- Visit Britain - Joseph Bell, médico legista e cirurgião, foi professor do criador de Sherlock Holmes, Conan Doyle, e serviu de inspiração para o detetive. Foto: Rex Images
Sherlock
Holmes é um dos poucos personagens que antes do advento da internet já
encontravam ressonância de Nova York a Xangai.
As aventuras do detetive
britânico venderam milhões de livros, inspiraram filmes, séries de TV,
videogames e, mais recentemente, uma exposição no Museum of London.
Mas é errado dizer que Holmes é um personagem totalmente fictício: se
sua fama em muito se deve à imaginação de seu criador, o médico e
escritor escocês Arthur Conan Doyle, Holmes tem inspiração fortíssima na
vida real.
O detetive é uma versão idealizada de Joseph Bell, médico legista que
foi uma espécie de mentor de Conan Doyle durante seus estudos na Universidade de Edimburgo,
em meados do século 19. Bell tinha mãos hábeis e uma lista de clientes
famosos que incluiu ninguém menos que a então soberana do Reino Unido, a
rainha Vitória, todas as vezes em que ela passava pela capital
escocesa.
Conan Doyle, ao lado da família: o escritor reconheceu publicamente a influência de Bell. Foto: Rex Images
Como se não bastasse tudo isso, Bell aparentemente também costumava
ser chamado para auxiliar a polícia da cidade em alguns crimes mais
complexos. Mas foi sua perspicácia em diagnósticos e exames que
impressionou Conan Doyle: Bell era capaz de observar completos estranhos
e fazer observações sobre seu trabalho e atividades recentes.
Uma examinada em tatuagens de marinheiros, por exemplo, ajudava a
Bell a deduzir por quais portos eles tinham passado. Lembra um pouco o método de dedução de Sherlock, não?
Joseph Bell emprestou traços faciais para Holmes e também peças de vestuário. Foto: Divulgação
Também não foi coincidência que traços físicos do mentor fossem
incorporados ao personagem, mais particularmente o formato de queixo,
nariz e mesmo os olhos. Ah, e adivinhem de onde Conan Doyle tirou o
casaco longo e o chapéu de caçador hoje tão imediatamente associados a
Holmes?
A primeira aventura de Holmes, "Um estudo em vermelho",
foi publicada em 1886, cinco anos depois da formatura de Conan Doyle. O
escocês recebeu 25 libras esterlinas pelos direitos de publicação, algo
em torno de cerca de sete mil reais em valores atualizados. Nenhuma
fortuna, mas o escritor ficou entusiasmado o suficiente para enviar uma
carta a Bell agradecendo-o pela inspiração.
Uma edição original de Um estudo em vermelho, a primeira aventura de Holmes. Foto: Rex Images
"É ao senhor que devo Sherlock Holmes. Incluindo a capacidade de dedução e observação", escreveu Conan Doyle.
Curiosamente, Bell apenas tinha uma queixa sobre a homenagem: a que
Conan Doyle tinha exagerado seus "poderes" de dedução. O médico morreu
em 1911, aos 74 anos, deixando um legado valioso para a medicina
forênsica. Mas sua imortalidade parece estar bem mais garantida na
"pele" de Holmes.
A exposição "Sherlock: The man who never lived and will never die" fica em cartaz até 12 de abril no Museum of London.
Fictício? Nem tanto assim: conheça aqui o 'verdadeiro' Sherlock Holmes
O dia 31 de outubro de 1892, quando era publicado o livro As
Aventuras de Sherlock Holmes, de Arthur Conan Doyle. O livro foi
resultado de uma coletânea das histórias de Holmes que Doyle publicada
em revistas desde 1887. Astuto detetive, Sherlock Holmes viveu em
Londres, no apartamento 221B Baker Street, entre os anos 1881 e 1904 ,
durante o último período da época Vitoriana, onde passou muitos anos na
companhia do seu amigo e colega, Dr. Watson. Hoje esse endereço é um
museu dedicado a Sherlock Holmes. O personagem ficou famoso por utilizar
o método científico e a lógica dedutiva na resolução dos seus casos.
O autor de Sherlock Holmes, Conan Doyle nasceu na Escócia e estudou
medicina na Universidade de Edimburgo, onde ele conheceu Dr. Joseph
Bell, um professor com um extraordinário poder intuitivo. Bell serviu
parcialmente de inspiração para a composição do personagem de Sherlock
Holmes anos mais tarde. Mais tarde, outras coleções de Holmes foram
publicadas, como As Memórias de Sherlock Holmes (1894), O Retorno de
Sherlock Holmes (1905), e O Livro de Casos de Sherlock Holmes (1927).
Holmes aparece ao todo em cerca de 60 obras de Doyle, compostas por
cerca de 56 contos e 4 romances. O autor morreu no dia 7 de julho de
1930, aos 71 anos, de ataque cardíaco, na sua casa em Crowborough, East
Sussex, na Inglaterra.
Arthur Conan Doyle formou-se em medicina, que praticou até 1891.
Tornou-se famoso graças aos contos e romances policiais que escreveu –
e, particularmente, à sua criação máxima: o detetive Sherlock Holmes,
bem como seu inseparável companheiro, o médico dr. Watson.
Foi a publicação, em 1887, de “Um estudo em vermelho” que deu a Conan
Doyle notoriedade imediata. Nesse, como em suas outras histórias
policiais, o personagem principal é o detetive de inteligência
penetrante, que toca violino e faz uso de morfina para aliviar as
tensões provocadas pelo excesso de concentração em cada caso.
Sherlock Holmes é o detetive eminentemente cerebral, capaz de, à
vista de um simples cartão de visita, traçar o perfil de seu dono,
fornecendo dados que causam surpresa e admiração.
Nos livros de Doyle há sempre um duelo entre o detetive e seu inimigo oculto, também dotado de inteligência rara: Moriarty.
O estilo direto da narrativa e a vivacidade dos diálogos, acrescidos
do poder de imaginação nas tramas, fazem de Conan Doyle um autor lido
sempre com agrado. Sua engenhosidade teve o mérito de estimular o
desenvolvimento da criminologia. E seus livros jamais foram superados –
nem mesmo pelo moderno romance policial, quase sempre de estilo mais
agressivo.
A ampla bibliografia de Arthur Conan Doyle, em que se relatam as
aventuras de Sherlock Holmes e seu companheiro dr. Watson, é conhecida
como “cânone holmesiano”, e é formada por quatro romances e 56 contos.
A Primeira Guerra Mundial afetou Conan Doyle profundamente, levando-o a converter-se ao espiritismo.