A Festa do Divino Espírito Santo de Mogi das Cruzes está programada para maio, mas os preparativos para tudo sair dentro do programado já estão a todo o vapor. Este domingo (13) será um dia muito especial para os festeiros José Carlos Nunes Júnior e Lilian Aparecida Ramos Nunes. Acompanhados dos capitães de mastro, João Pedro dos Santos Oliveira e sua esposa Marcia Regina Pauletti Oliveira, eles irã apresentar a pintura feita com tinta acrílica em tela pela artista plástica mogiana Olga Duarte Nóbrega, de 78 anos, que também estará presente. O ato irá acontecer na missa de envio das rezadeiras, celebrada pelo bispo Dom Pedro Luiz Stringhini às 19h30 na Catedral de Santana, Igreja Matriz da cidade, localizada na Praça Coronel Benedito de Almeida, no Centro. Após esta cerimônia, o grupo formado por 80 devotos do Divino, está habilitado para rezar nas casas das pessoas até chegarem as festividades.
A pintura fará parte do segundo cartaz da festa. "Temos o primeiro cartaz, que é o oficial e leva o logo usado nos documentos e o segundo, que é o comemorativo e terá a pintura feita por dona Olga. Este ano foi encontrada uma ata na Câmara Municipal de Mogi datada de 4 de maio de 1813 provando que naquela época já se comemorava a devoção ao Divino Espírito Santo. Sendo assim, este cartaz está comemorando os 400 anos desta fé", explicou.
Olga pintou em uma tela de 30 por 40 centímetros a primeira igreja de Mogi das Cruzes, a Matriz, em 1817, retratada por Thomas Ender, pintor austríaco que passou pela cidade em suas viagens pelo Brasil. A imagem foi tirada do livro"Viajantes ilustres em Mogi das Cruzes", de Isaac Grinberg. Ela conta que foi convidada no final de novembro do ano passado pelos próprios festeiros para fazer a obra e se emocionou. "Eles viram alguns dos meus trabalhos no Museu do Divino, localizado no Centro de Mogi, e gostaram. Fiquei muito feliz e é muito gratificante poder participar. Eu sou devota do Divino Espírito Santo e para mim esta foi uma benção". A artista ainda explica que o pedido foi por algo simples, mas bem significativo, remontando os mais de 400 anos de devoção e tradição.
Festeiros
Os festeiros foram eleitos em junho do ano passado e escolheram um casal para ocupar o posto de capitães de mastro. De lá para cá eles vêm trabalhando para organização do evento. A Associação Pró-Festa do Divino, da qual fazem parte, realiza reuniões periódicas para cuidar de todos os detalhes. "A festa se desenvolve nas novenas, Entrada dos Palmitos, procissão e alvoradas", comenta Nunes Júnior, festeiro ao lado da esposa.
Para ele, em suas mãos está uma responsabilidade muito grande e isso é motivo de muita satisfação. "É muito bom ser escolhido para nós que somos católicos. A emoção é grande e a devoção vem de pai para filho. Lembro desde pequeno que minha avó me levava na igreja, em procissões. Minha família sempre foi participativa", conta.
Maio
De 9 a 19 de maio acontece a festa com a abertura do império e a benção das bandeiras. No primeiro dia, um cortejo sai da residência dos festeiros, no caso este ano fica no Jardim Ivete, e segue até a Catedral de Santana. Lá, o bispo celebra uma missa e dá a benção de abertura. No dia seguinte as novenas têm início.
Entre as principais atrações da festa está ainda a tradicional Entrada dos Palmitos. Segundo explica o festeiro, esta é a parte mais folclórica do evento. "Antigamente tinham pessoas da zona rural que vinham de charretes, cavalos, em forma de cortejo para agradecer a boa colheita e o bom ano que tiveram. Muitos traziam palmitos para agradecer, fonte do sustento naquela época. Por isso, o nome dado ao evento".
O dia seguinte a Entrada dos Palmitos é o Dia de Pentecostes, quando acontece uma procissão e uma missa. Este ano ele cai em 19 de maio. A data marca a vinda do Espírito Santo aos apóstolos e a Virgem Maria. A festa do Divino é uma preparação para o Dia de Pentecostes.
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