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Bom Dia,
Por que cada vez menos pessoas se sentem da classe trabalhadora? Perguntamo-nos hoje na nossa capa. As respostas são escorregadias, porque a relação entre as condições materiais ou objetivas e o seu reflexo na forma como nos percebemos nem sempre é evidente e quase nunca direta. E, de fato, é provável que a mesma pessoa veja as coisas de maneira diferente esta manhã e amanhã à tarde.
Apenas 10,3% da população se considera classe trabalhadora em Espanha, enquanto 58,6% se considera classe média, segundo o Centro de Investigação Sociológica. Contudo, a precariedade dos kellys , dos cavaleiros , dos seguranças ou dos trabalhadores do setor cultural não tem nada a invejar, exceto talvez na capacidade de organização, daqueles ex-trabalhadores de macacão azul e da linha de montagem.
Amanhã é um bom dia para se perguntar se você é ou não da classe trabalhadora, como destaca um dos sociólogos entrevistados: “Eu me perguntava: tenho que trabalhar na segunda-feira? Se preciso trabalhar, se não vivo de renda, sou classe trabalhadora.” Mas talvez os cientistas sociais não sejam suficientes para compreender porque é que “os dias de semana são bons” ou se, também, “talvez estejamos simplesmente cansados”, segundo o poeta Gil de Biedma.
Por Bráulio García Jaén |
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Por que ninguém mais se sente da classe trabalhadora? | |
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| | ÁLBUM DE FOTO |
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Offshoring, transferindo a indústria para países com mão de obra mais barata, parecia uma boa ideia até que com a pandemia descobrimos que não tínhamos máscaras. Apareceram os chamados trabalhadores “essenciais” e os trabalhadores da saúde, nós os aplaudimos! Toda aquela respiração coletiva desapareceu. Sergio C. Fanjul mergulha neste tempo de miragens em que tudo é líquido, exceto a precariedade. “Na fábrica, os atritos fizeram o amor (e a união), mas a terceirização, a atomização e a automatização do trabalho (e o teletrabalho) não ajudam a população a se perceber como trabalhadora. Somos todos de classe média. Os outros são trabalhadores.” Aqui o relatório completo. |
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O regresso dos militares: os jovens estão preparados? | |
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| | FOTO: CARLOS ÁLVAREZ (GETTY IMAGES) |
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A ideia de recuperar o serviço militar obrigatório, ou algum tipo de substituto que sirva em qualquer caso para revigorar o sistema de defesa europeu contra ameaças globais, e em particular o de Moscovo, ressoa fortemente em vários países da UE. Os jovens estão preparados? Daniel Soufi pergunta vários especialistas neste debate . |
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“Tenho certeza de que somos responsáveis pelo assassinato de tantas pessoas, de tantas crianças” |
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| | FOTO: PATRICK VAN KATWIJK (GETTY IMAGES) |
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“É intolerável para mim”, diz David Grossman sobre a responsabilidade coletiva que sente sobre seus ombros. O mais importante escritor israelita vivo recebeu o nosso correspondente Antonio Pita na sua casa em Jerusalém para esta conversa na qual se declarou “desolado” sobre a guerra em curso, o bombardeamento israelita de Gaza e o horizonte que essa guerra se aproxima. “O horrível é horrível, e eu gostaria que esta guerra terminasse, não agora, mas há cinco ou seis meses”, diz ele na entrevista . |
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| | DANIELLA MARTÍ |
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Milhões de testemunhas | | Nuria Labari presta atenção ao poder que têm as (quase sempre amaldiçoadas) redes sociais, e que consiste precisamente em monitorizar os abusos de poder fixando-os nas imagens que partilhamos: “A memória é, por vezes, um castigo definitivo, porque atravessa o tempo”, escreve ele em sua coluna. |
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Nacionalistas sem Fronteiras | | Gil de Biedma, tão dado ao orientalismo, publicou seu poema Lunes em 1991, ano em que a autopercepção entrou em colapso no comunismo soviético. Talvez o melhor resumo da nossa autopercepção atual seja esta glosa de Íñigo Domínguez sobre os Milei que viajam pelo Ocidente: “A justiça social é uma história chinesa”, lê-se na sua coluna . Feliz domingo.
Cidad3: Imprensa Livre!!! Saúde, Sorte e $uce$$o: Sempre!!!
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