A maior cantora do Brasil
"A coisa mais importante do mundo é a minha casa!”
A
platéia gritou histérica quando Elis levantou e girou os braços ao
redor de si mesma, como se fosse um helicóptero, enquanto cantava
“Arrastão”, de Edu Lobo e Vinícius de Moraes. Era a primeira vez que
aparecia para o grande público, no I Festival da TV Excelsior, em 1965,
mas a julgar pelo comportamento da platéia, tudo levava a crer que ela
fosse uma estrela consagrada. Apesar de ter apenas 20 anos, Elis Regina
de Carvalho Costa era uma veterana, pois já cantava havia pelo menos
seis anos. A gaúcha de Porto Alegre que começou a cantar nas rádios aos
14 anos, era chamada de Pimentinha por Vinícius de Moraes, e de Hélice,
mas preferia o merecido apelido de “A Voz do Brasil”.
Considerada
uma das maiores cantoras brasileiras de todos os tempos, nunca houve
uma intérprete com tanto carisma. As interpretações apaixonadas, a
enorme popularidade, o temperamento explosivo e a morte prematura, aos
36 anos, por overdose de cocaína e álcool, fizeram de Elis um mito. Sua
relação com as drogas foi rápida e fulminante. Assim como sua carreira.
Em pouco menos de 20 anos, gravou 31 discos com o melhor que a MPB já
produziu. São clássicas na voz de Elis as gravações de “Como Nossos
Pais”, de Belchior, “Travessia”, de Milton Nascimento, e “Águas de
Março”, de Tom Jobim. A carreira internacional só não vingou porque a
estrela não suportava ficar muito tempo longe do Brasil. No Olympia, em
Paris, voltou ao palco seis vezes atendendo aos pedidos de bis da
platéia. Com os dois maridos, os músicos Ronaldo Bôscoli e César Camargo
Mariano, teve relacionamentos conturbados. Mas cuidou intensamente dos
filhos – João Marcelo, do primeiro casamento, e Pedro e Maria Rita, do
segundo – enquanto pôde. Amada e idolatrada, Elis deixou saudade. Sua
morte repentina, em janeiro de 1982, chocou o Brasil. “Não tenho tempo
para desfraldar outra bandeira que não seja a da compreensão, do
encontro e do entendimento entre as pessoas”, disse Elis, poucos meses
antes de sua morte.
Monumento à Elis Regina em Porto Alegre, RS.
Simplesmente Elis Regina
Sabedoria, Saúde e $uce$$o: Sempre.
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