JORGE RODRIGUES LOREDO
(89 anos)
Ator, Humorista e Advogado
* Campo Grande, RJ (07/05/1925)
+ Rio de Janeiro, RJ (26/03/2015)
Jorge Rodrigues Loredo foi um ator e humorista brasileiro, mais conhecido por seu personagem Zé Bonitinho. Paralelamente, exerceu a profissão de advogado, especialista em Direito Previdenciário e do Trabalho.
Filho de Luiza Rodrigues Loredo e do comerciante Etelvino Ignacio Loredo, Jorge Loredo
foi criado no subúrbio de Campo Grande, no Rio de Janeiro. Aos 12 anos
foi diagnosticado com osteomielite na perna esquerda. A dor constante,
só curada nos anos 70, fez de Jorge Loredo um garoto introvertido e cabisbaixo.
Adolescente,
não sabia que profissão iria seguir. Sabia que gostava de teatro.
Trabalhando num banco e estudando na Faculdade de Direito, viu um
anúncio em um jornal sobre a seleção de candidatos ao Teatro do
Estudante de Paschoal Carlos Magno. A contragosto, sua primeira audição
foi para representar o monólogo cômico "Como Pedir Uma Moça em Casamento". Gostaram de sua apresentação e foi selecionado e a partir daí adotou o humorismo como profissão.
Temendo
o desemprego como artista, continuou os estudos e formou-se em direito
em 1957, trabalhando como advogado especializado em previdência social e
direito do trabalho durante todo o tempo de carreira.
Personagens Famosos
Dentre os personagens famosos, está o mendigo aristocrata e filósofo que surgiu no fim dos anos 50. Na TV Rio tinha o programa "Rio Cinco Para as Cinco", durante a tarde. A mãe de Jorge Loredo quem
o aconselhou a imitar um mendigo elegante que, na sua infância, ia a
sua casa. Ele exigia mesa montada na garagem e toalha de renda. O
personagem foi um sucesso tremendo, tanto que o ex-presidente Juscelino Kubitschek foi o padrinho de casamento de Jorge Loredo por isso. Na época, Jorge Loredo terminava o quadro do mendigo dizendo: "Agora vou encontrar com aquele menino, o Juscelino...".
Na televisão, o personagem era exibido no programa "Praça da Alegria", de Manuel de Nóbrega, a quem se dirigia com "Como vai meu nobre colega?". Era um mendigo que se vestia como um inglês, todo rasgado, mas usava monóculo e luvas. O figurino foi tirado de um filme de Charles Laugthon que fazia o papel de um mendigo aristocrata.
Criou outros tipos: um italiano que não podia ver televisão porque queria quebrá-la, o profeta Saravabatana que andava com uma cobra que dava consultas a mulheres, e o professor de português que tinha a voz do Ary Barroso.
O Irresistível Zé Bonitinho
No entanto, nenhum de seus personagens ficou mais conhecido que o Zé Bonitinho.
O personagem surgiu de uma imitação que Jorge Loredo fazia de um colega de adolescência, o Jarbas, conhecido como "O perigote das mulheres". Ficava se olhando nos espelhos dos bares, dizendo "Alô, Garota!" e cantando "Strangers In The Night". Ele se gabava de conquistar todas as mulheres.
O irresistível Zé Bonitinho é dono de bordões inesquecíveis, ditos com a voz grave de Jorge Loredo: "Câmera, close! Microfone, please!", ou "Garotas do meu Brasil varonil... vou dar a vocês um tostão da minha voz!".
Ostentando um enorme topete, imensos óculos escuros e um bigodinho finíssimo, Zé Bonitinho caminha com requebros e trejeitos de galã hollywoodiano. Inclusive o personagem foi utilizado no cinema por Rogério Sganzerla em "Sem Essa, Aranha" e "O Abismo".
Primeiros Trabalhos no Cinema
Jorge Loredo fez alguns filmes. O primeiro filme foi "Um Caso de Polícia" (1959).
Em 1960, contracenou com Ankito em "Sai Dessa Recruta", onde fazia um recruta doido, que ficava preso e tinha delírios dentro da prisão. Fez a seguir "Testemunhas Não Condenam" (1962), de Zélia Costa, e "A Espiã Que Entrou Numa Fria!" (1967), com Agildo Ribeiro, e direção de Sanin Cherques.
Seguiram-se "Sem Essa, Aranha" (1970), "O Abismo" (1977), ambos de Rogério Sganzerla, e "Tudo Bem" (1978), de Arnaldo Jabor.
Novos Desafios
Em 2003, Jorge Loredo foi convidado pela atriz Andréa Beltrão para atuar na peça infantil "Eu e Meu Guarda-Chuva", e foi ovacionado pelas crianças da platéia.
Em 2005 ganhou o documentário "Câmera, Close!" do produtor musical Tito Lopes, e da jornalista Susanna Lira.
O documentário envolveu um livro, um especial para TV e um
curta-metragem. Imagens de arquivo de cinema e TV e recursos de
computação gráfica também fizeram parte do documentário.
Em 2006, o ator voltou ao cinema em um curta-metragem dirigido por Selton Mello, "Quando o Tempo Cair". Por esse trabalho, Jorge Loredo foi premiado com o Troféu Marlin Azul, por sua volta ao cinema após 28 anos, no 13º Vitória Cine Vídeo.
Em 2008, atuou ainda em "Chega de Saudade", de Laís Bodanzky, e na série de TV "Alice".
Atualmente, integrava o elenco do programa "A Praça é Nossa", no SBT, fazendo ainda o carismático Zé Bonitinho.
Morte
Jorge Loredo morreu, por volta de 05:00 hs de quinta-feira, 26/03/2015. Jorge Loredo,
de 89 anos, estava internado no Hospital São Lucas, na Zona Sul do Rio
de Janeiro desde 03/02/2015, onde permaneceu em estado grave. De acordo
com o boletim médico, Jorge Loredo lutava há anos contra uma
doença pulmonar obstrutiva crônica grave e um enfisema pulmonar, que o
levaram à falência múltipla de órgãos.
O corpo será velado na sexta-feira, 27/03/2015, no Memorial do Carmo, no Caju, a partir das 09:00 hs.
Filmografia
- 2011 - O Palhaço
- 2010 - A Suprema Felicidade
- 2008 - Chega de Saudade
- 2006 - Quando o Tempo Cair
- 2005 - Câmera, Close
- 1978 - Tudo Bem
- 1977 - O Abismo
- 1970 - Sem Essa, Aranha
- 1967 - A Espiã Que Entrou em Fria
- 1962 - As Testemunhas Não Condenam
- 1960 - Sai Dessa, Recruta
- 1959 - Um Caso de Polícia
Jorge Loredo: Famosos Que Partiram
Saúde, Sorte e $uce$$o: Sempre.
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