As chamas no Parque Nacional começaram no domingo e cresceram rapidamente na segunda, quadruplicando de tamanho e se espalhando em quatro frentes. Saiba mais. Israel anuncia 'nova fase da guerra'. Um comunicado emitido pelo gabinete do ministro da Defesa do país informou que o "centro de gravidade" da guerra está se deslocando para o norte, onde Israel enfrenta o movimento islamista libanês Hezbollah. O ministro Yoav Gallant disse que, apesar da nova fase do conflito, o governo israelense "não esquecerá os reféns no sul". A ONU aprovou ontem resolução que exige o fim da ocupação de territórios palestinos por Israel. A medida inclui a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental, e teve o apoio de 124 países, incluindo o Brasil, com 14 votos contrários e 43 abstenções. O texto teve como base a decisão da Corte Internacional de Justiça em Haia emitida em julho, que julgou que a presença de tropas e assentamentos israelenses em territórios palestinos é ilegal e precisa terminar "o mais rápido possível". X volta no Brasil com 'drible' a bloqueio ordenado por Moraes. Bloqueada no Brasil desde o início do mês, a plataforma de Elon Musk passou a utilizar serviços intermediários para driblar operadoras e voltar a funcionar ontem para alguns usuários. Uma atualização feita durante a noite de segunda no aplicativo da rede social causou uma mudança no IP da plataforma no Brasil. A Anatel detectou que o X mudou o endereço de tráfego para um servidor da empresa Cloudfare e conseguiu furar o bloqueio. Na noite de ontem, a agência enviou novas notificações para 20 mil operadoras e provedores de internet determinando novamente o bloqueio. Em um comunicado, o X afirmou que a restauração do serviço foi involuntária. Entenda o que aconteceu. |
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