É
com indignação que venho acompanhando os meios de comunicação nos
últimos meses. Vejo, perplexo, notícias e mais notícias vinculando de
forma irresponsável o nome do meu pai, Mario Covas, a um cartel formado
por empresas de trens para fraudar o Estado de São Paulo.
Em
30 anos de vida pública, Mario Covas foi deputado federal por três
vezes, prefeito de São Paulo, senador e governador reeleito. Toda sua
carreira foi marcada honestidade e transparência.
Essa
não é a primeira vez que uma rede de mentiras se forma para tentar
atingir seu legado. O Dossiê Cayman, famoso em 1998, é um exemplo de
como é possível jogar sujo na busca pelo poder. A verdade veio à tona
então e – tenho fé - também virá agora.
Por
mais doloroso que seja ver meu pai ser acusado e não poder se defender,
nada disso me surpreende. Afinal, esse é o método usado por corruptos
condenados no jogo político do Brasil de hoje. Alimentam tal discussão
para tentar amenizar os próprios escândalos, afirmando que são "todos
iguais". Não são.
Em
1997, meu pai disse: "Político não é tudo igual, não. Eu não sou melhor
que ninguém; mas muitos são piores que eu"?". Ele poderia perfeitamente
ter dito isso hoje, pois continuaria sendo verdade.
Quem
não se lembra de como estava o estado de São Paulo antes da gestão
Covas? Sucateado. Mas com muito trabalho e transparência na gestão da
coisa pública, ele resgatou da lama um estado quebrado, completamente
falido, herança de administrações irresponsáveis de governos anteriores.
Em
apenas quatro anos e com motivação de fazer a diferença, meu pai
realizou uma reforma fiscal exemplar, garantindo o sucesso da
implantação do Plano Real. Ao mesmo tempo, propiciou a construção de
milhares de casas, dezenas de hospitais, a reestruturação do aparato de
segurança pública, uma reforma da educação que levou escolas técnicas e a
USP para a periferia da capital, a reestruturação da malha viária do
estado e o lançamento do Rodoanel.
Sua
competência foi atestada com a reeleição. Um segundo mandato que não
chegaria a completar, mas suficiente para deixar inúmeras obras e
projetos aos seus sucessores. Se São Paulo hoje respira aliviado, é
graças às sementes plantadas lá atrás.
Meu
pai, assim como minha família, jamais compactuou com esquemas, cartéis,
ou seja lá o que queiram acusar, e chegou a hora de cobrar fatos dos
acusadores. Solicito respeitosamente ao Ministério Público, ao CADE e à
imprensa que apresentem provas antes de proferir acusações e manchar a
honra de um dos políticos mais probos da história da República. O homem
que ensinou a todos nós ser possível conciliar política e ética,
política e honra, política e mudança.
Mario Covas Neto
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