Unidade é a primeira no estado a usar o produto, em parceria com a Universidade do Ceará. Foto: Divulgação Prefeitura Rio
O Hospital Souza Aguiar, no Centro do Rio,
é o primeiro do estado a utilizar a pele da tilápia, peixe de água
doce, para tratar pacientes vítimas de queimaduras graves. O método é
considerado simples, barato e menos doloroso, segundo estudos médicos.
Ainda
em período de testes pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa), o procedimento começou a ser utilizado em dezembro passado no
Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) da unidade, como parte do estudo
multicêntrico liderado pela Universidade Federal do Ceará (UFC).
A pele da tilápia é rica em colágeno, resistente e elástica, o que
contribui para a cicatrização dos ferimentos em diferentes níveis. A “atadura natural‘
feita com a pele do peixe cobre toda a ferida, como se fosse uma cola
protegendo o local e podendo permanecer na área queimada por vários
dias. A vantagem é que o uso reduz a dor do paciente durante o
tratamento e acelera a cicatrização.
Segundo a chefe do Centro do Tratamento de Queimados, CTQ do Hospital Souza Aguiar,
a cirurgiã plástica Irene Daher, a pele de tilápia é um curativo
biológico e tem apresentado resultados terapêuticos melhores até do que a
pele de cadáver.
“O material é hidratado e aplicado diretamente sobre as queimaduras,
sem a necessidade de pomadas ou outros insumos. Conforme as lesões vão
cicatrizando, a pele de tilápia vai se soltando. Os pacientes relatam
coceira neste período final, o que é uma reação típica do processo de
cicatrização”, explica a cirurgiã.
A pele de tilápia passa por vários tratamentos até ser totalmente
desinfetada e estar pronta para uso. Antes de ser colocada na queimadura
do paciente, ela é hidratada. E quando seca, ela é facilmente retirada
da região afetada. Além disso, o uso desse tipo de curativo biológico
deixa o tratamento mais barato.
No momento, o curativo pode ser usado em pacientes com queimaduras de
2º grau em até 30% do corpo. De acordo com a Associação Brasileira de
Piscicultura, a tilápia representa mais da metade da produção de peixes
de cultivo e é a espécie mais consumida do Brasil.
Em nota, a Anvisa informou que os responsáveis pelo tratamento devem
procurar o órgão para iniciar o processo de registro e regularização. O Ministério da Saúde explicou que o SUS
conta com centros de referência na assistência a queimados. Em relação
ao tratamento no SUS com o uso da pele de tilápia, o ministério informou
ainda que não há procedimento disponível e que até o momento não
recebeu nenhum pedido de incorporação do referido tratamento.
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