Olá queridos leitores ,
Com os resultados do segundo turno de governadores, onde o Governo Bórico conseguiu salvar os móveis com vitórias em territórios-chave , a agenda política parecia finalmente dar uma folga à Administração de esquerda. Depois de mais de um mês sufocado pelo caso do ex-subsecretário Manuel Monsalve, investigado por um suposto estupro de uma subordinada, o La Moneda precisava da relativa vitória que obteve nos governos. O cenário, porém, voltou a complicar-se na segunda-feira, quando, já tarde da noite, o advogado do presidente chileno anunciou que uma mulher adulta tinha apresentado queixa no dia 6 de setembro contra Boric por assédio sexual e divulgação de imagens privadas .
A versão da defesa do presidente é que, há 10 anos, o denunciante enviou a Boric 25 e-mails, um deles com imagens explícitas, “não solicitadas e não consentidas pelo Presidente”, e que a acusação da mulher é “falsa”. O advogado da mulher, por sua vez, garante que sua cliente decidiu denunciar “porque encontrou suas imagens íntimas na web”.
O presidente sabia da denúncia desde o final de setembro, mas seu governo a revelou no dia seguinte ao segundo turno para governador, que foi imediatamente criticado pela oposição. A porta-voz do Governo, Camila Vallejo, justificou o atraso argumentando que há um mês não tinham contacto com o Ministério Público encarregado da investigação e queriam tornar a situação transparente “para avançar e esclarecer os factos ” .
O procurador regional de Magalhães, Cristian Crisosto, responsável pelas investigações, destacou que o presidente está “como arguido” no caso que se encontra em regime desformalizado com vários processos pendentes e está classificado. Além disso, o Ministério Público decidiu abrir investigação criminal sobre o eventual vazamento interno da denúncia. As consequências que a denúncia trará ainda estão para ser vistas. O que está claro é que a trégua que La Moneda recebeu após as eleições para governador... durou um suspiro. |